122. O jornal “Écho
de Sétif” de
23/7/1863 transcreveu
artigo do Sr. C*** em
que este responde à
brochura publicada pelo
Sr. Leblanc de Prébois
contra o Espiritismo. A
Revue divulga
parte do mencionado
artigo. (PP. 279 e 280)
123. Na seção de livros,
Kardec comenta a obra
Revelações sobre minha
vida sobrenatural,
escrita por Daniel
Dunglas Home, em que
este faz um relato puro
e simples, sem quaisquer
explicações, dos
fenômenos mediúnicos por
ele produzidos.
Lembrando que tais
fenômenos são
interessantes para quem
conhece o Espiritismo,
mas pouco convincentes
para os incrédulos, o
Codificador censura no
livro: I) a ausência de
qualquer conclusão,
qualquer dedução
filosófica ou moral
acerca dos fenômenos;
II) as incorreções de
estilo, sobretudo na
versão francesa; III) a
qualificação de
sobrenatural dada
pelo Sr. Home à sua
vida. Aliás, a respeito
da passagem do notável
médium pela França,
Kardec insiste na tese
de que ele (Home)
apressou em terras
francesas a eclosão do
Espiritismo pelo brilho
de seus fenômenos, mesmo
entre os incrédulos,
provando que não são
cercados de mistérios e
que se pode ser médium
sem o ar de feiticeiro.
(PP. 280 a 284)
124. Outra obra citada
pela Revue,
recomendada por Kardec
com toda a confiança e
sem restrições, é
Sermões sobre o
Espiritismo, em que
um espírita de Metz
refuta os sermões
pregados na Catedral de
Metz em maio de 1863
pelo rev. Pe. Letierce,
da Companhia de Jesus.
(P. 284)
125. A
Revue transcreve
duas mensagens
espontâneas obtidas na
Sociedade Espírita de
Paris. A primeira, sem
assinatura, é de uma
jovem morta
prematuramente, após
longa enfermidade. “Não
conheci -- disse a
jovem -- a
perturbação e entrei
serena e recolhida no
dia radioso que envolve
os que, depois de muito
sofrimento, esperaram um
pouco.” A segunda, de
autoria do Espírito de
Lamennais, fala sobre o
purgatório. (PP. 285 e
286)
126. O número de
setembro da Revue
é fechado com três
mensagens obtidas fora
de Paris: I) A castidade
é o tema da primeira, em
que o autor afirma que
de todas as virtudes
exemplificadas pelo
Cristo nenhuma foi mais
indignamente esquecida
quanto a castidade. No
final da comunicação, o
autor enfatiza a
importância da educação
da criança, cujos órgãos
da inteligência são, na
infância, como cera
mole, apta a receber a
moldagem do mais fraco
objeto que a toque,
deixando uma impressão
que, depois de
endurecida a cera, se
tornará inapagável. II)
O dedo de Deus é o
assunto da segunda
mensagem, na qual um
Espírito familiar diz
que o dedo de Deus pode
ser a punição sobre a
cabeça do culpado, o
remorso que rói os
corações, mas também a
paz reservada ao justo
ou a justiça grave e
austera, temperada pela
misericórdia. III) Na
terceira comunicação, um
Espírito explica por que
a verdade tem sido
ensinada no mundo de
forma gradual. É que --
afirma o comunicante
-- a humanidade
devia progredir com
sábia lentidão, para
que a marcha fosse
segura. (PP. 286 a 291)
127. Abrindo o número de
outubro de 1863, Kardec
diz que a sociedade
vinha sendo trabalhada,
um século antes, pelas
ideias materialistas,
reproduzidas sob todas
as formas, traduzindo-se
na maioria das obras
literárias e artísticas.
O espiritualismo, no
entanto, reagiu e foi
nessas circunstâncias,
eminentemente
favoráveis, que chegou o
Espiritismo. Se tivesse
chegado antes --
afirma o Codificador --
ter-se-ia chocado com o
materialismo
todo-poderoso; se
chegasse em tempo mais
recuado, teria sido
abatido pelo fanatismo
cego. (PP. 293 a 295)
128. Na sequência,
Kardec assevera que um
dos mais importantes
princípios espíritas é o
da pluralidade das
existências, que os
céticos confundem,
geralmente, com o dogma
da metempsicose. Charles
Fourier, Jean Reynaud e
muitos outros escritores
e pensadores
contemporâneos foram
reencarnacionistas, como
a escritora George Sand.
(PP. 295 e 296)
129. A
Revue noticia o
falecimento do Sr.
Costeau, membro da
Sociedade Espírita de
Paris, que foi sepultado
no cemitério de
Montmartre em vala
comum, fato que mostra
que a Sociedade de Paris
não era um grupo
exclusivamente
aristocrático, visto que
contava em seu seio mais
de um proletário. (PP.
297 e 298)
130. Momentos antes do
sepultamento, o Sr. Vézy
-- médium da Sociedade
-- desceu à cova e
transmitiu uma mensagem
dada ali mesmo pelo Sr.
Costeau, que,
referindo-se à
simplicidade do seu
enterro, informou que
ali se encontrava uma
multidão imensa de
amigos do plano
espiritual que vieram
recebê-lo no retorno à
verdadeira vida. (PP.
299 e 300)
131. Terminadas as
formalidades do
sepultamento, o grupo
espírita dirigiu-se ao
túmulo onde fora
sepultado o corpo de
Georges. De novo, o Sr.
Vézy transmitiu linda
mensagem de Georges, que
fora em vida cunhado do
Sr. d’Ambel,
vice-presidente da
Sociedade Espírita de
Paris, presente também
à cerimônia. (PP. 300 a
302)
(Continua no próximo
número.)