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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 3 - N° 112 – 21 de Junho de 2009

 


A lição da formiga

 

Na escola de Otávio organizava-se uma festa e os alunos, animados, ultimavam os preparativos. Alguns penduravam enormes cordões de bandeirinhas coloridas, outros faziam cartazes, outros varriam o chão, outros ainda limpavam as mesas e cadeiras. 

Na cozinha, preparavam-se bolos e tortas, doces e salgados, para serem servidos durante a festa. 

Trabalhavam com amor, enquanto conversavam e se divertiam. 

Otávio era o único que não quisera colaborar em nada. 

A professora, atenta e dedicada, solicitou-lhe várias vezes que ajudasse nesse ou naquele setor de serviço, mas ele recusava-se terminantemente a auxiliar no esforço de todos. 

Certo momento, a professora ordenou-lhe, severa: 

— Já que você se recusa a colaborar na organização de nossa festa, a exemplo dos demais, terá uma outra tarefa: deverá entregar-me amanhã, sem falta, uma redação sobre o tema: A Vida das Formigas.  

— Mas professora, isso não é justo! — reclamou o garoto. — Só eu tenho que fazer esse trabalho? 

— Engano seu, Otávio. Não é justo é você estar sem fazer nada enquanto seus colegas trabalham e se esforçam a benefício de todos. 

Fez uma pausa e, vendo a indecisão de Otávio, completou: 

— Pode começar já, caso contrário não conseguirá terminar até amanhã. 

— Mas, como fazer isso? Não sei por onde começar! — retrucou o garoto. 

— É simples. Observe as formigas no jardim! 

Muito embaraçado, Otávio encaminhou-se para o jardim da escola. Suspirando, sentou-se no chão e pensou: Bolas! Onde é que vou encontrar formigas? 

Nisso, viu uma formiguinha que passou apressada entre  seus  pés.  Seguiu-a  com  o  olhar  e logo em

seguida reparou em duas outras que seguiam apressadas, no mesmo sentido. 

Curioso, levantou-se e acompanhou-as. Um pouco adiante, viu uma formiga que voltava carregando um pedaço de pão que, não obstante pequeno, era muitas vezes maior do que ela. 

Sorriu, divertido, e, ao mesmo tempo, admirado: — Aonde será que ela vai levar aquele pedacinho de pão duro? — pensou.   

Olhou em volta e, um pouco à frente, viu um grande pedaço de sanduíche que alguém jogara. Em torno dele, dezenas de formigas trabalhavam diligentes. Algumas cortavam em pedaços menores e outras os transportavam. 

Quando o pedaço era ainda muito pesado para suas pequenas forças, uniam os esforços e carregavam juntas. 

Seguindo o trajeto que faziam, Otávio percebeu   que   entravam   num  formigueiro,

deixavam a carga e retornavam ao trabalho. 

— Que interessante! — murmurou Otávio, impressionado com a cooperação e a união existente entre as pequenas operárias. — São tão pequenas e tão unidas e trabalhadeiras! 

Nesse momento, lembrou-se da festa da escola e que só ele não estava colaborando. Levantou-se, envergonhado, procurou a professora pedindo que lhe desse uma tarefa. 

Sorridente, a mestra perguntou: 

— Muito bom! Mas o que fez você mudar de idéia, Otávio? 

— As formigas que a senhora mandou que eu pesquisasse. Vivem unidas num sistema de cooperação fraterna e amiga. Se elas podem trabalhar, eu também posso. 

Parou de falar, fitando a professora e disse: 

— Só que, ajudando na festa, não terei muito tempo para preparar a redação. Preciso mesmo entregar amanhã cedo? 

A mestra sorriu, satisfeita, e, colocando a mão sobre a cabeça do menino falou, com carinho: 

— Não, Otávio. Não há necessidade de fazer a redação. Você já aprendeu sua lição.
 

                                                                 Tia Célia   


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita