Conquistas
Joanna de Ângelis
O homem comum
satisfaz-se com os
fenômenos fisiológicos e
os prazeres que exaurem
os sentidos, sem
qualquer benefício para
a emoção. Todos os seus
planos e aspirações
giram em torno de lucros
que lhe propiciem as
metas imediatas do gozo,
da sensualidade.
Gozo alimentar e posse
sensual; gozo no sono e
sensualidade na ambição;
gozo na comodidade e
sensualismo na mente.
O seu intelecto se volta
para o utilitarismo e o
seu sentimento para a
sensação.
O crescimento que anela
é horizontal, de
superfície, encontrando
dificuldade para a
verticalização da vida,
a ascese.
*
O homem que desperta
para as experiências
libertárias, emerge dos
sentidos opressores e
ala-se. O conhecimento
torna-se-lhe uma bússola
e um roteiro, enquanto o
sentimento o propele à
conquista das
distâncias.
O prazer instala-se-lhe
nas áreas profundas do
ser através das
sucessivas aquisições da
renúncia, da abnegação,
da identificação dos
valores reais, em
detrimento das
inquietações
provenientes dos desejos
insatisfeitos.
Verticaliza a conduta e
comanda o pensamento,
sem vazios, físicos ou
mentais, para os
conflitos que envilecem,
atormentando o coração.
Os seus, são os triunfos
sobre os próprios
limites.
*
O homem comum vê, ouve e
vive conforme se apraz.
Os acontecimentos são
enfocados de acordo com
as lentes dos seus
interesses pessoais.
Tudo faz para fruir
sempre, desfrutando do
maior quinhão.
O seu humor é instável,
porque governado pela
força da paixão egoísta.
A sua fé é acomodada,
por supor que ganhará a
Vida utilizando os
métodos escusos em que
tem posto a existência.
*
O homem lúcido entende a
finalidade para a qual
foi criado por Deus e
vê, ouve e vive
obedecendo aos padrões
exarados pelas Leis que
regem a Vida.
Proporciona os meios
para que os fenômenos
aconteçam — efeitos
naturais das suas ações
postas a serviço dos
programas divinos.
É estável, porque sabe
que somente lhe acontece
o que se lhe torna de
melhor, daí retirando a
boa parte, aquela que o
ajuda em qualquer
ocorrência.
Crê e ama sem receio,
porque a sua é uma vida
fecunda.
O homem comum vive
embriagado ou aturdido,
ansioso ou desiludido.
O homem consciente
movimenta-se em paz.
Pilatos, na horizontal
do poder, lavou as mãos
quanto ao destino do
Justo.
Jesus, na vertical da
verdade, sem nenhuma
queixa submeteu-se.
Erguendo-se na cruz,
permanece como exemplo
fecundo de união com
Deus, na conquista total
da Vida.
Transcrito do cap.
5 do
livro Momentos de
Meditação, obra
psicografada pelo médium
Divaldo P. Franco.