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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 109 – 31 de Maio de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Libertação

André Luiz

(Parte 20)

Damos continuidade ao estudo da obra Libertação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Em que, segundo o Espiritismo, consiste a morte?

R.: À mulher suicida que, depois de informada de sua desencarnação, considerava a morte uma tragédia pior que a vida, o Instrutor Gúbio disse, sereno: "A morte é simples mudança de veste, somos o que somos. Depois do sepulcro, não encontramos senão o paraíso ou o inferno criados por nós mesmos". (Libertação, cap. XII, pp. 158 a 160.) 

B. Quais são as armas justas que podemos usar no serviço de salvação?

R.: Respondendo a esta mesma questão, Gúbio disse a Saldanha: "Em todos os lugares, um grande amor pode socorrer o amor menor, dilatando-lhe as fronteiras e impelindo-o para o Alto, e, em toda a parte, a grande fé, vitoriosa e sublime, pode auxiliar a fé pequenina e vacilante, arrebatando-a às culminâncias da vida". (Obra citada, cap. XII, pp. 161 a 163.) 

C. O sono do magistrado, pai de Margarida, era calmo ou perturbado?

R.: O sono dele não poderia ser tão calmo quanto desejaria, em virtude do grande número de entidades sofredoras que lhe batiam às portas internas. Enquanto algumas rogavam socorro em altos brados, a maioria reclamava justiça. (Obra citada, cap. XIII, pp. 164 a 166.) 

Texto para leitura

82. A morte é simples mudança de veste - Apesar de despertada, a sui­cida não mostrava consciência de si mesma e não tinha a menor ideia de que desencarnara. Parecia uma sonâmbula perfeita, acordando de súbito. Adiantando-se na direção do esposo, exclamou, estentórica: "Jorge, Jorge! ainda bem que o veneno não me matou! Perdoa-me o gesto impen­sado... Curar-me-ei para vingar-te! Assassinarei o juiz que te conde­nou a tão cruéis padecimentos!" Vendo que o esposo não reagia, ela im­plorou: "Ouve! atende-me! onde dormi tanto tempo? Nossa filha! onde está?" Jorge, contudo, prosseguiu na mesma atitude, sem nada perceber, e Gúbio abeirou-se dela, pedindo-lhe que se aquietasse. Irene não en­tendeu a sugestão do Instrutor e pediu-lhe que a reconduzisse a seu lar, visto que seu esposo não a escutava, nem a entendia. Gúbio, com voz triste, acariciando-lhe a fronte assustadiça, falou-lhe, sem rebu­ços: "Filha, as portas de tua casa no mundo cerraram-se para tua alma com os olhos do corpo que perdeste. Teu esposo jaz liberado dos com­promissos do matrimônio carnal e tua filha, desde muito, foi acolhida em outro lar. É indispensável, pois, que te refaças, de modo a pres­tar-lhes todo o serviço que desejas". Irene rojou-se de joelhos, solu­çando. "Então, morri? A morte é uma tragédia pior que a vida?" -- cla­mou, desesperada. Gúbio elucidou, sereno: "A morte é simples mudança de veste, somos o que somos. Depois do sepulcro, não encontramos senão o paraíso ou o inferno criados por nós mesmos". Em seguida, como um pai falando a uma filha querida, lamentou o seu gesto tresloucado, mostrando-lhe que um momento de rebeldia pôs um destino em perigo, como um pequenino erro de cálculo ameaça a estabilidade de um edifício inteiro. Ela referiu-se a Deus: Onde Ele estava que não a socorreu a tempo? Gúbio lembrou-lhe a inoportunidade da pergunta, porquanto a bondade do Senhor jamais se ausenta de nós. E afirmou-lhe que, segundo a lei maior, ela experimentaria então a consequência do ato impensado, livremente praticado, considerando que poucas circunstâncias lhe ate­nuavam a gravidade da falta. (Cap. XII, pp. 158 a 160) 

83. As armas no serviço de salvação - A censura paternal de Gúbio era impregnada de esperança. "Vencerás, Irene; vencerás" -- disse-lhe o Instrutor, mas a suicida, entre o desapontamento e a rebeldia, não pa­recia interessada em reter os conceitos ouvidos. Foi então que ela identificou a presença de Saldanha no recinto, o que a fez gritar medrosamente. Vencido o medo, dirigiu-se ao sogro, inquirindo: "Sombra ou fantasma, que procuras aqui? por que não vingaste o filho infeliz? não te dói tanta infâmia inútil?" Saldanha recebeu tais perguntas como vergastadas no íntimo, e profunda indignação lhe empalideceu o sem­blante. Hesitante quanto à atitude a tomar, procurou, porém, em Gúbio a cooperação necessária, e o Instrutor respondeu à suicida: "Irene, a certeza da vida vitoriosa, acima da morte, não te infunde respeito ao coração? supões estejamos subordinados a um poder que nos desconhece? Perante a verdade nova que te surpreende a alma, não percebes a infi­nita sabedoria de um Supremo Doador de todas as bênçãos? Onde se en­contra a felicidade da vingança? O sangue e as lágrimas de nossos ini­migos apenas aprofundam as chagas que nos abriram nos corações". O benfeitor espiritual prosseguiu falando, chamando a infeliz mulher à razão, e ela silenciou, soluçante, enquanto Saldanha enxugava as lá­grimas que as palavras generosas de Gúbio lhe haviam arrancado. Sere­nados os ânimos, o Instrutor explicou a Saldanha que, se Jorge melho­rara, ambas as mulheres exigiam socorro urgente. Não seria lícito deixá-las naquele ambiente inóspito. Saldanha concordou com a observação. Gúbio disse que poderia abrigá-las numa instituição socorrista próxima, mas era indispensável a autorização dele. Saldanha, bastante modificado em suas predisposições íntimas, aquiesceu, e o Instrutor providenciou a internação necessária. De retorno à casa de Margarida, Saldanha perguntou, timidamente, quais eram as armas justas num ser­viço de salvação, ao que Gúbio retrucou atenciosamente: "Em todos os lugares, um grande amor pode socorrer o amor menor, dilatando-lhe as fronteiras e impelindo-o para o Alto, e, em toda a parte, a grande fé, vitoriosa e sublime, pode auxiliar a fé pequenina e vacilante, arreba­tando-a às culminâncias da vida". (Cap. XII, pp. 161 a 163) 

84. Alencar perturba a jovem Lia - De novo em casa de Margarida, Gúbio propôs a Saldanha um contato com o juiz, pai da enferma, com o obje­tivo de analisar a situação da filha de Jorge, que ali trabalhava. O magistrado residia ali mesmo, visto que Gabriel e Margarida usavam so­mente pequena dependência da vasta residência. Saldanha concordou. Eles então penetraram na ala central da casa. O sono do juiz não pode­ria ser tão calmo quanto desejaria, em virtude do grande número de en­tidades sofredoras que lhe batiam às portas internas. Algumas rogavam socorro em altos brados; a maioria reclamava justiça. De repente, um rapaz encarnado lhes apareceu, a caminho do pavimento inferior da casa. Era Alencar, filho do juiz, que perseguia Lia, a neta de Sal­danha. O jovem postou-se à entrada de um quarto modesto e tentava forçá-la. Seu hálito denunciava a noitada de bebidas. "Todas as noites -- comentou Saldanha -- procura abusar de nossa pobre menina. Não tem o mínimo respeito a si mesmo. Reparando a resistência de Lia, estende os processos de perseguição, com ameaças diversas, e acredito que, se ainda não atingiu os fins indignos para os quais se orienta, é porque permaneço a postos, agindo na defesa com a brutalidade que me é carac­terística". Dava para notar o tom de humildade que transparecia, então, das palavras do diretor da falange; a consideração que dispensava agora a Gúbio indicava a súbita transformação que nele se operara; o obsessor de Margarida mostrava compreensão e doçura nos gestos reve­rentes. Percebendo que o rapaz estava possuído de forças degradantes, requerendo colaboração enérgica, Gúbio ministrou-lhe passes magnéticos nos órgãos visuais, e Alencar, passados alguns minutos, retirou-se, algo cambaleante, para seu quarto, com as pálpebras semicerradas. A filha de Saldanha teria paz por alguns dias. (Cap. XIII, pp. 164 a 166) 

85. As dúvidas do magistrado - Em seguida, o grupo dirigiu-se ao apar­tamento privado do juiz. Este ali se mantinha de corpo repousado sobre o colchão macio, mostrando, porém, a mente inquieta, flagelada. To­cando-lhe a fronte, André auscultou-lhe os pensamentos mais profundos: "Onde estariam centralizados os supremos interesses da vida? onde a ambicionada paz espiritual que não conquistara em mais de meio século de experiência ativa na Terra? por que arquivava no coração os mesmos sonhos e necessidades do homem de quinze anos, quando ultrapassara já os sessenta? Crescera, estudara, casara-se. Todas as lutas, no fundo, não lhe haviam modificado a personalidade. Conquistara os títulos que assinalam no mundo os sacerdotes do direito e, por centenas de vezes, envergara a toga para julgar processos difíceis. Proferira sentenças inúmeras e tivera nas mãos, sob o próprio desígnio, a destinação de muitos lares e de coletividades inteiras. Recebera homenagens de po­bres e ricos, grandes e pequenos, no transcurso da viagem pelo encape­lado mar da experiência terrestre em face da posição que desfrutava no ataviado barco do tribunal. Respondera a milhares de consultas em ca­sos de harmonia social, mas, na vida íntima, singular deserto lhe po­voava a alma toda. Sentia sede de fraternidade com os homens; todavia, a posse do ouro e a eminência na atividade pública impunham-lhe gran­des obstáculos para ler a verdade na máscara dos semelhantes. Experi­mentava intraduzível fome de Deus. No entanto, os dogmas das religiões sectárias e as discórdias entre elas afastavam-lhe o espírito de qual­quer acordo com a fé atuante no mundo. Por outro lado, a ciência co­mum, negativista e impenitente, ressecara-lhe o coração. Toda a exis­tência se resumiria a simples fenômenos mecânicos dentro da natureza?" (Cap. XIII, pp. 166 e 167) (Continua no próximo número.)   


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita