WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 106 - 10 de Maio de 2009

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 
 

Esse vazio: falta de poesia?


 
Fixar-se no estado prosaico da vida pode representar vir a perdê-la, pois as necessidades materiais, circunscritas ao domínio da sobrevivência, não têm sintonia com as espirituais ou, mais sutilmente, a satisfação do bem-estar exterior pode depender de um mal-estar íntimo, fazendo brotar um vazio profundo, que reivindica a necessidade de colocar em harmonia o Espírito e o corpo. 

Nosso profundo vazio não seria, então, uma falta de poesia? 

Sabemos que as atividades racionais da mente são acompanhadas por cargas afetivas, porquanto o ser humano comporta razão e sentimento. Seria adequado, então, não integrar, em benefício do exercício da razão, a dimensão poética da vida? 

Para viver bem, podemos, sim, avocar a dialógica razão-sentimento. 

Assumir-se como pessoa complexa sugere cuidar da dimensão da prosa, que guia a utilidade dos bens e do trabalho, mas não apenas isso. Uma vida comprometida com a completude, e não com o vazio, pede que incorporemos a dimensão poética, que se alimenta do entusiasmo nos encontros (com nós mesmos, com o outro e com a natureza), que, por si mesma, abre trilhas para as experiências dos sonhos e do êxtase, pois tecida pelas qualidades estéticas do bem e do belo. 

O estado poético contém a experiência do inusitado, aceita o mistério do mundo. É suscetível à transparência da regeneração, colhida após a travessia de um sofrimento; é iluminado pelo espanto que nasce diante de uma nova instrução aplicada à mesmice das coisas, modificando-a... 

O estado prosaico é necessário à perspectiva da vida material. Contudo, evitar o estado poético desemboca na biografia daquele homem, extremamente rígido, que se mantém fechado numa casa como se fosse velho e decrépito, esquecido dos jardins e das árvores renovadas pelas chuvas de verão. 

Talvez a circunscrição ao estado prosaico esteja ainda dirigida pela visão geocêntrica, pois a disposição para a poesia reclama a visão heliocêntrica, que retira o homem do centro, pois, sem dúvida, o centro está onde está o olhar... O estado poético imuniza o ser humano das normoses do dia e das fugazes contrariedades do momento e o leva para a dimensão dos valores eternos, que dizem respeito ao centro de sua vida. 

A dimensão poética, como a reencarnação, sugere que somos mais do que pensamos e, por isso, para viver sem o risco da estada longa no vazio, podemos integralizar a prosa e a poesia, capazes de nos levar ao pouso da alma:  “aquele lugar onde o mundo interior e o exterior se encontram” (Novalis).


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita