WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 107 – 17 de Maio de 2009

CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

Crônicas da vida invisível 2


 
A personagem desta segunda crônica sou eu, de forma que este segundo caso pode e deve, sim, ser tomado como um testemunho.

Vivi, pouco tempo atrás, dez dias de um pesadelo que passei com meu filho mais velho, vitimado pela forma mais branda (graças a Deus!) da infame epidemia de dengue que continua aterrorizando os cariocas.

Dez dias de terror. De noites mal dormidas. De dias, manhãs e noites durante as quais se contaram, no mínimo, por dia, cinco horas de pé em plantões de pronto-socorro infantil, debaixo da pressão esmagadora da aflição, do indizível martírio físico e emocional, e não apenas pelo meu filho, mas pelo próprio fato de presenciar tanto – mas tanto! – sofrimento de mães e pais e de suas crianças. Pequenos prostrados por febres escaldantes, surtos de náusea, submetidos a hemogramas diários – e, a cada um deles, a torturante expectativa pelos seus resultados. Mães em desespero mergulhadas em lágrimas; pais nervosos; crianças em cujos rostinhos se retratam tristeza indescritível, desconsolo, mal-estar, perplexidade pela compreensível ausência de entendimento das razões pelas quais estão flageladas por tanta agonia, como se participando de horrendo reality show ou filme de terror!

Em meio a tanta agonia, fragilizada como todos os demais, e por conseguinte solidária em toda a imensa carga de aflição; e em sendo espírita convicta desde os idos da adolescência, bem como habituada a manter com a assistência do invisível contato constante em razão do trabalho literário desenvolvido sob as suas diretrizes, me pus, muito naturalmente, a atormentar a Espiritualidade em busca de socorro. Afinal, também sou mãe. Humana. E também me contorci de angústia e de desamparo, em meio às lágrimas amargas, a cada resultado de exame, a cada vez que via no meu filho, sempre tão alegre e bem disposto, o maltrato impiedoso dos sintomas da virose.

Depois do sétimo ou oitavo hemograma, tive as cordas emocionais afrouxadas, e fraquejei. Imersa em lágrimas incontidas, como em bem-vinda explosão de uma válvula de escape, mentalizei funda quanto sentida prece ao enfim baquear na cama para o desassossegado repouso noturno. Cobrei (praticamente exigi!) do meu mentor espiritual que me presenteasse com um sinal qualquer da sua presença e do seu amparo, como em tantas vezes já fez no passado. Um alento que fosse! Que se fosse fato o processo de convalescença do menino, que me sinalizasse de alguma forma positiva que oferecesse algum reconforto após tantos dias de flagelação emocional.

Pedia, destarte, por mim e também, de entremeio, por todas as crianças – lembrando-me do intenso sofrimento coletivo presenciado naquela unidade de atendimento pediátrico do bairro onde moro. Esgotada de forças físicas e emocionais, adormeci, melhor dizendo, desmaiei, neste estado de profunda mentalização dirigida aos mentores e aos médicos do espaço. E só fui despertar na manhã seguinte, ainda interiormente exaurida, para mais um dia de maratona às voltas com hemogramas e com filas de atendimento intermináveis.

Antes de sair com meu filho, resolvi de repente que deveria levar um livro para amenizar o cansaço do tempo de espera que se faria extenso quanto exasperante, como o fora nestes muitos dias, não haveria nem dúvidas. Afobada com a hora, e já totalmente esquecida do ardente apelo espiritual dirigido ao mentor na noite passada, passei a mão a esmo num volume qualquer da minha biblioteca espírita particular, cuja quantidade de livros já se torna incontável depois de todos estes anos de labor na área espiritualista; tomei da bolsa, e saímos.

Chegamos ao pronto-socorro, abarrotado, como era de se esperar. Peguei uma senha cuja numeração já ultrapassava de muito os setecentos números, busquei assento para o meu filho. Eu mesma me mantive em pé após as primeiras providências, e enfim me dispus a esperar lendo o livro que trouxera, obra da autoria de Herculano Pires, de conteúdo interessantíssimo sobre o tema da reencarnação. Abri a esmo. E me tomei de grato espanto!

Nem me lembraria mais depois de tanto tempo daquele esboço mediúnico, justo o retrato em miniatura do meu mentor espiritual, recebido há pelo menos três anos atrás, e que guardara no meio das páginas daquele livro! Talvez custasse a encontrá-lo de novo, se não escolhesse aleatoriamente aquela obra específica para ocupar o meu tempo durante o período de espera por atendimento. E, de pronto, compreendi a resposta amorosa deste Amigo querido do mundo maior que nunca, nunca!, em momentos de grande aflição, me deixou desprovida deste tipo de sinal fraterno e zeloso de sua presença!

Com efeito, aquele pequeno retrato dizia: Aí está! O sinal que pediu, mas não apenas da minha presença: da de todos que, daqui, do mundo maior, estão não apenas ao seu lado, mas amparando cada mãe, pai ou pequeno aflito nesta fase de intenso sofrimento para os habitantes desta cidade!

Algum tempo depois, com o novo hemograma em mãos, o médico plantonista confirmava o restabelecimento do meu menino e sua alta para a próxima quinta-feira.

É esta, pois, a crônica da vida invisível de hoje, cujo especial conteúdo é compartilhado fraternalmente com todos vocês, por intermédio deste testemunho, na intenção de se confirmar que, de fato, não nos achamos sozinhos nos nossos momentos mais difíceis! Há, indubitavelmente, um universo repleto de vida insuspeitada, e muito maior, no qual habitam todos estes incansáveis seres amigos que nos amam, nos amparam e nos encorajam, zelando com profunda ternura e compaixão para que não esmoreçamos, e para que não se extinga nunca a chama da esperança nos nossos corações!

Amor a todos!


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita