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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 117 – 26 de Julho de 2009

MARIA MARGARIDA MOREIRA
3m@uol.com.br
 
São Paulo, SP (Brasil)
 

Posse material:
demorada conquista

 
O homem é um ser real, revestido de corpo somático que lhe permite o processo de construção de valores ético-morais e aquisições espirituais, que o tornam pleno quanto mais conquista na escala evolutiva com o abandono das mazelas que lhe constituem embaraço ao progresso. A sua emancipação resulta do esforço que empreende para vencer obstáculos que lhe dificultam o voo no rumo da plenitude que o aguarda. Etapa a etapa, no entanto, adquire força que o impulsiona a vencer os empecilhos e alto encontra-se ao longo da marcha ascensional. Por instinto de conservação da vida, apega-se aos recursos que lhe passam pelo caminho: afetivos, emocionais, materiais e sem reservas morais suficientes, submete-se-lhes, escravizando-se, para depois vencer as ingentes lutas, a situação calamitosa a que se atirou. 

A missão inteligente do ser humano na Terra é a de promover o próprio progresso, bem como o progresso geral, e aí reside o fim providencial da riqueza, que estimula a criatividade com fins nobres e dignifica o Espírito. A propriedade é conquista que resulta de longas buscas nos relacionamentos humanos, objetivando a harmonia e respeito pelos valores indispensáveis às trocas que fomentam o comércio, que nobilitam a existência e promovem o progresso. 

Normalmente, porém, é aquisição digna de cada qual que envida sacrifício e habilidade, conhecimento e labor a fim de adquiri-la, pensando de forma providencial nos dias difíceis da velhice, da enfermidade e da morte. 

A sociedade, de alguma forma, estabelece seus sistemas nos valores e posses dos grupos afins (entidades congêneres e nações) e seus recursos de modo a facilitar o intercâmbio, bem como a competitividade de produtos e bens de consumo entre as pessoas e os povos da Terra. Isso tem um fim providencial, que é desenvolver a indústria, a ciência, fomentar as artes, facilitar a comodidade e propiciar valores que contribuem para a sobrevivência dos indivíduos e grupos humanos. Portanto, entregar-se à sua conquista é dever de todo indivíduo que pensa e faz parte da sociedade. A família depende desses recursos, como a própria criatura, trabalhando em favor da harmonia do agrupamento no qual se encontra colocada.  

O risco da posse ou da aquisição da propriedade não está no fato em si mesmo de consegui-la, mas na maneira como se dá, além do que representa emocionalmente. A posse que leva à riqueza, à fortuna, também facilita os desmandos, o exacerbar dos sentimentos vis como o orgulho, o egoísmo, a vaidade desmedida, a alucinação em detrimento do enriquecimento interior, que se consegue através da abnegação, da renúncia, do devotamento e, sobretudo, da seleção de valores entre aqueles que são eternos e os efêmeros. 

Segundo Kardec, “se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir bem”; por isso, Ele faculta a riqueza, proporcionando recursos ao ser humano para desenvolver a consciência e ampliar os sentimentos superiores. Mais importante, porém, do que os amoedados e acumulados em arcas ou bancos, são aqueles de ordem emocional e espiritual, moral e social: os sentimentos do dever que decorrem da consciência que atua em consonância com as Soberanas Leis da Vida.  

São esses tesouros, sem dúvida, mais preciosos que os materiais que podem transformá-los em valiosos empreendimentos salvadores de vida, como a instrução, a educação, a libertação dos vícios em razão do amparo no campo da saúde e do trabalho, propiciando felicidade em toda parte. 

Através da postura do amor e da caridade surge a compreensão de como aplicar-se a riqueza, multiplicando-a em obras que favoreçam a todos os seres com oportunidade de desenvolvimento dos valores internos. Na pobreza ou na riqueza, o ser adquire experiências valiosas que lhe devem constituir patrimônio de crescimento no rumo do Infinito. 

Jesus compreendia a finalidade superior da propriedade, por isso valorizou-a quando conviveu com homens de bem e com aqueles que possuíam recursos, estimulando-os, porém, a buscar o reino dos céus, de que se haviam esquecido. Quando o Mestre Divino se reportou aos ricos, aparentemente apresentando palavras duras, não se deteve somente na referência aos detentores de coisas, moedas, minerais preciosos, propriedades, escravos, mas, também, aos possuidores de exacerbado orgulho, de incomum dureza de sentimentos, de rancor, de ódio, de presunção e de avareza, que, também, são possuidores de preciosos bens (na sua essência), de que não se dispõem a libertar. Para que ficasse inolvidável a lição, narrou, então, a parábola do rico que era dono de terras, que cuidava de ampliar a fortuna até o excesso, e quando já não tinha mais onde armazenar os haveres, propôs-se a dormir e a desfrutar de todos os bens até a exaustão, esquecido de que naquela noite o Senhor da Vida lhe tomaria a alma.  

Aplicar a sã virtude da caridade faz que mais autoenriqueça o administrador, do que apenas amealhando nos cofres da usura e da avareza, nos quais perde totalmente o significado conforme é atribuído pela sociedade aos bens materiais.  

Viver o presente tempo, como presente, dádiva em constante serviço de construção interior, exercendo a ação de enriquecimento geral, é o dever que cabe aos possuidores de riquezas que as tornarão abençoadas pelas contribuições que espalharem em torno de seus recursos. 

Portanto, a fortuna, seja como for que se manifeste, é alta responsabilidade para seu detentor, que terá de prestar contas, inicialmente a si mesmo, pelo acordar da consciência responsável – quando desperta e se impõe a culpa pelo seu mau emprego – e diante da Consciência Cósmica da qual ninguém se evade por presunção, capricho ou infantilidade emocional.

 

Referências:

JOANNA DE ÂNGELIS (Espírito). Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda, [psicografado por] Divaldo Pereira Franco – 2ª ed., Salvador/BA-LEAL editora – 2005 – “Propriedade e Avareza”.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos – 66ª ed., FEB Editora – Rio de Janeiro/RJ – questão 811.

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo – 2ª ed., Livraria e Editora Humberto de Campos, São Paulo/SP – 1990 - Cap. 16 e 17.

EMMANUEL (Espírito). Fonte Viva, [psicografado por] F. C. Xavier – 20ª ed., FEB editora – Rio de Janeiro/RJ – 1956, lição 9.

EMMANUEL (Espírito). Caminho Verdade e Vida [psicografado por] F.C.Xavier – 25ªed., FEB Editora - Rio de Janeiro/RJ – 2005 – lições 56, 58 e 59.


 


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