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Joias da poesia contemporânea
Ano 3 - N° 106 - 10 de Maio de 2009
 


Poema da amargura e da esperança
 

Hermes Fontes

 

Falar-vos de martírios e tormentos,

É perpetrar amargas redundâncias,

Redizer minhas mágoas, minhas ânsias,

Renovar minhas síncopes de dor...

Não sorvo mais os tóxicos violentos

Do desespero e da melancolia,

Após a derrocada

Das construções de um sonho superior.

 

Tudo outrora, Senhor,

Na minha pobre vida abandonada,

Era o tédio cruel que me impedia

De vislumbrar a claridade intensa

Da luz do sol puríssimo da crença,

Tudo em volta de mim era a cegueira.

Que torturou a minha vida inteira,

Que me seguiu o espírito ambicioso!

 

A carne é pobre e é cheia de fraqueza,

Simbolizando o ciclo tenebroso

Das sínteses de dor da Natureza.

E a carne subjugou-me inteiramente,

Fez-me fraco e descrente,

E transformou a minha mocidade

Num montéo de ambições, de fama e glória,

Adormeceu-me aos cantos da vaidade

E me afastou da estrada meritória

Da crença e da bondade...

 

Misericordiosíssimo Senhor!

De tortura em tortura amargurado,

O meu frágil espírito inferior

Viu-se presa de trevas, no passado,

E a desgraça suprema o amortalhou.

 

Tudo sofri, de dor e de miséria,

Mas a tua bondade me levou

A esquecer a influência deletéria

Da carne passageira...

Rompeste a minha venda de cegueira

E divisei o excelso panorama

Do Universo infinito, que Te aclama

Como a fonte do amor ilimitado!

 

Relevaste, meu Deus, o meu pecado

E pude ouvir as harmonias puras

Que equilibram os mundos nas alturas!...

 

Cheio de amaridúlcida ansiedade,

A esperança o espírito me invade

Aguardando das lágrimas futuras

A minha redenção...

 

Que a confiança, pois, em Ti me anime,

Que no porvir a dor bela e sublime

Jorre em minhalma a luz da perfeição.

 

 

Hermes Fontes nasceu em 1888 na Vila de Boquim, em Sergipe, e suicidou-se no Rio de Janeiro em 26 de dezembro de 1930. Poeta de grande relevo emocional, deixou firmada sua personalidade literária, tendo publicado Apoteoses, Gênese, Lâmpada Velada e Fonte da Mata, seu último livro. O poema acima integra o livro Parnaso de Além-Túmulo, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita