VLADIMIR POLÍZIO
polizio@terra.com.br
Jundiaí, São Paulo
(Brasil)
Porta estreita
A mensagem do Evangelho
que fala sobre os
caminhos que levam o
homem à glória ou ao
sofrimento é apenas uma
amostragem daquilo que
cada um poderá usufruir
enquanto estiver na
Terra, no que se refere
ao bem-estar.
O Mestre Jesus não dá
opções para a
felicidade. Ele diz que
a porta larga é aquela
que proporciona
liberdade integral em
todos os atos do ser
humano, deixando que
cada um se comporte de
acordo com sua vontade.
Por essa porta, entra e
sai livremente, sem que
alguém o recrimine ou
cobre seus procedimentos
junto à comunidade em
que vive. Seu
comportamento é idêntico
ao animal que não está
acostumado com os
limites impostos à sua
total liberdade. Além de
não conhecer a fronteira
que delimita seu
território, desconhece
também o valor da
palavra ‘respeito’ e
quanto ela é importante
para que as pessoas
vivam bem e em paz.
Já a porta estreita, por
si só, já dá amostras do
que representa. Por esta
porta, o caminho se
torna justo e por isso
mesmo suave, o
sentimento de
fraternidade se faz
presente e quem por ela
passa sente-se
beneficiado com a leveza
de espírito, na certeza
de que está cumprindo
com inteligência
racional.
A existência terrena é
para ser vivida com
dignidade e respeito,
objetivos esses que
asseguram a firmeza da
conquista dos degraus
que aos poucos vamos
subindo.
Vale a pena rever a
conduta para que se
corrija o rumo,
procedimento adotado por
pilotos conscientes de
navios e aviões que não
querem se perder quando
desconfiam de que algo
não vai bem.
Por meio da psicografia
de Francisco Cândido
Xavier, seu mentor e
protetor espiritual
Emmanuel enviou esta
página que se chama
‘Porta Estreita’,
publicada no livro
Vinha de Luz:
“Antes da reencarnação
necessária ao progresso,
a alma estima na ‘porta
estreita’ a sua
oportunidade gloriosa
nos círculos carnais.
Reconhece a necessidade
do sofrimento
purificador. Anseia pelo
sacrifício que redime.
Exalta o obstáculo que
ensina. Compreende a
dificuldade que
enriquece a mente e não
pede outra coisa que não
seja a lição, nem espera
senão a luz do
entendimento que a
elevará nos caminhos
infinitos da vida.
Obtém o vaso frágil de
carne, em que se
mergulha para o serviço
de retificação e
aperfeiçoamento.
Reconquistando, porém, a
oportunidade da
existência terrestre,
volta a procurar as
‘portas largas’ por onde
transitam as multidões.
Fugindo à dificuldade,
empenha-se pelo menor
esforço.
Temendo o sacrifício,
exige a vantagem
pessoal.
Longe de servir aos
semelhantes, reclama os
serviços dos outros para
si.
E, no sono doentio do
passado, atravessa os
campos de evolução, sem
algo realizar de útil,
menosprezando os
compromissos assumidos.
Em geral, quase todos os
homens somente acordam
quando a enfermidade
lhes requisita o corpo
às transformações da
morte.
‘Ah se fosse possível
voltar!...’ – pensam
todos.
Com que aflição
acariciam o desejo de
tornar a viver no mundo,
a fim de aprenderem a
humildade, a paciência e
a fé!... Com que
transporte de júbilo se
devotariam então à
felicidade dos
outros!...
Mas... é tarde. Rogaram
a ‘porta estreita’ e
receberam-na. E porque
se acomodaram muito bem
nas ‘portas largas’,
voltam a integrar as
fileiras ansiosas
daqueles que procuram
entrar, de novo, e não
conseguem”.