WILSON CZERSKI
wilsonczerski@brturbo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
Os
serial killers, as
doenças compulsivas e as
obsessões espíritas
Diferentemente dos EUA
onde tais fatos se
repetem com frequência,
no Brasil apenas vez por
outra surgem os casos
denominados de serial
killer ou assassinos
seriais. Mesmo assim,
até meados de 2004 já
eram dois casos que
chegavam ao conhecimento
público. O primeiro, no
início do ano, um
presidiário foragido e
recapturado no Rio
Grande do Sul e que
confessou a morte de 12
meninos entre oito e
doze anos, a partir de
agosto de 2002. O mais
recente, em julho, o do
mecânico maranhense
acusado da morte de 41
meninos a partir de
1991.
Sociólogos, juristas,
psicólogos e
principalmente
psiquiatras buscam
respostas satisfatórias
para explicar as
motivações de criminosos
como eles. Em
depoimento, o primeiro
disse que “sentia
vontade interna, um
vício”; já o
segundo afirmou que
ouvia vozes ordenando
para matar e depois era
tomado por uma “força
exterior” e que “na hora
não sentia nada, ficava
neutro”. Seu relato
é muito parecido com os
da maioria desse tipo de
assassino. Segundo a
psiquiatra americana
Helen Morrison, apesar
de geralmente as
aparências indicarem um
forte componente sexual,
“não dá para relacionar
o surgimento de
assassinos seriais ao
sexo”. O que não parece
ser compartilhado pela
literatura e pelo
cinema, repletos de
enredos onde traumas
sexuais, principalmente
vivenciados durante a
infância, acabam por
gerar distúrbios
psíquicos graves, mentes
psicóticas autoras de
barbáries de tal
natureza. Desde Freud
também não faltam teses
acadêmicas conduzindo
para idênticas
soluções.
O que nos chama a
atenção aqui, e sem
desmerecer os
diagnósticos dos
especialistas no
assunto, são as
declarações dos acusados
sobre vozes, impulsos
ora exteriores, ora
interiores, etc., o que
pode ser indício daquilo
que na terminologia
espírita denomina-se de
obsessões. Observemos
dois detalhes. Não são
apenas os serial
killers que fazem
menção a fatores
coercitivos exógenos,
independentes de sua
vontade, que os arrastam
irresistivelmente à
prática dos crimes.
Muitos homicidas
atribuem seus atos a
agentes misteriosos,
nomeando-os de Satanás
ou Diabo, simbologia
utilizada para expressar
seres maléficos. Mesmo
descontando espertezas
próprias ou de
advogados, uma análise
mais profunda pode levar
à conclusão de que
muitos deles estejam
sendo sinceros.
Não podemos também
deixar de estabelecer um
paralelo com os
Transtornos
obsessivo-compulsivos,
mal que só no Brasil
afeta sete milhões de
pessoas. As vítimas
são assediadas por
“pensamentos intrusos”
ou ideias recorrentes
que causam medo e
angústia e para
evitá-los, como
mecanismo de fuga,
desenvolvem
comportamentos
repetitivos. A obsessão
estaria caracterizada
nos pensamentos e a
compulsão nas atitudes e
ações. Frequentemente a
doença leva à depressão,
ao alcoolismo e às
fobias, causando enormes
prejuízos à vida das
pessoas. Áreas cerebrais
foram apontadas como sua
sede e finalmente a
medicina admite sua
incapacidade para
eliminar o problema ao
reconhecer a
impossibilidade de cura.
Antidepressivos e
psicoterapia podem
atenuar os sintomas em
até 80%.
Ora, tudo isto tem a
ver com o estudo das
obsessões espirituais,
em seus três graus,
iniciado por Allan
Kardec em meados do
século XIX. Nosso
mundo mental está em
permanente intercâmbio
com aqueles que já se
despiram do corpo carnal
pelo fenômeno da morte
biológica. A interação
social com os
desencarnados é tão ou
mais intensa do que
entre os encarnados,
embora quase sempre
despercebida. Regida
pela lei de afinidades e
sintonia, atraímos ao
nosso convívio mental
almas que vibram em
idêntica frequência em
face do cultivo de
ideias e sentimentos
similares.
Como nosso planeta está
ainda muito atrasado
moralmente, é natural
que prevaleçam os
“encontros casuais” com
entidades inferiores,
num momento de raiva
passageira, por exemplo.
Mas os maus hábitos
prolongados, as paixões
desequilibradas, os
vícios tornam estes
Espíritos hóspedes
permanentes da nossa
psicosfera que se
comprazem em nos causar
desconfortos físicos e
espirituais dos mais
variados. Às vezes são
seres vingadores,
inimigos do passado, que
perseguem suas vítimas
na atual encarnação.
Talvez seja o caso do
mecânico maranhense,
tido como pessoa afável,
risonha e aparentemente
inofensiva.
No dia em que – e
caminhamos para isso,
ainda que a passos
lentos – no trato das
problemáticas humanas
íntimas, for levado em
conta o caráter
espiritual ali
existente, a medicina se
habilitará a fazer pelo
seu bem-estar muito mais
do que tem conseguido
até agora. Milhares
de indivíduos já foram
auxiliados pela
fluidoterapia e
pelas atividades
desobsessivas via
atendimento mediúnico.
Muitos pacientes
psiquiátricos recebem o
tratamento espiritual
paralelo ao tradicional
e por, não raro,
superá-lo em eficácia,
evita muitas internações
e antecipa a alta em
outros tantos. Também
efetua a profilaxia
preventiva de um número
incalculável de outros
comportamentos
antissociais, ameniza
sofrimentos, equilibra
mentes, contribui na
manutenção da estrutura
familiar, enfim presta
uma série superlativa de
benefícios.
A violência pode ser
diminuída, o homem pode
ser mais feliz, podemos
ter mais paz. Para
tanto, basta à
ciência oficial ousar e
romper com certos
paradigmas. O
principal deles é tratar
o homem como um espírito
imortal temporariamente
encarnado num corpo
físico e não um corpo
carnal governado por uma
mente abstrata e quase
desconhecida, produto de
secreções
cerebrais.