MARIA DE LA CONCEPCIÓN AREN PARADA
maria.parada@ig.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
Fendas
O Espírito
reside na
matéria como um
prisioneiro na
sua cela. Os
sentidos são as
fendas pelas
quais se
comunica com o
mundo exterior.
Enquanto a
matéria declina,
cedo ou tarde,
enfraquece e se
desagrega. O
Espírito aumenta
em poder e se
fortalece pela
educação e pela
experiência.
Suas aspirações
engrandecem, e
sua necessidade
de saber, de
conhecer, de
viver é sem
limites. Tudo
isso mostra que
o ser humano só,
temporariamente,
pertence à
matéria e que o
corpo não passa
de um vestuário,
de um
empréstimo, de
uma forma
passageira, de
um instrumento
por meio do qual
a alma
prossegue, neste
mundo, a sua
obra de
depuração e
progresso.
A lei superior
do Universo é o
progresso
incessante, a
ascensão dos
seres até Deus,
foco das formas
mais
rudimentares da
vida, por uma
escala infinita,
por meio de
transformações
inumeráveis. No
instinto de cada
alma está
depositado o
germe de todas
as faculdades,
de todas as
potências,
competindo-nos,
portanto, o
dever de
fazê-las
frutificar pelos
nossos esforços
e trabalhos.
Assim entendida,
a nossa obra é a
do adiantamento
e da felicidade
futura.
O favoritismo
não tem mais
razão de ser. A
injustiça
irradia-se sobre
o mundo, e se
todos houverem
lutado e
sofrido, todos
serão salvos.
Da mesma forma,
revela-se aqui,
em toda sua
grandeza, a
necessidade da
dor, pois
somente dela
nascem as coisas
belas, mormente
no plano em que,
temporariamente,
habitamos.
Quando no mundo
planejamos uma
grande
construção, não
pode faltar a
dor que se
manifesta. Tritura-se
a pedra,
transformando-a
em cimento,
tritura-se a
pedra para que a
brita apareça;
trabalham as
marretas e a
mesma pedra
torna-se o
alicerce que
garante o
imponente
edifício. A
pedra se desfaz
para dar lugar à
expressão bela,
que todos
contemplarão com
felicidade. O
ferro, que vai
se
confraternizar
com o cimento e
com a pedra em
pedaços, passou
igualmente por
temperaturas
insuportáveis,
até chegar ao
estado desejado,
dando sua
cooperação à
feitura da casa.
A madeira passou
por reveses
indescritíveis e
é nessa fileira
de coisas
cooperadoras que
se baseia o
milagre do
edifício. A dor
foi a luz,
a dor foi o
agente, a dor
foi a
inteligência que
plasmou a beleza
e a sabedoria à
concretização do
trabalho
planejado.
Conhecia Jesus,
como grande
terapeuta, a
necessidade da
dor para o ser
humano. Ela
ajusta a alma,
fazendo-a pensar
com maturidade.
Todo ser humano
é portador de
espinhos na
carne, sem os
quais não se
educaria.
Todos temos problemas
a resolver, e é
na opressão da
dor, nas lutas
pela vida, entre
lágrimas e
provas, que a
alma adquire
forças e valores
imortais,
conquistando
assim, na
existência que
passa, a
felicidade que
se espera.
Por mais
estranho que
isso possa
parecer à
primeira vista,
a dor é apenas
um meio do poder
infinito para
nos chamar a si
e, ao mesmo
tempo, nos fazer
ascender, mais
rapidamente, à
felicidade
espiritual – a
única duradoura.
É realmente por
amor a nós que
Deus nos enviou
o sofrimento.
Ele nos fere, nos
corrige, como a
mãe que corrige
seu filho para
educá-lo e
torná-lo melhor.
Ele trabalha sem
parar para
abrandar,
purificar e
embelezar nossa
alma, que só
pode ser
verdadeira e
completamente
feliz na medida
de suas
perfeições.
Para isso, Deus
colocou nesta
terra de
aprendizagem, ao
lado das
alegrias raras e
fugidias, as
dores frequentes
e prolongadas, a
fim de nos fazer
sentir que nosso
mundo é um lugar
de passagem, e
não o ponto de
chegada com
alegrias e
sofrimentos,
prazeres e
dores.
Deus repartiu
essas coisas na
existência como
um grande pintor
que, em sua
tela, uniu
sombra e
claridade para
produzir uma
obra de arte.
Portanto,
agradeçamos a
Jesus pela
semente que caiu
em terra fértil,
que germinou e
que, através da
nossa vontade e
do conhecimento
somados ao amor
do Pai, um dia
nos permitirá a
transformação em
almas plenamente
iluminadas.
Referências:
EMMANUEL
(Espírito) – Fonte
Viva.
[psicografia de]
F.C.Xavier – 17ª
ed. – FEB. Rio
de Janeiro/RJ –
Lição 11.
MIRAMÊS
(Espírito) – Alguns
Ângulos dos
Ensinos do
Mestre. [psicografia
de] João Nunes
Maia – 5ª ed.,
Editora Espírita
Cristã –pág. 55.
DENIS, Léon – O
Porquê da Vida. 20ª
ed., FEB – Rio
de Janeiro/RJ - 2002