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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 118 - 2 de Agosto de 2009

AYLTON PAIVA 
paiva.aylton@terra.com.br
Lins, São Paulo (Brasil)

 

A verdadeira caridade


Anoitecia. O disco solar debruçava-se no poente entre casas e prédios. 

A campainha soou. Fui atender ao chamado. 

Diante de mim um homem ainda moço, razoavelmente vestido. 

– Tio (apesar dos meus cabelos brancos, ele foi gentil), me dá uma ajuda “pra comprá” comida. 

Reconheci-o. 

– O “meu”, é você outra vez? – o pedido e as justificativas eram sempre as mesmas. – Você aparece... desaparece... o que acontece? 

– Sabe, “dotor” (já tinha me promovido para autoridade), sabe como é que é... de vez em quando eu tenho uma internação. 

– Em hospital? 

– É, no hospital. 

– Ahn! 

– Então, tio, dá um dinheirinho aí..., uns “vinte real”, já quebra o galho! 

– Acho que precisamos cuidar da árvore toda. 

Ele olhou intrigado. 

– Que árvore? 

– Você! 

– “Dotor”, acho que não tem mais jeito não! É só “quebrar o galho” com um dinheirinho. 

– Vamos cuidar da árvore. Vamos cuidar de você. 

– Tá bem, tio, mas dá um vintezinho aí! 

– Vou ver o que tenho no momento. 

Para atingir o remoto é preciso chegar ao imediato. Um gesto de aproximação e não discurso moralista e autoritário. 

– Uma nota de “vintão”, no momento, não tenho não..., mas, para “quebrar” o galho... Olha aí umas moedinhas que dará para você matar a fome do momento. 

– Tudo bem, “dotor”, até que ajuda... 

A frase dita com tonalidade de desalento. 

– Agora, vamos cuidar da árvore. 

– Como? 

– No quarteirão acima..., está vendo aquela casa amarela? 

– Tô! 

– É a assistência social Meimei. 

– Amanhã, entre nove e onze horas, você vá lá. Conte a sua história. A pessoa que o atender ouvirá tudo o que você tem a dizer e então um grupo de pessoas verá o que é possível fazer para cuidar de você: do seu corpo, da sua alma, enfim, da sua personalidade. 

– “Pode dexar, dotor”. Amanhã estarei lá. 

Nesse encaminhamento lembrei-me da questão nº. 888, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec: “Condenando-se a pedir esmola, o homem se degrada física e moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseie na lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, sem que haja para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa vontade de alguns”. 

Nós pessoalmente, as organizações religiosas, organizações não governa-mentais, clubes de serviço, Maçonaria devemos procurar ajudar aqueles que estão no estado de miserabilidade, porém de uma forma que respeite a sua dignidade e lhe sejam reconhecidos os seus direitos sociais. 

Lembrei que a Constituição da República Federativa do Brasil diz em seu artigo 6º - “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. 

Destarte, tanto quanto possível, cobremos dos órgãos públicos através de seus representantes: vereador, deputado, senador, prefeito, governador e presidente da República o cumprimento das normas legais que expressarão a justiça e a caridade em seu mais amplo sentido.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita