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Estudando as obras de Kardec
Ano 3 - N° 106 – 10 de Maio de 2009

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


A Revue Spirite de 1863

Allan Kardec 

(Parte 11)

Continuamos a apresentar o estudo da Revue Spirite correspondente ao ano de 1863. O texto condensado do volume citado será aqui apresentado em 16 partes, com base na tradução de Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

Questões preliminares

A. Que disse Kardec a respeito do magnetismo e da homeopatia?

Ele destacou, em artigo na Revue,  o valor do magnetismo e da homeopatia na disseminação do conhecimento da ação perispiritual, fonte de todos os fenômenos espíritas. E no caso da homeopatia, referiu-se à facilidade com que os médicos homeopatas aceitam o Espiritismo, não constituindo surpresa o fato de a maioria dos médicos espíritas pertencerem à escola fundada por Hahnemann. (Revue Spirite de 1863, pp. 233 e 234.)   

B. Qual a posição de Kardec em relação aos que exploram a faculdade mediúnica?

Ele aceitava plenamente a crítica feita aos que fazem profissão da faculdade mediúnica, visto que os espíritas sérios também repudiam toda exploração dessa natureza, como indigna do caráter exclusivamente moral do Espiritismo, além de ser uma falta de respeito aos mortos. (Obra citada, págs. 245 a 248.)

C. Por que Deus permite que médiuns bem intencionados sejam enganados pelos Espíritos?

As mistificações – explica Kardec - têm o objetivo de pôr à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o julgamento. Se os bons Espíritos as permitem em certas ocasiões, não é por impotência de sua parte, mas para nos deixar o mérito da luta. Os bons Espíritos velam por nós e nos assistem, mas com a condição de que também nos ajudemos a nós mesmos. (Obra citada, p. 249.) 

Texto para leitura

102. Kardec informa, em nota posta logo abaixo dessa mensagem, que o médium que a recebeu é um jovem iletrado, que ignora, segundo o Sr. Dumas, o sentido da maioria das palavras ali contidas. Os médiuns iletrados que recebem comunicações acima de seu alcance intelectual - diz o Codificador - são muito numerosos. (P. 227)

103. O número de agosto faz o elogio do ilustre filósofo Jean Reynaud, nascido em Lyon em 1808 e morto em Paris em junho de 1863, após uma curta moléstia. Autor do livro “Terre et Ciel”, obra que o popularizou mas que, tida como perigosa para o ortodoxia da fé católica, foi posta no Índex pela cúria romana, Reynaud é considerado por Kardec um dos precursores do Espiritismo. Como Charles Fourier, ele admitia o progresso indefinido da alma e a pluralidade das existências, sem nada ter visto e baseando-se tão-somente na sua profunda intuição. (PP. 229 a 232)

104. Citando a importância para o Espiritismo da adesão de vários escritores de renome, como Victor Hugo, que semeavam, aqui e ali, as ideias espíritas, Kardec destaca o valor do magnetismo e da homeopatia na disseminação do conhecimento da ação perispiritual, fonte de todos os fenômenos espíritas. No caso da homeopatia, o Codificador cita a facilidade com que os médicos homeopatas aceitam o Espiritismo e não se surpreende pelo fato de a maioria dos médicos espíritas pertencerem à escola fundada por Hahnemann. (PP. 233 e 234)

105. A Revue transcreve trechos extraídos da obra do escritor Lamartine, os quais apresentam alguns pontos concordantes com as ideias espíritas, como, por exemplo, sua referência às vidas sucessivas e à vinda do Consolador prometido por Jesus, que Lamartine entende que poderia vir como homem ou como uma doutrina. (PP. 235 e 236)

106. A Presse de julho noticiou a publicação do livro “Destino do homem nos dois mundos”, do Sr. Hippolyte Renaud, o qual  - segundo Kardec -  se liga de maneira muito direta à doutrina espírita.  A Revue  publicou  a notícia  e  o artigo que o Sr. E. de Pompéry escreveu sobre referida obra. (PP. 236 a 240)

107. Em carta dirigida ao redator da Presse, o Sr. Henri Martin, citado nominalmente no artigo do Sr. Pompéry, apoiou a crítica que este fez à crença de alguns em uma metempsicose indefinida e sem recordação do passado, que ele também considerava absurda e inaceitável. O Espiritismo, como sabemos, não aceita a metempsicose. (P. 241)

108. Dois fatos relatados na Revue mostram como a ação do Espírito comunicante pode estender-se ao organismo do médium: I) No primeiro, ocorrido em Parma, Itália, o dedo indicador do médium ficou singularmente frio. É que se manifestava por ele um irmão morto há mais de vinte anos, cujo indicador havia ficado anquilosado. II) No segundo caso, o Espírito fazia com que determinado membro ou parte do corpo do médium ficasse paralisado. (PP. 242 a 244)

109. Kardec escreve de novo a respeito dos espectros artificiais, um truque cênico de uma simplicidade tão grande, que todos os teatros apresentavam os seus. Além de lamentar a superficialidade com que a imprensa tratava do assunto, Kardec aproveitou o ensejo para informar como se realizam as sessões nos grupos espíritas sérios, cujo recolhimento é incompatível com a leviandade de caráter e a balbúrdia dos curiosos. Quanto à crítica aos que fazem profissão da faculdade mediúnica, Kardec disse que nada há a objetar, pois os espíritas sérios também repudiam toda exploração dessa natureza, como indigna do caráter exclusivamente moral do Espiritismo e uma falta de respeito aos mortos. (PP. 245 a 248)

110. Por que Deus permite que médiuns bem intencionados sejam enganados pelos Espíritos? As mistificações - responde Kardec - têm o objetivo de pôr à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o julgamento. Se os bons Espíritos as permitem em certas ocasiões, não é por impotência de sua parte, mas para nos deixar o mérito da luta. Os bons Espíritos velam por nós e nos assistem, mas com a condição de que também nos ajudemos a nós mesmos. (P. 249)

111. Suscitada por um leitor de São Petersburgo, a objeção colocada à frase: Tudo quanto é desconhecido é infinito, constante de “O Livro dos Espíritos”,  é examinada por Kardec, que, citando a Academia Francesa, entende que o vocábulo infinito não poderia nesse caso ser substituído, como proposto, pelo vocábulo indefinido. Embora sinônimos no sentido geral, há momentos em que um vocábulo não substitui o outro. Diz-se, por exemplo: duração infinita ou duração indefinida, mas não se pode dizer: a misericórdia de Deus é indefinida, em vez de dizer: é infinita. (PP. 250 e 251) (Continua no próximo número.)

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita