ALTAMIRANDO
CARNEIRO
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São Paulo, SP
(Brasil)
A
parábola das dez minas
Como eles ouviam isso,
Jesus acrescentou uma
parábola, porque estava
perto de Jerusalém, e
eles pensavam que o
Reino de Deus se
manifestaria
imediatamente. Disse
então: "Um homem de
nobre origem partiu para
uma região longínqua a
fim de ser investido na
realeza e voltar.
Chamando dez de seus
servos, deu-lhes dez
minas e disse-lhes:
'Fazei-as render até que
eu volte'. Ora, seus
cidadãos o odiavam. E
enviaram atrás dele uma
embaixada para dizer:
'Não queremos que este
reine sobre nós'. Quando
ele regressou, após ter
recebido a realeza,
mandou chamar aqueles
servos aos quais havia
confiado dinheiro, para
saber o que cada um
tinha feito render.
Apresentou-se o primeiro
e disse: "Senhor, tua
mina rendeu dez minas'.
'Muito bem, servo bom',
disse ele, 'uma vez que
te mostraste fiel no
pouco, recebe autoridade
sobre dez cidades'. Veio
o segundo e disse:
'Senhor, tua mina
produziu cinco minas'.
Também a este ele disse:
'Tu também, fica à
frente de cinco
cidades'.
Veio o outro e disse:
'Senhor, eis aqui a tua
mina, que embrulhei num
lenço, pois tive medo de
ti, porque és homem
severo, tomas o que não
depositaste e colhe o
que não semeaste. Então
ele disse: 'Servo mau,
julgo-te pela tua
própria boca. Sabias que
sou homem severo, que
tomo o que não depositei
e colho o que não
semeei. Por que, então,
não confiaste o meu
dinheiro ao banco? "À
minha volta eu o teria
recuperado com juros. E
disse aos que lá
estavam: 'Tirai-lhe a
mina e dai-a ao que tem
dez minas.
Responderam-lhe:
'Senhor, ele já tem dez
minas...' 'Digo-vos, a
quem tem, será dado; mas
àquele que não tem, será
tirado até mesmo o que
tem.
Quanto a esses meus
inimigos, que não
queriam que eu reinasse
sobre eles, trazei-os
aqui e trucidai-os em
minha presença.”
A "mina" era uma moeda
corrente, de prata, de
571 gramas, equivalente
a cem dracmas [sic] ou a
sexagésima parte do
talento.
A significação é a mesma
da Parábola dos
Talentos, narrada por
Mateus. Ela nos
apresenta: os
trabalhadores que
cooperam totalmente, os
que cooperam
razoavelmente, os que
não cooperam por
preguiça ou ignorância e
os que se opõem ao
Senhor.
Sobre as palavras que
foram colocadas na boca
de Jesus: "Quanto a
esses meus inimigos, que
não queriam que eu
reinasse sobre eles,
trazei-os aqui e
trucidai-os em minha
presença", é um absurdo.
Achar que ele assim se
expressou, é acreditar
que ele tenha pregado a
"guerra santa",
denominação das guerras
que aconteceram ao longo
da História, em que os
fiéis de uma religião
mataram os de outra, por
pensarem contrariamente.
Quanto a estas palavras
finais: ou foram mal
ouvidas ou mal
registradas, ou se
constituem num acréscimo
feito por quem tem
interesses escusos.
A capacidade dos servos
é diferenciada, pois são
Espíritos em evoluções
diferentes. Por isso é
que o senhor distribuiu
os talentos de acordo
com a capacidade de cada
um.
Quanto ao fato de o
senhor ter dito ao servo
negligente que o mesmo
deveria ter colocado o
dinheiro no banco, para
que rendesse juros, não
é um incentivo à usura,
mas uma linguagem
alegórica, pois o servo
deveria ter procurado os
que tinham mais
capacidade do que ele e
assim o servo
progrediria um pouco
mais, pela experiência
que adquirida.
Quanto à referência de
que a quem tem será
dado e a quem não tem,
será tirado até mesmo o
que tem, significa
que todos os que se
esforçam para
corresponder ao amparo
divino e do Plano
Espiritual, recebe
auxílio e proteção para
que possa aumentar as
suas virtudes e o que
não se esforça para
acrescentar alguma coisa
ao bem que recebeu de
Deus, sofrerá
encarnações expiatórias,
quando, pela dor e do
sofrimento, acordará
para o progresso.