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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 106 - 10 de Maio de 2009

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)
 

Ricos e pobres


É errôneo imaginar ou afirmar que o Reino dos Céus não receberá os ricos. É pretender colocar riqueza e felicidade em situação de antagonismo.

Quem assim pensa e diz cita o próprio Mestre para justificar essa atitude, fazendo crer que só os pobres em bens materiais terão direito a felicidade plena. Baseiam-se no ensinamento evangélico de que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”.

 

Maior engano é impossível se observarmos que:

 

1. existem ricos de dinheiro e tão ricos de usura que se fazem mais pobres que os mendigos famintos da rua.

 

2. existem ricos de tempo e tão ricos de preguiça que se fazem mais pobres que os escravizados às tarefas de sacrifício.

 

3. existem ricos de afeto e tão ricos em ciúme, que se fazem mais pobres que os companheiros abandonados à solidão.

 

Jesus nunca condenou a riqueza, a posse de bens materiais, sobretudo porque é ela que promove o progresso sobre o planeta.

 

Fica claro que é dada, somente, uma interpretação do que está escrito como tal e não da essência das palavras benditas. Referia-se o Mestre aos sentimentos do orgulho, do egoísmo, da sensualidade e de tantos outros que nos tornam ricos em imperfeições e vícios dos mais diferentes quilates.

 

Os pobres, aos quais se refere, são os pobres em orgulho, em egoísmo, ou seja, em tudo aquilo que excita os sentimentos desenfreados do ser humano.

 

Expressões como “eu tenho”, “isto é meu” povoam nossas palavras e de tal maneira que não conseguimos pensar diferente. Acreditamos, realmente, que tudo o que está ao nosso redor, pessoas ou bens, são de nossa propriedade.

 

Vamos refletir um pouco sobre isso: se isto ou aquilo me pertence, significa que posso levar para onde for. No meu pensamento, tudo que amealhamos nos pertence.

 

Será que temos razão em pensar assim? Vejamos: Ao nascer, nada trazemos de material e encontramos algumas coisas. Ao partir deste mundo, deixamos outras.

 

Durante o tempo em que aqui permanecemos, usufruímos desses bens. Então, se nada trazemos e nada levamos, podemos dizer que, verdadeiramente, nada temos, pois não podemos carregar conosco ao deixarmos o corpo físico.

 

Vamos nos imaginar precisando viajar para outro país com um clima diferente do nosso. Na bagagem levaremos, sem dúvida, aquilo que for útil nesse lugar. Assim, também, quando ingressamos no mundo espiritual só podemos levar o que nos for útil lá.

 

Então, pensando na vida futura, na vida do Espírito, podemos nos perguntar: O que devo levar? A resposta virá imediatamente: “nada que seja material, nada que se destine ao uso do corpo, mas, sim, o que se refere à alma”.

 

E o que se refere à alma? Podemos dizer que é a inteligência, a aquisição de conhecimento – que ajudam o homem a promover mais riqueza e mais progresso para si e para os que o cercam –, o desenvolvimento das qualidades morais. Tudo isso representa a nossa verdadeira propriedade, pois mesmo durante a experiência planetária, podemos perder os bens materiais que amealhamos.

 

Quantos de nós conhecem casos em que famílias tiveram seus bens escorregando-lhes pelos dedos, julgando que os possuíam e vangloriando-se disso.

 

Esses desastres financeiros só vêm reforçar uma verdade: nada possuímos de nosso, pois os bens que julgamos ter são-nos dados para serem gerenciados por nós.

 

Sempre que essa verdade é colocada, alguém pergunta: E o homem que trabalhou dura e honestamente para conquistar seus bens, eles não lhes pertence? Certamente que sim.

 

Deus quis recompensá-lo, ainda durante a existência, pelo esforço, coragem e perseverança. Mas, se ele não a empregou bem, pensando apenas em si, satisfazendo seu orgulho e seu egoísmo, o que ganhou de um lado, perdeu de outro, anulando, assim,  seu mérito.

 

Quando chegarmos ao Mundo dos Espíritos, ninguém quererá saber qual posição ocupávamos, que nome ilustre usávamos, quais eram nossas posses. Perguntar-nos-ão o que trazemos em virtudes, em trabalho no bem e em qualidades do coração.

 

Porque essas são as verdadeiras riquezas. Aquelas às quais Jesus nos conclama a possuir; aquelas que a ferrugem não corrói e ninguém nos rouba. A verdadeira propriedade.

 

Lembremo-nos que todos somos ricos em alguma coisa, e que usando esses talentos que a vida nos confiou na tarefa de fazermos mais felizes aqueles que nos rodeiam, chegará o momento – nas palavras de Emmanuel – em que nos surpreenderemos mais ricos que todos os ricos da Terra, porque teremos entesourado no próprio coração, a eterna felicidade que verte do amor de Deus.

 

 

Referências:
 

(1) Emmanuel (Espírito) – O Espírito da Verdade – [psicografado por] F.C.Xavier e Waldo Vieira – FEB Editora – Rio de Janeiro-RJ, 10. ed., Lição 39, 1997.


(2) Kardec, Allan – O Evangelho segundo o Espiritismo – Cap. XVI, itens 9 e 10.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita