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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 113 - 28 de Junho de 2009

CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

Crônicas da vida invisível (3)


Aconteceu esta semana de chegar cedo demais no centro da cidade para o trabalho diário na Justiça e, como de costume nestas ocasiões, decidi passar o tempo me deliciando com aquilo que mais me apetece nessas oportunidades: as livrarias. Assim, me dirigi a uma onde há tempos compro habitualmente muitas de minhas obras espíritas. Entrei e, despreocupada da hora, que me favorecia com largueza para explorar o local até onde me satisfizesse, passei a folhear detidamente volumes vários de autores tanto conhecidos quanto desconhecidos.

Nesta ocupação prazerosa, concentrei-me especialmente nas obras de Herculano Pires que ainda não havia lido, e numa particular que repentinamente me captou a atenção pelo título, metida num sem contar de centenas de outros livros enfileirados nas prateleiras meio poeirentas: No Mundo dos Espíritos, de José de Leal. Um livro antiquíssimo, a julgar pelo seu aspecto e encadernação, embora estivesse bem conservado no invólucro plastificado que a livraria tem por hábito usar para preservação das obras tanto novas quanto antigas que expõe à venda.

Meio incerta quanto a pegar ou não o volume para examiná-lo, todavia, vi-me francamente atraída pelo título sugestivo de um conteúdo possivelmente rico quanto interessante, e acabei vencendo a relutância que o aspecto um tanto decrépito da obra em princípio me provocava. Peguei-o da prateleira e indaguei do livreiro se podia tirar o envoltório de plástico a fim de verificar do que se tratava, pois que estava interessada em levá-lo.

O livreiro, de seu lado, não fez caso disso e começou a retirar a embalagem, enquanto reparava em dois detalhes interessantes: havia duas etiquetinhas no canto direito superior da capa posterior dizendo assim: "obra preciosa"; "aqui é o meu lugar, não me leve"... Ou algo bem próximo disso. Todavia, embora pitoresco, tal pormenor não me causou tanta espécie num primeiro momento, em que me detive, francamente admirada, no interior do livro propriamente dito: uma verdadeira relíquia! Publicação de 1925 de A Noite (acho que era este o nome da gráfica), com um português tão arcaico que, para os dias de hoje, sugeriria antes um outro dialeto ou idioma! "Cs" dobrados, ortografia antiquíssima... Um assombro! E o conteúdo também me pareceu interessante, o que me levou a afinal me decidir por comprá-lo, junto com um outro livro de Herculano Pires.

Bem... À noite, como de costume, cheguei a casa com meus filhos sobraçando os volumes preciosos, e, após um exame ligeiro neste Mundo dos Espíritos, veio-me uma primeira constatação de que na verdade se tratava de uma obra sobre Umbanda – creio que talvez a primeira publicação no Brasil do gênero, a julgar pelo valor que a despeito de tudo paguei por ela, 50 reais. Deixei-os sobre a minha cômoda e fui cuidar da vida: tomar banho, jantar, cuidar das crianças etc.

Mal acabei o banho, alguma coisa..., melhor dizendo: alguém! Uma presença súbita mas inconfundível, que não podia detectar com os olhos físicos, mas com bastante clareza com a visão interna, "encostou" e disse: "Você deve levar este livro de volta para lá! É por isso que está escrito aquilo na capa – Aqui é o meu lugar!... Este é um livro dirigido aos filhos das falanges da Umbanda...!

Confesso nos primeiros momentos ter ficado meio estatelada, sem saber o que pensar do que ocorria! Era diverso de tudo que tem me acontecido durante todos estes anos no terreno mediúnico, todavia, se ocorria, e no ambiente da minha casa, ficava evidente que se dava com a autorização dos meus mentores, talvez como uma espécie de ensinamento ao meu discernimento. Mantive-me, assim, imobilizada durante vários instantes, avaliando a situação; mas ainda assim a presença insistia: "Por favor, devolva este livro ao lugar de onde o tirou!"

Então, subitamente comecei a recordar acontecimentos mediúnicos relatados, exemplificados e explicados pelos Espíritos da Codificação e por outros mentores respeitáveis da vida invisível, envolvendo o apego de determinada classe de Espíritos desencarnados para com coisas deixadas para trás na materialidade - coisas essas que, mesmo do outro lado da vida, todavia, prosseguem considerando como "suas"! E alguma luz sobre o impasse começou a se me instalar no íntimo, quiçá via inspiração superior, aclarando-me a compreensão.

Em consequência do que, de um só impulso, decidi-me a não manusear mais o volume; a devolvê-lo imediatamente, no dia posterior, à mesma livraria onde o comprara, embora sem saber ainda o que diria exatamente ao livreiro.

E assim o fiz: no dia imediato, cedo, antes de me dirigir ao trabalho diário, voltei com o livro cuidadosamente envolto na mesma embalagem plástica – inclusive conservando as etiquetinhas com os dizeres misteriosos. E fui franca com o livreiro, usando com habilidade das palavras: disse que alguém do ramo espiritista havia-me explicado que melhor seria fosse a obra adquirida no tempo certo por alguém ligado às falanges umbandistas, liberada assim, oportunamente, por quem zelava do invisível pelo livro daquele jeito...

Não me estendi em mais explicações, o livreiro aquiesceu. E preferi que um mero instrumento a mais das letras que matam – não somente do Espírito que vivifica, presente no conteúdo não apenas daquele, mas, no final das contas, nos de tantos exemplares espiritistas dignos espalhados noutros lugares – não viesse a ser o estopim de uma silenciosa dissensão, ademais desnecessária e improdutiva, entre a minha pessoa e algum irmão da invisibilidade.

Cada coisa a seu tempo na trajetória evolutiva da cada um de nós, rumo a Deus...


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita