Na edição
anterior,
dissemos que se
deve evitar a
expressão “única
alternativa”,
visto que, se
não existem
opções, não se
pode falar em
alternativa, que
deve, nesse
caso, ser
substituída
pelos vocábulos
opção, saída,
recurso,
possibilidade
etc.
Um leitor e
também
colaborador de
nossa revista
discordou do que
acima foi dito,
argumentando
que, segundo o
dicionário, as
palavras
“alternativa” e
“opções” são
sinônimas.
“Desde que temos
uma única opção
– diz o leitor –
deixa esta de
ser opção.”
O amigo leitor
está equivocado,
pois os
vocábulos
referidos não
são sinônimos
perfeitos.
Eis o que
registra o
Dicionário
Aurélio – Século
XXI:
Alternativa:
S. f. 1.
Sucessão de duas
coisas
reciprocamente
exclusivas. 2.
Opção entre duas
coisas.
Opção:
S. f. 1. Ato ou
faculdade de
optar; livre
escolha. 2.
Aquilo por que
se opta.
O ato de optar
chama-se
opção. Numa
situação
concreta, posso
ter diante de
mim uma ou
várias opções,
ainda que a
título teórico.
No caso do
vocábulo
alternativa
é necessário que
exista uma
segunda opção. A
palavra já tem,
como foi
demonstrado,
esse
significado. Por
isso é que não
cabem as
expressões
“outra
alternativa” e,
menos ainda,
“única
alternativa”. A
primeira é
redundante; a
segunda,
absurda.
*
Maria baixou
a cabeça, ou
Maria abaixou
a cabeça?
O verbo
baixar será
utilizado em
duas situações:
1ª. Quando não
há objeto
direto:
·
O nível do rio
baixou.
·
Os juros
baixaram.
·
O prestígio do
Senado baixou
muito.
2ª. Quando o
objeto direto é
nome de partes
do corpo:
·
Maria baixou a
cabeça.
·
O rapaz, por
timidez, baixou
os olhos.
·
Soldados, baixem
os braços!
Nos demais
casos, usa-se o
verbo abaixar:
·
Abaixe o som da
TV!
·
O empresário
abaixou o
salário de
todos.
·
Para tomar
injeção, o
menino teve de
abaixar as
calças.