ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Bolsões
de dores
e
escarcéus
O mundo
terrestre
está
assinalado
por
incontáveis
zonas
expiatórias
“E serão
lançados
nas
trevas
exteriores
onde
haverá
choro e
ranger
de
dentes”
–
Jesus
(Mateus,
8:12).
A
Doutrina
Espírita
é a
grande
mediadora
da Luz
do Mais
Alto que
nos leva
à
compreensão
das mais
variadas
situações,
ensejando-nos
estabelecer
a
conexão
entre os
“ditos”
do
Senhor
com os
dolorosos
e
cruentos
acontecimentos
hodiernos...
Exemplifiquemos:
Vemos
hoje a
confirmação
das
palavras
de Jesus
quando
disse
(1) que
era
necessário
vir o
escândalo,
mas
aquele
que lhe
servisse
de
intermediário
teria
alto
preço a
pagar,
ao
observarmos
a triste
sina
desses
responsáveis
por
pretéritos
descalabros,
pagando-os
com
dividendos
de
acerbos
tormentos
em
sufocantes
bolsões
de dores
e
escarcéus.
Tais
bolsões
espocam
em
vários
pontos
da
Terra, e
hoje,
mais
dolorosa
e
ostensivamente,
no
Oriente
Médio.
O
Espírito
Camilo
ensina
(2):
“(...)
O
mundo
terrestre
está
assinalado
por
incontáveis
dessas
zonas
expiatórias
que são,
por seu
turno,
regiões
de
reequilíbrio
de
prodigioso
contingente
de
filhos
de Deus
que,
durante
muito
tempo
ainda
estarão
tentando
atear
fogo aos
campos
da
Humanidade
inteira,
ou
estarão
envolvidos
em
processos
de
barbarismos
contra
seu
semelhante,
batendo
no peito
como
donos da
razão e
senhores
da
verdade.
Deus,
contudo,
aguarda
que na
grande
fogueira
por eles
mesmos
montada,
queimem-se,
ainda
que
morosamente,
os
fluidos
pestilenciais
que vão
dando
margem
ao
aparecimento
de
fluidos
salutares.
“Para os
olhos do
homem
comum,
há povos
ou
etnias
no mundo
que
jamais
se
acertam;
grupos
sociais
que são,
historicamente,
belicosos,
odientos,
odiados,
negativos...
Entanto,
vale
saber
que já
não são,
obrigatoriamente,
os
mesmos
Espíritos
reencarnados
no
pretérito
os que
persistem
nos
gravames
atuais;
e que,
nessas
localidades,
temos as
reportadas
regiões
de
reequilíbrio
para
onde
indivíduos
das mais
diversas
procedências
terrenas
são
conduzidos
para que
renasçam
ali,
considerando
o estado
da alma,
os
níveis
de
tormento,
de ódio
arraigado
ou de
beligerância
a
esvurmar
do
próprio
íntimo.
Assim,
aprenderão
a buscar
a saúde
interna,
o
equilíbrio
da
mente,
cansando-se
da
loucura
de ações
irracionais,
dos
derramamentos
de
sangue,
da sanha
da
destruição
degenerativa,
desistindo,
por fim,
de tanto
pranto
derramado
pelos
pretensos
inimigos,
que não
passam
de
irmãos
seus, e,
por si
mesmos,
começarão
a
sensibilizar-se
com as
propostas
de
paz...
“Porque
somos
imortais,
o
Criador
vai-nos
concedendo
tempo
devido
para que
todos
nos
possamos
conscientizar
do
compromisso
de
avançar
pela
senda do
progresso,
que nos
trouxe à
Terra,
verificando,
com
assiduidade,
como
andam
nossos
impulsos
perniciosos,
bem como
nossos
movimentos
para
Deus,
nosso
teotropismo.
“Importantíssimo
será
envidar
os
melhores
esforços,
a fim de
que,
além de
não
estarmos
situados
nessas
zonas
expiatórias,
evitemos
tomar
parte
nesses
bolsões
de dores
com as
palavras
e ações
lorpas
ou
devassas,
tiranas
ou
irascíveis,
com as
quais
quase
sempre a
pessoa
contribui
para o
desequilíbrio
geral, a
partir
do seu
desarranjo
particular.
“Quantos
são os
indivíduos
que se
especializaram
em
mentir
cinicamente,
vida
afora?!
Ninguém
mente
com
cinismo
se não
for para
prejudicar
ou
enganar
a
terceiros.
Quantos
os que
se
qualificam
vastamente
nas
técnicas
de
usurpar,
de
roubar,
com o
sorriso
de quem
se julga
superior
aos
usurpados?
E
ninguém
o faz se
não
nutre
velhaca
rapina
no âmago
do ser,
desejoso
de
crescer
no mundo
material
ainda
que
sobre os
escombros
dos que
lhes
abrem
portas
da
confiança.
Quantos
se
esmeram
em
pautar o
cotidiano
pela
agressividade,
pela
violência,
quer
seja no
lar quer
seja no
local de
trabalho
ou no
circuito
da vida
social,
escondendo
a
própria
fraqueza
com o
desrespeito
ou
desconsideração
a
terceiros?
E
ninguém
age
dessa
forma se
não
guarda
em si
horrenda
covardia,
não
encontrando
espaço
mental
para a
rogativa
de
desculpa
nem para
o
indispensável
tratamento.
“Regiões
de
reequilíbrio,
via
expiação,
há
muitas
pelo
mundo.
Resta-nos
saber se
não nos
estaremos
candidatando
a
renascer
em seus
núcleos,
diante
da
distância
ou da
omissão
que
mantenhamos
em
relação
ao amor
e ao
bem.
“(...)
Desde os
velhos
textos
do
profeta
Isaías
(3),
podemos
encontrar
referências
ao
respeito
que se
deve
manter
aos
Estatutos
Celestes,
ali
apresentados
na
simbologia
pertinente
aos
escritos
bíblicos.
Nos
mesmos
escritos
do
profeta,
há
indicações
de
sofrimentos
para
todos
quantos
se
tiverem
voltado
contra
os
referidos
Estatutos.
A forma
é
curiosa
e
enseja-nos
interpretar,
com o
aclaramento
que nos
é
conferido
pela
Doutrina
Espírita,
a fim de
extrair
entendimento
compatível
com os
ensinos
do
Cristo
postos
ao
alcance
do nosso
discernimento.
“(...)
Há que
se
aproveitar
a
presente
oportunidade
reencarnatória,
na Terra
que se
transforma
em
aprazível
moradia
sideral,
a fim de
cooperarmos
com o
Cristo
que
tanto
investe
nas
possibilidades
de
progresso
do Seu
rebanho,
e para
que nos
tornemos
agentes
do amor
e
semeadores
da paz,
nossa
coroa
sublimada,
nosso
refúgio
de luz”.
Referências:
(1)
Mateus,
18:7.
(2)
TEIXEIRA,
J. Raul.
A
Carta
Magna da
Paz. Niterói:
FRÁTER,
2000,
cap. 2.
(3)
Is.
66:23 e
24.