53. Na sequência do
artigo, Kardec examina a
questão da evolução dos
animais e afirma que
nenhuma das teorias
dadas até então pelos
Espíritos possui um
caráter bastante
autêntico para ser
aceita como verdade
definitiva. (P. 68)
54. Só a concordância
universal - explica
Kardec - pode lhes dar a
consagração, pois nisto
se encontra o único e
verdadeiro controle do
ensino dos Espíritos. Um
princípio, seja qual
for, só adquire
autenticidade pela
universalidade do
ensinamento, isto é, por
instruções idênticas,
dadas em todos os
lugares, por médiuns
estranhos uns aos
outros, sem sofrer as
mesmas influências,
isentos de obsessões e
assistidos por Espíritos
esclarecidos. (P. 68)
55. Assim é que foram
controladas as diversas
partes da doutrina
formulada no Livro
dos Espíritos e no
Livro dos Médiuns.
Mas esse, declara
Kardec, não era ainda o
caso da questão dos
animais. (P. 68)
56. Sem essa
concordância, quem
poderia estar seguro de
ter a verdade? “A razão,
a lógica, o raciocínio,
sem dúvida, são os
primeiros meios de
controle a serem
usados”, assevera o
Codificador. E em muitos
casos isto basta. “Mas
quando se trata de um
princípio importante, da
emissão de uma ideia
nova, seria presunção
crer-se infalível na
apreciação das coisas.”
(P. 69)
57. Depois de examinar a
questão do sofrimento
dos animais e sua
destruição mútua, fato
que costuma chocar o
analista em face da
Providência, Kardec
conclui nestes termos o
seu artigo: “Ensina-nos
o Espiritismo, e nos
prova, que o sofrimento
no homem é útil ao seu
avanço moral. Quem nos
diz que o dos animais
não tem utilidade? que
na sua esfera e conforme
certa ordem de coisas,
não seja causa de
progresso?” (P. 70)
58. Examinando a questão
da evolução dos
Espíritos, Erasto ensina
que a lei imutável dos
mundos é o progresso ou
o movimento para a
frente, ou seja, todo
Espírito que é criado
está inevitavelmente
submetido a essa grande
e sublime lei da vida.
“Só existe um ser
perfeito e não pode
existir senão um:
Deus!”, acrescenta o
instrutor espiritual.
(P. 71)
59. A
Revue refere um
curioso exemplo de
faculdade mediúnica
aplicada ao desenho,
verificada antes do
advento do Espiritismo e
mesmo antes das mesas
girantes. A médium era
uma religiosa cega, da
aldeia de
Saint-Laurent-sur-Sèvres.
Explicando o fenômeno,
Kardec diz que parece
evidente, no caso, que a
médium fosse dirigida
pela segunda vista,
isto é, ela via pelos
olhos da alma, já que os
olhos do corpo nada
registravam. (PP. 72 a
75)
60. Referindo-se a uma
senhora dotada de
notável faculdade
tiptológica e
inteiramente devotada à
causa do Espiritismo,
Kardec aproveita o
ensejo para explicar por
que a faculdade
mediúnica não pode
constituir uma profissão
ou ser objeto de
comércio. (PP. 75 e 76)
61. Assevera, então, o
Codificador: I) A
mediunidade não é um
talento, e não existe
senão pelo concurso de
um terceiro. Se este se
recusa, não há mais
mediunidade; a aptidão
pode existir, mas seu
exercício estará
anulado. II) Um médium
sem a assistência dos
Espíritos é como um
violinista sem violino.
III) Não é apenas contra
a cupidez que os médiuns
devem pôr-se em guarda.
IV) Há um perigo, de
certo modo maior, pois a
ele todos estão
expostos: é o orgulho,
que põe a perder um
grande número. V) O
desinteresse material
não tem proveito se não
for acompanhado pelo
mais completo
desinteresse moral. VI)
Humildade, devotamento,
desinteresse e abnegação
são qualidades do médium
amado pelos bons
Espíritos. (PP. 76 e 77)
62. Kardec comenta a
cura de uma jovem obtida
por confrades da
Sociedade Espírita de
Marmande (veja na
edição 114 desta revista
o item 39) e o
sermão pouco evangélico
proferido pelo pároco
daquela cidade, o qual
se valeu de observações
preconceituosas para
desmerecer o trabalho
dos espíritas,
chamando-os de
charlatães e
palhaços. (PP. 80 e
81)
63. Lembrando que o
pároco não acreditava na
eficácia das preces em
casos semelhantes,
Kardec afirma: “Os
espíritas creem na
eficácia das preces
pelos doentes e nas
obsessões; oravam e
curavam e nada cobravam;
ainda mais, se os pais
estivessem necessitados,
teriam dado”. (P. 81)
64. Essas preces eram
palhaçadas? Evidente que
não, e se venceram é
porque foram ouvidas.
(P. 81)
65. A
Revue transcreve,
sem comentá-la, uma
pastoral concernente ao
Espiritismo, escrita
pelo bispo de Strassburg,
em que seu autor vale-se
da tese da ação
demoníaca para explicar
os fenômenos ditos
espíritas. O demônio,
segundo o bispo,
oculta-se de todas as
formas possíveis e as
mesas girantes teriam
sido artifícios criados
por ele, para ludibriar
as criaturas humanas.
(PP. 82 a 84)
(Continua no próximo
número.)