– Na visão
espírita, a
que se deve
o fenômeno
da
violência:
ausência do
Estado,
desagregação
familiar,
miséria ou
tudo junto?
Raul
Teixeira:
Indubitavelmente
a violência
é um caldo
que se forma
com todos
esses
componentes:
desestruturação
da família,
desassistência
ou ausência
do Estado.
A violência
resulta de
um estado
interior.
Toda pessoa
que está
insatisfeita
interiormente
explode e
isso
acontece com
todos nós.
Mas essa
situação
pode tomar
proporções
alarmantes
se não
houver ajuda
e
orientação.
Os remédios
nós chamamos
de cultura,
educação,
lazer,
emprego,
afetividade.
As criaturas
violentas
estão
sofrendo
algum tipo
ou vários
dessas
carências.
Num mundo em
que só
encontramos
propostas
materialistas
para
resolver
problemas
espirituais
demoraremos
muito a
chegar a um
denominador
comum,
porque os
problemas
que
acontecem na
alma não
podem ser
resolvidos
com
providências
que só
atendem ao
mundo de
fora. Se eu
estiver
lidando com
um
delinquente,
um drogadito
como se ele
fosse
simplesmente
uma pessoa
violenta, é
claro que eu
vou perder
tempo, dar
murro em
ponta de
faca. Tenho
que ver essa
criatura
como um
indivíduo
multidimensional.
Geralmente
são
criaturas
que não
tiveram um
lar
estruturado,
cultura
acadêmica,
nem sequer
conhecimento
de si
mesmos. Elas
vivem
movidas
pelas
necessidades
imediatas:
comer,
beber,
vestir,
fazer sexo,
etc.
Obviamente
quando
falamos em
violência
abordamos
esse assunto
de forma
muito
simplista,
como um mero
problema
policial ou
político.
Mas é um
problema da
família, do
Estado, das
religiões.
Chama a
atenção que,
quanto mais
se
multiplicam
as igrejas,
a violência
aparentemente
mantém um
ritmo
proporcional
de
crescimento.
Será que
essas
pessoas não
estão sendo
enganadas,
dando
dinheiro,
sendo
exploradas e
a cada dia
se tornando
mais
necessitadas,
mais
ansiosas?
Temos que
olhar desde
a criança, o
lar, a
família,
para que a
gente pense
no indivíduo
que se vai
complementando
pouco a
pouco. A
violência
nasce na
intimidade
humana, mas
por que ela
se mantém?
Quando temos
um
resfriado,
uma gripe,
qualquer
doença,
somos
medicados.
Por que com
a violência
não se faz a
mesma coisa?
Transcrito
de
entrevista
concedida
por Raul
Teixeira ao
jornal
Pará
Espírita,
em junho de
2006.