LUIS ROBERTO
SCHOLL
robertoscholl@terra.com.br
Santo Ângelo,
Rio Grande do
Sul (Brasil)
A
morte na
infância
– Por que a vida
se interrompe
com tanta
frequência na
infância?
“A duração da
vida da criança
pode
representar,
para o Espírito
que nela está
encarnado, o
complemento de
uma existência
interrompida
antes do término
devido, e sua
morte, quase
sempre,
constitui
provação ou
expiação para os
pais.”
(Questão 199, de
O Livro dos
Espíritos.)
A morte de
crianças, seres
recém iniciados
na vida física,
desafia há
séculos a
inteligência
humana, que
busca razões
filosófico/religiosas
para os motivos
desta
ocorrência.
À luz das
religiões
tradicionais
fica difícil,
senão
impossível,
entender Deus
que,
aparentemente de
forma injusta,
retira do seio
familiar seres
ainda não
comprometidos
perante a lei
divina, na visão
da unicidade da
existência.
No Espiritismo,
doutrina que
demonstra as
múltiplas
existências do
Espírito -
reencarnação
–, encontra-se
explicações
lógicas para tal
ensejo,
compreendendo a
perfeita justiça
e misericórdia
divina na morte
das crianças.
André Luiz ¹
afirma que
“Muitas
existências são
frustradas no
berço, não por
simples punição
externa da Lei
Divina, mas
porque a própria
Lei Divina
funciona para
todos nós, desde
que todos
existimos no
hausto do
Criador”.
A lei de causa e
efeito é
inexorável a
todas as
criaturas.
Quando a lei
divina é
violada, se faz
necessário a
reparação
inevitável pelo
agente causador,
para o seu
próprio
prosseguimento
evolutivo.
“Frequentemente,
através do
suicídio,
integralmente
deliberado, ou
do próprio
desregramento,
operam em nossa
alma calamitosos
desequilíbrios
(...)”
que “(...)
determinam
processos
degenerativos e
desajustes nos
centros
essenciais do
psicosssoma
(...)”,
afetando no
campo da
natureza íntima
do ser, que
necessitam de
reajustes
através dos
processos
cármicos
reencarnatórios.
Frente ao
impacto da
desencarnação
provocada, a
alma entra em
“pavoroso
colapso” e
“indescritíveis
flagelações”,
que podem
conduzir estas
mentes
perturbadas, já
na dimensão
espiritual, para
processos de
loucura
profunda.
Torna-se
imperioso, após
certo período na
erraticidade, a
reintegração
deste Espírito
no plano carnal,
como enfermos
graves, em
breves períodos
de vida física,
para, com a
colaboração dos
encarnados, se
reabilitarem
gradativamente
dos débitos
adquiridos
conjuntamente.
Então renascem
Espíritos
comprometidos em
corpos com
debilidades
físicas ou
mentais, para
tratamento e
recuperação do
corpo espiritual
em distonia.
Quando ocorre a
morte
acidental ou
violenta de
crianças,
muitas vezes,
são reações de
um Espírito
comprometido em
existência
anterior a
problemas do
suicídio
associado ao
homicídio,
sendo esta
dolorosa forma
de desencarne a
tradução
inevitável no
ciclo do
resgate.
Excetuando os
casos de
Espíritos
missionários ou
em estágios de
provação, as
existências
interrompidas no
alvorecer da
vida física
“(...)
representam
cursos rápidos
de socorro ou
tratamento no
corpo espiritual
desequilibrado
por nossos
próprios
excessos e
inconsequências
(...)”.
Deus, justo e
bom, oportuniza
a todas as
criaturas a
possibilidade de
recomeço, sendo
a escola da vida
o educandário
que merece o
nosso apreço. O
corpo físico,
como instrumento
de manifestação
do Espírito, faz
jus ao respeito
e cuidados
necessários para
o seu bom
aproveitamento,
cabendo-nos o
aperfeiçoamento
em amor e
sabedoria,
aprimorando a
Vida na busca da
aproximação com
o Criador.
Importante
ressaltar que a
criança que
desencarna
recebe todo o
amparo dos
benfeitores
espirituais e
recomeça na
erraticidade a
preparação para
uma nova
existência no
plano físico, na
maioria das
vezes com uma
carga menor de
comprometimentos.
¹
Todos os textos
e palavras
destacadas em
itálico foram
extraídos do
livro
Evolução em Dois
Mundos, de
André
Luiz/Francisco
Xavier e Waldo
Vieira,
Federação
Espírita
Brasileira, 22.
ed.- 2004,
p.261-265.