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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 119 - 9 de Agosto de 2009

CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

Colônias espirituais


A propósito do lançamento do nosso trabalho literário - Elysium, Uma História de Amor Entre Almas Gêmeas – em que o autor espiritual discorre sobre as características de vida nas estâncias e colônias espirituais para além da materialidade, faz-se necessário comentar um pouco mais a respeito deste tema fascinante a fim de dirimir dúvidas.

As colônias e estâncias espirituais atendem às necessidades psicológicas e emocionais de acolhida daqueles que, deixando a vida corpórea, requisitam realidades familiares ou afins às suas convicções e condições íntimas, evolutivas, e ao seu perfil espiritual. Natural que, em se dando a manifestação da vida nestas paragens em obediência a parâmetros vibratórios distintos dos vigentes na materialidade mais densa, existam lugares adequados e adaptados para cada qual que desembarca na nova modalidade mais vasta da existência, obedecendo primordialmente aos requisitos de sintonia íntima verificados nos desencarnantes.

Importante ressaltar que para “cima” ou para “baixo” não há saltos abruptos no que diz respeito ao percurso da nossa trajetória eterna. Como outrora já foi oportunamente elucidado por variados estudiosos e propagadores dessas realidades, uma vez transpostos os umbrais da desencarnação daremos, não mais nem menos, continuidade aos nossos próprios assuntos, em lugares compatíveis com o que é concebível pelo nosso alcance e compreensão das coisas de Deus. De fato, não há descompasso entre o externo e o interno naquilo que nos diz respeito: o fumante inveterado aportará às paragens espirituais tão necessitado do vício degradante de sua saúde física quanto o foi até os últimos momentos de seu findo capítulo terrestre; o amante das artes alcançará as paragens compatíveis com os seus anseios e hábitos neste sentido; o glutão viciado na alimentação destrambelhada conservará a sua compulsão, e o narcótico adoentado perseverará na perseguição nefanda da satisfação autodestrutiva desta necessidade falseada e prejudicial aos reais imperativos às condições saudáveis nos seres.

Quem, portanto, chega à vasta morada n’outras estâncias, cuja expressão de materialidade obedece a parâmetros vibratórios mais sutis, há de alojar-se, matematicamente, naquele local que lhe atenda aos requisitos imperativos ao prosseguimento do seu aprendizado e ao seu enriquecimento íntimo. O afeito aos infindos gêneros das atividades humanas não haverá de desejar converter-se em ocioso e, tão logo transcenda a perturbação natural por vezes presente na retomada gradativa de consciência na sua nova situação, quererá situar-se em ocupação condizente com os seus pendores, assim como lhe aprouvera enquanto reencarnado. Assim, o arquiteto demandará as novas circunstâncias energéticas sob as quais se desenvolve este gênero de atividade criativa nas cidades e colônias do mundo espiritual, cujos panoramas não prescindem de residências e de edifícios que acolham famílias, habitantes e trabalhadores operosos; o recreador habituado à condução do entretenimento infantil apreciará as atividades junto aos pequenos porventura desencarnados prematuramente; os artistas demandarão as estâncias cujos habitantes eram afinizados com esta vertente peculiar de atividades na esfera física; o líder valoroso e diligente se aplicará, com sabedoria, à condução e orientação dos grupos de trabalhadores nas mais variadas atividades condizentes. Tudo isso, portanto, sugere e implica na revelação de todo um vasto panorama paralelo, a um só tempo semelhante e distinto do corpóreo nas suas manifestações, onde também aí se farão imprescindíveis os aparatos e os recursos que atendam às necessidades ditas “materiais” de cada habitante, no contexto de vida que lhe for próprio, e em outra gama vibratória sutil e inalcançável à percepção dos acanhados sentidos humanos na crosta.

Assim como, portanto, o fotógrafo há de precisar de equipamento condizente ao desempenho de algo correspondente à sua profissão, haverá o cozinheiro de requisitar, nestas estâncias de matéria mais quintessenciada, dos instrumentos que lhe permitam produzir o alimento de que ainda se faz precisado o organismo espiritual mais etéreo do qual dispomos nestes setores da vida, ainda que sendo este alimento completamente distinto dos que nos saciaram os hábitos viciados das ingestões repletas de toxinas às quais nos condicionamos; as famílias espirituais requererão lares propícios ao prosseguimento da sua deliciosa convivência, e os hospitais e estabelecimentos de socorro da invisibilidade possuem todo o aparato necessário à sua manutenção e defesa, nos setores do astral mais denso, local onde atuam as equipes de resgate e de auxílio aos recém-desencarnados.

Como exposto, existe toda uma matriz, em dimensões outras, dos detalhes cotidianos que já constituíam a nossa rotina no rápido instante de aprendizado num corpo de carne; e a cada um será dado constatar, no momento aprazado, que o todo da nossa história, com as suas origens, prosseguimento e com toda a exuberância de detalhes visíveis a cada episódio, repousa muito além da noção acanhada que trazemos da vida, confinada nos limites embotados de compreensão e de percepção da realidade que nos são imperativos durante o curto período de uma vida na crosta terrestre.

O nosso afeto a todos os leitores.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita