112. A
Revue relata o
curioso fato que se deu
com o Sr. Cardon,
médico, falecido em
setembro de 1862, que
Kardec iria inserir mais
tarde no livro “O Céu
e o Inferno”
(Segunda Parte, cap.
III). (PP. 251 a 255)
113. Três mensagens
dadas pelo Espírito de
Jean Reynaud,
recentemente falecido em
Paris, são reproduzidas
na Revue, antes
de comporem o livro
“O Céu e o Inferno”
(Segunda Parte, cap.
II), publicado em 1865.
(PP. 255 a 258)
114. O Espírito de
Samuel Hahnemann escreve
sobre a medicina
homeopática, motivado
pela presença à sessão
de um médico homeopata
estrangeiro que lhe
pediu opinasse sobre o
estado atual da ciência.
Na mensagem, Hahnemann
lamenta a negligência
dos colegas terrenos
que, desconhecendo as
leis primordiais do
Organon, exageram as
doses e não dão à
trituração dos
medicamentos os cuidados
que ele indicara.
“Nenhum remédio é
indiferente, nenhum
medicamento é inofensivo
- diz Hahnemann -;
quando o diagnóstico
mal observado o faz dar
fora de propósito, ele
devolve os germes da
moléstia que era chamado
a combater.” (PP. 258 e
259)
115. O Sr. T. Jaubert,
vice-presidente do
tribunal civil de
Carcassone, diz numa
carta dirigida à
Sociedade Espírita de
Paris -- em que agradece
sua admissão entre os
membros honorários da
Sociedade -- que
acredita na imortalidade
da alma e na comunicação
dos mortos com os vivos,
tanto quanto crê no sol.
“Amo o Espiritismo como
a mais legítima
afirmação da lei de
Deus: a lei do
progresso”, acrescentou
Jaubert. (PP. 259 e 260)
116. Um artigo escrito
por F. Herrenschneider,
sobre a união da
Filosofia e do
Espiritismo, abre o
número de setembro.
Trata-se da introdução a
um trabalho que o autor
se propôs a fazer sobre
a necessidade da aliança
entre uma e outro, do
qual extraímos estes
pontos: I) Há dez ou
doze anos que o
Espiritismo se revelou
na França; comunicações
incessantes dos
Espíritos provocaram em
todas as camadas da
sociedade um movimento
religioso benéfico, que
importa encorajar e
desenvolver. II) O
espírito religioso
estava perdido,
sobretudo entre as
classes letradas e
inteligentes, porque o
sarcasmo voltairiano
tinha tirado o prestígio
do Cristianismo e o
progresso das ciências
lhes havia feito
reconhecer as
contradições existentes
entre os dogmas e as
leis naturais. III) O
desenvolvimento das
riquezas e as invenções
maravilhosas, associadas
à incredulidade e à
indiferença, protestavam
contra a renúncia ao
mundo, dando ensejo à
paixão pelo bem-estar,
pelo prazer, pelo luxo e
pela ambição. IV) Foi
então que, de repente,
os mortos vieram lembrar
que nossa vida presente
tem um dia seguinte, que
nossos atos têm suas
consequências, senão
nesta, infalivelmente na
vida futura. (PP. 261 e
262)
117. Na sequência, o Sr.
Herrenschneider afirma
que a renovação dessas
relações com os mortos é
e continuará sendo um
acontecimento
prodigioso, que terá
como consequência a
regeneração tão
necessária da sociedade
moderna. É que, quando a
sociedade humana não tem
outro objetivo senão a
prosperidade material e
o prazer dos sentidos,
mergulha no materialismo
egoísta, renuncia a
todos os esforços que
não conduzem a uma
vantagem palpável, só
estima os que têm posses
e apenas respeita o
poder que se impõe.
Contra semelhante
disposição moral, a
Filosofia é impotente.
(P. 262)
118. O autor desenvolve
então toda uma tese,
para concluir que a
união do Espiritismo com
a Filosofia lhe parece
de alta necessidade para
a felicidade humana e
para o progresso moral,
intelectual e religioso
da sociedade moderna,
porque não mais estamos
no tempo onde se podia
afastar a ciência humana
e preferir, a ela, a fé
cega. (PP. 263 a 268)
119. Kardec esclarece
dúvida apresentada por
confrades de Moulins a
respeito da diferença
entre expiação e prova.
A expiação - diz o
Codificador -
implica necessariamente
a ideia de um castigo
mais ou menos penoso,
resultado de uma falta
cometida. A prova não
tem relação com falta
anterior, mas implica
sempre um estado de
inferioridade real ou
presumível do Espírito,
porque quem chegou ao
ponto culminante a que
aspira não necessita
mais de provas. (PP. 268
a 271)
120. Kardec diz ainda
que em certos casos a
prova se confunde com a
expiação, ou seja, a
expiação pode servir de
prova e a prova servir
de expiação. E cita o
exemplo do aluno que se
apresenta para receber
a graduação,
submetendo-se a uma
prova. Se falhar, terá
de recomeçar o trabalho,
por vezes penoso, cuja
carga é uma espécie de
punição da negligência
no primeiro. A segunda
prova é, portanto, além
de prova, uma expiação.
Kardec esclarece, por
fim, que é um erro
pensar que o caráter
essencial da expiação
seja o de ser imposta,
pois o próprio Espírito
pode solicitá-la. (PP.
271 a 274)
121. A
Revue apresenta
a segunda carta aberta
dirigida por Kardec ao
padre Marouzeau, na qual
o Codificador diz que
as previsões feitas pelo
reverendo não se
cumpriram, apesar dos
ataques, dos sermões,
das excomunhões e das
brochuras que o clero
lançou e continuava a
lançar contra a doutrina
espírita, eivados todos
eles das mais grosseiras
injúrias, calúnias e
ultrajes pessoais.
Reafirmando que a
doutrina espírita não é
criação sua, mas obra
dos Espíritos, Kardec
encerra a carta dizendo:
“Senhor padre, eu vos
dou o prazo de dez anos
para ver o que então
pensais da doutrina”.
(PP. 274 a 278)
(Continua no próximo
número.)