142. A
Revue traz breve
comentário de Kardec
sobre o livro “O
Espiritualismo
Racional”, do Sr. G.
H. Love, engenheiro, que
se propôs tirar da
própria ciência e da
observação dos fatos a
demonstração das ideias
espiritualistas. Num dos
trechos do livro, seu
autor afirma “que é
impossível ser um bom
espírita sem ser um
homem de bem e um bom
cidadão”. E
acrescenta: “Não conheço
muitas religiões das
quais se possa dizer o
mesmo”. (PP. 321 e 322)
143. Kardec volta a
comentar a brochura
Sermões sobre o
Espiritismo, a que a
Revue se
reportou no mês de
setembro (veja a pág.
284 da Revue e o item
124 deste resumo).
Trata-se da refutação
feita por um confrade de
Metz a três sermões
pregados em maio de 1863
na Catedral de Metz
pelo Pe. Letierce, da
Companhia de Jesus. (PP.
322 a 324)
144. O segundo artigo
escrito pelo Sr. F.
Herrenschneider sobre a
união da Filosofia e do
Espiritismo abre o
número de novembro de
1863. Eis os pontos
principais contidos no
alentado estudo: I) A
alma humana é
constituída de maneira a
existir separadamente do
corpo, tão bem quanto em
seu envoltório. II) Os
espíritas são homens bem
dispostos para a busca
da verdade porque
renunciaram por si
mesmos às vaidades
mundanas e à superstição
oficial dos cultos
reconhecidos. III) A
alma compõe-se de dois
elementos bem distintos
entre si e, apesar
disso, indissoluvelmente
unidos, porque jamais e
em parte alguma esses
elementos se encontraram
separadamente. IV) O
ecletismo espiritualista
nos reconhece três
faculdades principais: a
vontade, a sensação e a
razão, faculdades essas
que se distinguem do
corpo físico. V) Deus
nos proporcionou fatos,
circunstâncias e
acontecimentos
providenciais bastante
chocantes para nos
reconduzir ao bom
caminho. As doutrinas
e os fatos sobre os
quais se funda o
Espiritismo estão
neste número. (PP. 325 a
335)
145. Kardec transcreve
passagens de uma Carta
Pastoral dirigida pelo
Bispo de Argel em 18 de
agosto de 1863 aos curas
de sua diocese, na qual
o clérigo adverte sobre
a “superstição dita
Espiritismo”. Em
seguida aos trechos da
Pastoral o Codificador
alinhou seus
comentários,
iniciando-os com a
informação de que a
circular foi um
excelente meio de tornar
o Espiritismo conhecido
em lugares onde antes
ele não o era. Aliás, a
virulência e o exagero
contidos nos sermões
sempre concorreram para
o aumento do número de
adeptos, como se deu em
Lyon. A Carta termina
ordenando a interdição
na diocese de Argel da
prática do Espiritismo e
da invocação dos mortos.
Segundo Kardec, essa
ordenação foi a primeira
lançada com o fito de
interditar oficialmente
o Espiritismo numa
localidade e, por esse
motivo, a data 18-8-1863
deve ficar marcada nos
anais do Espiritismo,
como a de 9-10-1861,
quando se realizou o
auto-de-fé de Barcelona.
(PP. 335 a 345)
146. A
Revue transcreve
duas cartas de leitores,
que demonstram o efeito
da ação moralizadora do
Espiritismo. Na
primeira, o Sr. Adolphe
Roussel conta que a
simples leitura do
livrinho “Que é o
Espiritismo?” o
havia retirado das
hostes do ateísmo e do
materialismo. Na
segunda, um cidadão
recluso numa
penitenciária revela o
bem que o conhecimento
do Espiritismo lhe fez,
devolvendo-lhe, embora
preso, a crença em Deus
e em sua justiça. (PP.
345 a 351)
147. Novo sucesso obtido
pelo Espírito
tiptologista de
Carcassone é noticiado
pela Revue:
trata-se da medalha de
bronze obtida no
concurso de Nîmes, após
ter alcançado o primeiro
prêmio na Academia dos
Jogos Florais de
Toulouse, atuando como
médium o Sr. Jaubert,
vice-presidente do
Tribunal Civil de
Carcassone. (PP. 351 e
352)
148. É transcrita pela
Revue
interessante passagem
extraída de uma obra
publicada pelo dr.
Gelpke, em 1817, em
Leipzig, na qual o autor
alude à existência de
habitantes em outros
planetas. (PP. 352 e
353)
149. Fechando o número
de novembro, a Revue
publica duas
comunicações assinadas
por São Luís e Santo
Agostinho. Na primeira,
denominada “A nova
torre de Babel”, São
Luís assevera que o
Espiritismo é o
Cristianismo da Idade
Moderna e deve restituir
às tradições o seu
sentido espiritualista.
Santo Agostinho diz, na
segunda mensagem, que os
antigos profetas eram
todos inspirados por
Espíritos elevados, que
lhes davam ensinamentos
de natureza a serem
compreendidos apenas por
inteligências de escol e
cujo sentido não
estivesse em oposição
muito patente com os
conhecimentos da época.
Era, desse modo,
possível interpretá-los
de maneira adequada à
inteligência das massas,
para que estas não os
rejeitassem, o que
certamente se daria se
as revelações estivessem
em oposição muito formal
com as ideias gerais.
(P. 354)
150. Hoje -- assevera
Santo Agostinho -- o
cuidado dos Espíritos é
o de esclarecer
completamente os homens,
fazendo-os compreender
as aproximações
existentes entre as
revelações atuais e as
dos antigos. E outra é a
sua tarefa: combater a
mentira, a hipocrisia e
o erro, missão muito
difícil e muito árdua,
mas cujo fim será
alcançado, porque essa é
a vontade de Deus. (P.
355)
151. Abrindo o número de
dezembro, Kardec
responde a um distinto
publicista que, embora
não fosse contrário aos
processos espíritas,
julgava-os inúteis no
seu caso. O Codificador
mostra, porém, a
utilidade do ensino
trazido pelos Espíritos,
apontando os inúmeros
motivos que dão
embasamento à sua tese.
Nesse sentido, os fatos
e as vozes de
além-túmulo, fazendo-se
ouvir em seus próprios
lares, promovem a
necessária mudança que
simples considerações
filosóficas não
conseguem imprimir no
caráter e no pensamento
da criatura humana. (PP.
357 a 360)
(Continua no próximo
número.)