ANGÉLICA
REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
O Porquê da Vida
Léon Denis
(4ª Parte)
Damos
prosseguimento
nesta edição ao
estudo do
clássico O
Porquê da Vida,
de Léon Denis,
com base na 14ª
edição publicada
pela Federação
Espírita
Brasileira. |
Questões
preliminares
A. Como Léon Denis
analisa a riqueza?
R.: Ele reconhece que a
riqueza concede-nos
poderosos meios de
estudo e maiores
faculdades para aliviar
nossos irmãos infelizes,
mas são raras as pessoas
que consideram um dever
trabalhar pelo alívio da
miséria, pela instrução
e melhoramento do seu
próximo. Além disso, a
riqueza quase sempre
esteriliza o coração
humano, extingue essa
chama interna que anima
as almas generosas,
interpõe uma barreira
entre os poderosos e os
humildes e faz a pessoa
viver numa esfera onde
não comparticipam os
deserdados do mundo.
(O Porquê da Vida, pp.
36 e 37.)
B. Para o progresso do
Espírito é melhor uma
condição de vida mais
modesta?
R.: Sim. O homem é dócil
e afetuoso para os seus
semelhantes nas ocasiões
da necessidade, mas
torna-se quase
intratável quando de
posse dos bens
materiais. Assim, uma
condição modesta convirá
melhor ao Espírito que
deseja progredir e
conquistar as virtudes
necessárias à sua
ascensão moral. Longe do
turbilhão dos prazeres
enganosos, julgará
melhor a vida. Sóbrio e
laborioso,
contentar-se-á com
pouco, preferindo acima
de tudo os prazeres da
inteligência e as
alegrias do coração, com
o que ficará fortificado
contra os assaltos da
matéria. (Obra
citada, pág. 38.)
C. Qual é o alvo, o
objetivo, a finalidade
da vida?
R.: O alvo da vida não é
a fruição de gozos e
venturas, mas o
aperfeiçoamento por meio
do trabalho, do estudo,
do cumprimento do dever
inerente à alma,
personalidade que
encontraremos no
além-túmulo tal como a
trabalhamos na
existência terrestre.
(Obra citada, pág. 41.)
Texto para leitura
40. A riqueza
concede-nos poderosos
meios de estudo e
maiores faculdades para
aliviar nossos irmãos
infelizes, mas são raras
as pessoas que
consideram um dever
trabalhar pelo alívio da
miséria, pela instrução
e melhoramento do seu
próximo. (P. 36)
41. A riqueza, por outro
lado, quase sempre
esteriliza o coração
humano, extingue essa
chama interna que anima
as almas generosas,
interpõe assim uma
barreira entre os
poderosos e os humildes
e faz a pessoa viver
numa esfera onde não
comparticipam os
deserdados do mundo e na
qual, por conseguinte,
as necessidades e os
males destes são
ignorados ou
desconhecidos. (PP. 36 e
37)
42. A miséria tem também
seus perigos terríveis:
a degradação dos
caracteres, o desespero,
o suicídio. Contudo,
enquanto a riqueza nos
torna indiferentes e
egoístas, a pobreza,
aproximando-nos dos
humildes, faz
apiedar-nos das suas
dores. (P. 37)
43. É necessário que nós
mesmos soframos para
podermos avaliar os
sofrimentos de outrem.
Enquanto os poderosos,
no seio das honras, se
invejam reciprocamente e
procuram rivalizar em
pompas, os pequenos,
unidos pela necessidade,
vivem às vezes em
afetuosa fraternidade.
(P. 37)
44. O homem é assim:
dócil, afetuoso para os
seus semelhantes nas
ocasiões da necessidade,
torna-se quase sempre
esquecido e intratável
quando de posse dos bens
materiais. Por isso, uma
condição modesta convirá
melhor ao Espírito que
deseja progredir e
conquistar as virtudes
necessárias à sua
ascensão moral. Longe do
turbilhão dos prazeres
enganosos, julgará
melhor a vida. Sóbrio e
laborioso,
contentar-se-á com
pouco, preferindo acima
de tudo os prazeres da
inteligência e as
alegrias do coração,
com o que ficará
fortificado contra os
assaltos da matéria. (P.
38)
45. Se o alguém o
ridicularizar, se o
tornar vítima da
injustiça e da intriga,
aprenderá a suportar
pacientemente os seus
males ao lembrar-se dos
seus antepassados:
Sócrates bebendo a
cicuta, Jesus pregado
numa cruz, Joana d’ Arc
atirada à fogueira. E
após uma existência
cheia de obras, quando
soar a hora fatal, é com
calma e sem pesar que
receberá a morte. (P.
38)
46. Esse vestíbulo das
regiões ultraterrestres,
ele o franqueará com
serenidade, porque terá
lutado, sofrido, amado,
consolado, aliviado os
que choram, ensinado o
bem, a verdade e a
justiça, e dando a todos
o exemplo da correção e
da doçura. (P. 39)
47. O homem precisa ter
fé no destino, porque
este é grandioso.
Engrandecer-se de vida
em vida, esclarecer-se
pelo estudo,
purificar-se pela dor,
adquirir uma ciência
cada vez mais vasta e
qualidades sempre mais
nobres: eis o que lhe
está reservado. (P. 39)
48. Deus fez mais, ao
conceder-lhe os meios de
colaborar em sua obra
imensa, de participar na
lei do progresso sem
limites, abrindo vias
novas a seus
semelhantes, elevando
seus irmãos, atraindo-os
a si, iniciando-os nos
esplendores do que é
verdadeiro e belo e nas
sublimes harmonias do
Universo. (PP. 39 e 40)
49. É preciso, pois,
erguer o olhar e abraçar
as vastas perspectivas
de nosso futuro
infinito, recolhendo
desse espetáculo a
energia necessária para
afrontar os vendavais e
as tormentas mundanas.
(P. 40)
50. O que vemos hoje não
perdurará. O sopro do
infinito varrerá para
sempre a poeira desses
mundos gastos, mas nós
viveremos sempre,
prosseguindo a eterna
jornada no seio de uma
criação renovada
incessantemente. (PP. 40
e 41)
51. Cabe-nos, assim,
considerar no seu justo
valor as coisas
terrenas. Sem dúvida,
não poderemos
desdenhá-las, porque são
necessárias ao nosso
progresso. Nossa missão
é a de contribuir para o
seu aperfeiçoamento,
melhorando-nos a nós
mesmos e compreendendo
que o alvo da vida não é
de gozos e venturas, mas
o aperfeiçoamento por
meio do trabalho, do
estudo, do cumprimento
do dever inerente à
alma, personalidade que
encontraremos no
além-túmulo tal como a
trabalhamos na
existência terrestre.
(P. 41)
52. A solução
que damos sobre
os problemas da
vida, além de
baseada na mais
rigorosa lógica,
está conforme
com as crenças
dos maiores
gênios da
Antiguidade, os
ensinos de
Sócrates, de
Platão, de
Orígenes e as
doutrinas dos
Druidas, que,
depois de vinte
séculos, puderam
ser
reconstituídas
pela História.
Foi nelas que os
gauleses
encontravam a
sua coragem
indomável e
aprendiam a
desprezar a
morte. (PP. 41 e
42)
(Continua no
próximo número.)
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