1. Abrindo a Revue
de janeiro de 1864,
Kardec reafirma que a
causa do Espiritismo é a
do progresso e do
bem-estar material e
moral da humanidade. (P.
1)
2. Reportando-se ao ano
findo, o Codificador diz
que 1863 não foi um ano
fecundo para o
Espiritismo e, mais que
todos os outros, foi
marcado pela violência
de certos ataques de
seus adversários,
agressões essas que, em
vez de o deter, fizeram
o Espiritismo progredir.
(P. 2)
3. A
campanha dos opositores
da doutrina espírita
teve, além disso, o
mérito de provar a
impotência das armas
dirigidas contra o
Espiritismo. Mas esse
fato não foi o único
ponto positivo
registrado em 1863, um
ano marcado sobretudo
pelo aumento do número
de grupos e sociedades
formadas numa porção de
localidades onde não os
havia, tanto na França
quanto no estrangeiro.
(PP. 2 e 3)
4. Após informar ser
crescente o número das
sociedades que se têm
colocado espontaneamente
sob o patrocínio da
Sociedade Espírita de
Paris, Kardec assevera:
“É notório que a
doutrina do Livro dos
Espíritos é hoje o
ponto de convergência da
imensa maioria dos
adeptos; a máxima
Fora da caridade não há
salvação reuniu
todos os que veem o lado
moral do Espiritismo,
porque não há duas
maneiras de a
interpretar e ela
satisfaz a todas as
aspirações”. (P. 3)
5. O traço mais
característico do ano de
1863 foi, no entanto, o
movimento produzido na
opinião pública,
concernente à doutrina
espírita. “Fica-se
surpreendido - diz
Kardec - com a
facilidade com que o
princípio é aceito por
pessoas que até há pouco
o teriam repelido e
levado à troça. As
resistências - e falamos
das que não são
sistemáticas e
interessadas - diminuem
sensivelmente.” (P. 4)
6. O estado do
Espiritismo em 1863 pode
assim resumir-se:
ataques violentos;
multiplicação de
escritos pró e contra;
movimento nas ideias;
notável extensão da
doutrina, mas sem sinais
exteriores, de modo a
produzir uma sensação
geral; as raízes se
estendem, crescem os
rebentos, mas não chegou
ainda o momento da sua
maturidade. (P. 5)
7. Duas publicações,
elogiadas por Kardec,
surgiram no aludido ano:
La Ruche, de
Bordeaux, e La Verité,
de Lyon, cidade que
possuía o centro
espírita mais numeroso
da França e, talvez, do
mundo. (P. 5)
8. A
respeito da mediunidade
de cura, a Revue
transcreve carta de um
oficial de caçadores, em
que o confrade, espírita
de longa data, relata
alguns casos de curas
obtidas pelo missivista
através da imposição de
mãos sobre os enfermos.
(PP. 5 e 6)
9. Lida a carta na
Sociedade Espírita de
Paris, na sessão de
18/12/1863, o Espírito
de Mesmer explica qual é
o mecanismo das curas
obtidas pela imposição
de mãos. (PP. 7 e 8)
10. Informa Mesmer: I) A
vontade, que existe no
homem em diferentes
graus de
desenvolvimento, tanto
desenvolve o fluido
animal quanto o
espiritual. II) Há
vários gêneros de
magnetismo, em cujo
número estão o
magnetismo animal e o
magnetismo espiritual
que, conforme o caso,
pode pedir apoio ao
primeiro. III) Um outro
gênero de magnetismo,
muito mais poderoso
ainda, é a prece que uma
alma pura e
desinteressada dirige a
Deus. IV) Os médiuns
curadores começam por
elevar sua alma a Deus e
a reconhecer que, por si
mesmos, nada podem,
realizando dessa forma
um ato de humildade, de
abnegação. V) Deus lhes
envia, então, poderosos
socorros, porque sempre
recompensa o humilde
sincero, elevando-o, ao
passo que rebaixa o
orgulhoso. VI) Esse
socorro enviado por Deus
são os bons Espíritos
que vêm penetrar o
médium de seu fluido
benéfico, que é
transmitido ao doente.
VII) É por isso que o
magnetismo empregado
pelos médiuns curadores
é tão potente e produz
essas curas qualificadas
de miraculosas e que são
devidas simplesmente à
natureza do fluido
derramado sobre o
médium. (P. 7)
11. Complementando a
lição, o Espírito de
Paulo, apóstolo, diz que
o médiuns curadores,
quando imbuídos dos
sentimentos citados por
Mesmer, têm a fé que
levanta montanhas, o
desinteresse que
purifica os atos da vida
e a humildade que os
santifica. E pede a
todos eles que
perseverem na obra de
beneficência que
empreenderam,
lembrando-se de que
“aquele que pratica as
leis sagradas que o
Espiritismo ensina,
aproxima-se
constantemente do
Criador”. (P. 8)
12. Reafirmando nesse
processo o valor da
prece, Paulo conclui
nestes termos a
mensagem: “A doçura
constante do Cristo, sua
submissão à vontade de
seu Pai, sua perfeita
abnegação, são os mais
belos modelos da vontade
que se possa propor para
exemplo”. (P. 8)
13. Comentando o
assunto, o Codificador
assevera: I) Na ação
magnética propriamente
dita, é o fluido pessoal
do magnetizador que é
transmitido. II) Esse
fluido, que não é senão
o perispírito, participa
sempre, mais ou menos,
das qualidades materiais
do corpo, ao mesmo tempo
que sofre a influência
moral do Espírito. III)
É, pois, impossível que
o fluido de um encarnado
seja de uma pureza
absoluta, razão por que
sua ação curativa é
lenta, por vezes nula, e
outras vezes nociva,
porque transmite ao
doente princípios
mórbidos. IV) O médium
curador emite pouco de
seu fluido. Sente a
corrente do fluido
estranho que o penetra e
ao qual serve de
condutor. V) É com
esse fluido que
magnetiza e aí está o
que caracteriza o
magnetismo espiritual e
o distingue do
magnetismo animal. (PP.
8 e 9)
(Continua no próximo
número.)