EDUARDO AUGUSTO
LOURENÇO
eduardoalourenco@hotmail.com
Americana, São
Paulo (Brasil)
O vício da
bebida
“O vinho é
escarnecedor, e
a bebida forte
alvoroçadora; e
todo aquele que
neles errar não
é sábio”
(Provérbios,
20:1).
A história da
humanidade está
rodeada pelo
consumo de
álcool. Existem
registros
arqueológicos
que revelam que
os primeiros
indícios sobre o
consumo de
álcool pelo ser
humano datam de
aproximadamente
8000 a.C. Os
celtas, gregos,
romanos,
egípcios e
babilônios
registraram de
alguma forma o
consumo e a
produção de
bebidas
alcoólicas,
sendo, portanto,
um costume
extremamente
antigo e que vem
persistindo por
milhares de
anos.
A terra e a
temperatura na
Grécia e em Roma
eram
especialmente
férteis para o
cultivo da uva e
produção do
vinho. Os gregos
e romanos também
conheceram a
fermentação do
mel e da cevada,
mas o vinho era
a bebida mais
difundida nos
dois impérios,
tendo
importância
social,
religiosa e
medicamentosa.
Os egípcios
possuem
registros nos
papiros das
etapas de
fabricação,
produção e
comercialização
da cerveja e do
vinho. Eles
também
acreditavam que
as bebidas
fermentadas
eliminavam os
germes e
parasitas e
deveriam ser
usadas como
medicamentos,
especialmente na
luta contra os
parasitas
provenientes das
águas do Nilo.
Inicialmente, as
bebidas tinham
conteúdo
alcoólico
relativamente
baixo, como, por
exemplo, o vinho
e a cerveja, já
que dependiam
exclusivamente
do processo de
fermentação. Com
o advento do
processo de
destilação,
introduzido na
Europa pelos
árabes na Idade
Média, surgiram
novos tipos de
bebidas
alcoólicas.
Nesta época,
este tipo de
bebida passou a
ser considerada
como um remédio
para todas as
doenças, pois
“dissipavam as
preocupações
mais rapidamente
que o vinho e a
cerveja, além de
produzirem um
alívio mais
eficiente da
dor”, surgindo
então a palavra
whisky
(do gálio “usquebaugh”,
que significa
“água da
vida”).
A partir da
Revolução
Industrial,
registrou-se um
grande aumento
na oferta deste
tipo de bebida,
contribuindo
para um maior
consumo e,
consequentemente,
gerando um
aumento no
número de
pessoas que
passaram a
apresentar algum
tipo de problema
devido ao uso
excessivo de
álcool.
Hoje sabemos que
o alcoolismo é
uma doença
física,
psicológica e
espiritual que
não escolhe o
sexo, a posição
social, a raça
ou mesmo a
idade, geradora
de uma forte
compulsão,
criando
dependência
física e
psicológica,
muitas vezes
pode ser trazida
de uma forte
tendência e
condicionamentos
de vidas
passadas, como
pode se
desenvolver
nesta atual
existência,
começando em
casa com o
exemplo dos
pais. O
alcoolismo é uma
doença
progressiva,
possuidora de
etapas ou graus
de intoxicação
aguda ou crônica
provocada pelo
excesso do
consumo de
bebidas
alcoólicas.
Geralmente este
vício cria
rotinas que
envolvem
cúmplices
encarnados e
desencarnados
que compartilham
do mesmo hábito
e manias,
desenvolvendo a
toxicomania. É
uma doença
incurável e
fatal, se o
alcoólatra não
parar de beber,
levando suas
vítimas a
doenças físicas,
loucura, morte
prematura e até
mesmo a obsessão
espiritual.
Os dependentes
do álcool podem
se envolver em
situações
psicossociais
desagradáveis,
como:
desestruturação
familiar,
desestruturação
psíquica,
desemprego,
solidão, crime e
marginalidade.
Considerada um
dos piores
vícios, mata
milhares de
pessoas no
trânsito, nos
lares, causando
violência e
confusões
extremas, pois o
uso da bebida é
legalizado na
maioria dos
países. O
alcoolismo é
considerado, na
atualidade, um
dos principais
problemas de
saúde pública em
todo o mundo. O
álcool é uma
droga
socialmente
permitida.
O alcoolismo
pode ser
hereditário,
existindo uma
predisposição
orgânica do
indivíduo para o
seu
desenvolvimento,
no qual o
Espírito imortal
traz em seu DNA
perispiritual as
marcas e
sequelas do
vício em outras
existências,
sendo, então, o
alcoolismo
transmissível de
pais para os
filhos. O
desenvolvimento
do alcoolismo
envolve três
características:
a base genética,
o meio e o
indivíduo.
Filhos de pais
alcoólatras
podem ser
geneticamente
diferentes,
porém, só
desenvolverão a
doença se
estiverem em um
meio propício
e/ou
características
psicológicas
favoráveis.
Indivíduos,
quando não bem
estabilizados
emocionalmente,
possuem uma
forte tendência
de buscar
artifícios e
fugas quando
perturbações
externas como
crises
financeiras, o
desemprego, os
problemas
emocionais,
entre outros
fatores acabam
levando estes
seres ao ato de
beber,
refugiando na
embriaguês
momentânea do
álcool, fugindo
temporariamente
dos seus
problemas.
Vemos no
Evangelho o
entorpecer dos
sentidos e mesmo
as fugas que o
álcool acarreta:
“Dai bebida
forte ao que
está prestes a
perecer, e o
vinho aos
amargurados de
espírito. Que
beba e se
esqueça da sua
pobreza, e da
sua miséria não
se lembre mais”
(Provérbios
31:6.7).
Os efeitos do
álcool no
sistema nervoso
são tremores e a
polineurite
(sensibilidade à
pressão dos
troncos
nervosos, dores
nas extremidades
e hipoalgesias).
Ainda gera a
falta de
apetite,
gastrite com
vômitos matinais
e a cirrose
hepática, que
pode levar o
indivíduo ao
coma e até a
morte. No
coração, pode
aparecer uma
degeneração
adiposa, essa
alteração
responde pela
insuficiência
circulatória que
se observa em
certos
indivíduos
alcoólatras. Já
nos casos mais
avançados de
alcoolismo, é
comum a
diminuição da
potência sexual,
os testículos se
atrofiam e a
excreção
hormonal
diminui.
O alcoolismo
também gera
transtornos
psíquicos,
causando
disfunções
intelectuais,
prejudicando e
comprometendo a
memória, a
percepção e o
senso crítico.
As alterações
ocorrem em
virtude da
tensão emocional
e da atitude
egocêntrica do
alcoólatra,
formando quadros
psiquiátricos
gravíssimos. Um
deles é a
chamada
embriaguês
patológica, que
constitui uma
forma especial
de intoxicação
alcoólica aguda,
onde o indivíduo
é levado a
estados de
excitação
psicomotores,
alucinações ou
fabulações.
No sistema
nervoso central,
o álcool por si
é um agente
depressivo que
afeta
primeiramente as
estruturas
subcorticais
(provavelmente a
formação
reticular do
tronco cerebelar
superior) que
modulam a
atividade
cortical
cerebral. Em
consequência, há
um estímulo e
comportamento
cortical, motor
e intelectuais
desordenados. Os
níveis
sanguíneos são
progressivamente
maiores, os
neurônios
corticais e,
depois, os
centros
medulares
inferiores são
deprimidos,
incluindo
aqueles que
regulam a
respiração. Pode
advir parada
respiratória.
Efeitos
neuronais podem
relacionar-se
com uma função
mitocondrial
danificada.
Vemos pela
ciência médica
que a droga ou
mesmo o álcool,
ao adentrar o
organismo físico
do viciado,
atinge o
aparelho
circulatório, o
sangue, o
sistema nervoso,
o sistema
respiratório, o
cérebro e as
células,
principalmente
os neurônios.
André Luiz, na
obra
“Missionários da
Luz”, diz:
“O corpo
perispiritual,
que dá forma aos
elementos
celulares, está
fortemente
radicado no
sangue. O sangue
é elemento
básico de
equilíbrio do
corpo
perispiritual”.
Em “Evolução
em dois Mundos”,
o mesmo autor
espiritual
revela-nos que
os neurônios
guardam relação
íntima com o
perispírito.
A ação do álcool
ou mesmo da
droga no
perispírito é
letal, criando
fuligens
deletérias que
impregnam no
perispírito,
lesando tanto as
células
perispirituais
como as células
físicas.
A ingestão das
drogas cai na
corrente
sanguínea e daí,
chegando ao
cérebro, agride
as células
neuroniais;
estas irão
refletir nas
regiões
correlatas do
corpo
perispiritual em
forma de lesões
e deformações
consideráveis
que, em alguns
casos, podem
chegar até a
deformar a
própria
aparência humana
do perispírito.
Por vezes o
consumo das
drogas é tão
excessivo que as
energias
oriundas do
perispírito para
o corpo físico
são bloqueadas
no seu curso e
retornam aos
centros de
força.
Os Espíritos
inferiores, que
compartilham
junto do viciado
os mesmos
vícios, se
alimentam
através dos
vapores
alcoólicos e das
baforadas dos
tabacos, gerando
uma simbiose
perfeita, entre
encarnado e
desencarnado;
esta ação
maléfica gera
alterações no
comportamento do
viciado,
causando danos
adicionais ao
seu organismo
perispiritual,
já tão
debilitado pelas
drogas,
construindo
consequências
futuras e
penosas que
experimentará
quando estiver
na condição de
Espírito
desencarnado,
vinculado a
regiões
espirituais
inferiores.
Em face do
estado de
dependência a
que ainda se
encontra
submetido, agora
na realidade
espiritual,
sente o imenso
desejo e a
necessidade de
consumir a
droga. Como
desencarnado,
irá vincular-se
à mente de um
encarnado preso
ao vício,
servindo como
uma espécie de
hospedeiro, e o
parasita
desencarnado
passa então
mentalmente
transmitir-lhe
seus anseios de
consumo da
droga, para
saciar sua
necessidade,
formando uma
profunda
hipnose, recurso
este que
chamamos de
vampirização,
sugando ou mesmo
inalando as
emanações
tóxicas
impregnadas no
perispírito do
viciado.
Segundo
Emmanuel, “o
viciado, ao
alimentar o
vício dessas
entidades que a
ele se apegam
para usufruir
das mesmas
inalações
inebriantes,
através de um
processo de
simbiose em
níveis
vibratórios,
coleta em seu
prejuízo as
impregnações
fluídicas
maléficas
daqueles,
deixando o
viciado
enfermiço,
triste,
grosseiro,
infeliz, preso à
vontade de
entidades
inferiores, sem
o domínio da
consciência dos
seus verdadeiros
desejos”.
Por isso
entendemos o
perigo do vício
das bebidas
alcoólicas como
da dependência
das drogas. O
Evangelho vem
nos alertar: “E
não vos
embriagueis com
vinho, no qual
há devassidão,
mas enchei-vos
do Espírito”
(Efésios, 5:18).
O álcool é pedra
de tropeço para
todos aqueles
que não sabem
vigiar suas
atitudes, os
excessos
cometidos são o
estopim para
agressões,
violência e
tragédias
escandalosas,
vemos indivíduos
perderem a
compostura com
atitudes
ridículas por
causa do álcool,
seres que se
transformam em
animais furiosos
ou mesmo o
despertar
extravagante da
sexualidade,
muitas festas
regadas com o
brilho perigoso
da falsa ilusão,
aflorando
paixões mundanas
e dependências
que trazem
sofrimento e
dor. Por isso,
alerta o profeta
Isaias:
“Mas também
estes erram por
causa do vinho,
e com a bebida
forte se
desencaminham;
até o sacerdote
e o profeta
erram por causa
da bebida forte;
são absorvidos
pelo vinho;
desencaminham-se
por causa da
bebida forte;
andam errados na
visão e tropeçam
no juízo. Porque
todas as suas
mesas estão
cheias de
vômitos e
imundícias, e
não há lugar
limpo”.