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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 119 - 9 de Agosto de 2009

LUIZ PESSOA GUIMARÃES
guimaraes.pessoa.luiz@gmail.com
Piracicaba, São Paulo (Brasil) 

  

O Consolador prometido


Iniciamos nosso artigo, relembrando a história de Jesus; veio ao mundo, anunciado pelos profetas, várias passagens de sua existência reveladas nos Livros da Lei foram confirmadas na vida real. Como Messias, surgiu no seio da religião dominante, educado conforme as normas religiosas vigentes, participando com seus progenitores de todos os eventos religiosos que aconteciam na época; veio cumprir o programa do Pai, cumprir a sua missão. Estabelecer uma nova ordem, estabelecer a Lei do Amor. 

Os homens sempre pedem aos céus os sinais, as evidências pelas quais possam reconhecer aqueles que vêm cumprir na Terra os desígnios do Criador. Os sinais são enviados, as evidências ocorrem e os missionários enviados cumprem a vontade do Pai que, geralmente, não é a vontade dos que dominam. Os homens se impõem e isto é contra as Leis naturais que se estabelecem harmonizando e equilibrando. 

A história de Jesus, não necessitamos relembrá-la; e por não serem aceitas as suas Verdades e não serem convenientes as suas propostas, apesar de todos os sinais e da beleza de sua mensagem, não foi reconhecido como o Messias pelos lídimos posseiros da Revelação Mosaica. 

Apesar de tudo, surgiram aqueles que, sensíveis à Nova Revelação, souberam absorver as lições do Mestre e, identificados com os seus propósitos e princípios, abraçaram a missão de propagar a Boa Nova a todas as criaturas, surgindo então o movimento conhecido como o Cristianismo.  

Antes de seu desencarne, Jesus deixou registrado entre seus apóstolos que, após a sua partida, eles não ficariam desamparados, e descreveu algumas características daquele que deveria dar continuidade à sua Missão na Terra. Passamos a transcrever os registros referentes a este episódio, que extraímos de “A Bíblia Sagrada”, traduzida por João Ferreira de Almeida e publicada pela Imprensa Bíblica Brasileira em 1962. 

S. João, Cap.14 ver. 16, 17 e 26. – E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que tenho dito. 

S. João, Cap. 16 ver. 12,13 – Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas quando vier aquele Espírito de Verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.

Nosso objetivo, neste artigo, é demonstrar que 2000 anos depois os fatos se repetem com os mesmos componentes demonstrados por ocasião da vinda do Cristo. Manifesta-se em Paris, em 1857, o Espírito de Verdade e apresenta ao mundo a Doutrina dos Espíritos, no seio das Religiões dominantes, conforme prometido pelo Cristo.  

De novo, no seio das religiões estabelecidas, por meio de seus adeptos, Deus revela conforme a promessa de Jesus. Mas a Revelação Divina, apesar de seu conteúdo, não atende aos anseios daqueles que dominam e não querem abrir mão do poder conquistado. E, novamente, aqueles sensíveis a mais esta Revelação Divina são os responsáveis por trazê-la até os dias de hoje.  

Apesar de nos dias atuais a Doutrina dos Espíritos ser divulgada com ampla liberdade e ter a seu dispor todos os meios de comunicação disponíveis, existem ainda alguns sacerdotes e pastores que insistem em vinculá-la ao demônio, insuflando àqueles menos informados, certo temor em examinar o conteúdo do Espiritismo, além daqueles que ainda frequentam as Casas Espíritas “escondidos” de seus pares. Sem esquecer que de vez em quando voltamos a escutar aquele velho chavão de que “os espíritas não são cristãos”. 

Nosso objetivo aqui é provar que Jesus designou o seu sucessor como sendo o Consolador Espírito de Verdade e, pelas características apontadas pelo Cristo, o Espiritismo é este Consolador Prometido. 

Em Paris, 1860, o Espírito de Verdade dirige-se aos espíritas: Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; Instruí-vos, este o segundo.  

No Cristianismo se encontram todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do Além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: Irmãos! Nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.  

Duas condições, apontadas pelo Cristo em João, transcritas acima, estão aí evidenciadas: 1 – O Espírito de Verdade; 2 – Não falará de si mesmo. Enumeramos abaixo as condições: 3 – Consolar e 4 – Esclarecer

Em quais situações o Espiritismo consola?  

Perda de entes queridos: A morte não existe. Como o nascimento é a ligação do espírito e seu corpo incorruptível (Paulo) ao corpo físico, a morte é o desligamento deste espírito do corpo material que não reúne mais condições de permitir-lhe as manifestações, retornando ao Plano Espiritual, como Jesus, plenamente vivo e imortal.  

Animais: Não são seres à parte da criação, mas o princípio espiritual com uma alma em sua trajetória evolutiva.  

Sentimento de Antipatia entre alguns familiares: Retorno ao mesmo palco na condição de familiar daqueles que em reencarnações passadas viveram situações de conflito, com o objetivo de reconciliação na vida presente.  

Pobreza e Riqueza: Provas na vida presente, que devemos vencer com resignação e caridade para aproveitarmos a vida atual.  

Parentes de Criminosos: Nosso ente querido paga a pena com a sociedade e não está condenado ao inferno; sua consciência culpada o conduzirá ao reajuste em nova existência com aquele que houver prejudicado na vida atual, quando, a partir de então, poderá seguir livre rumo à perfeição.  

Em quais situações o Espiritismo esclarece?  

Adão e Eva: O ser humano, bem como os animais e todos os seres vivos são produtos do processo evolutivo realizado nos mundos criados por Deus e que consistem no nosso Universo, repleto de mundos habitados e onde a vida se expressa de diferentes modos materiais e imateriais, permitindo ao Espírito de homens e mulheres, criados da mesma forma, simples e ignorantes, moldar sua perfectibilidade.  

Mundo em seis dias: Condizente com as provas geológicas, o Espiritismo mostra que os mundos foram formados em bilhões de anos e que as eras geológicas são condizentes com a forma poética que a Escritura descreve aos habitantes daquela época, segundo sua capacidade de entendimento.  

Nascimento e Morte: São processos naturais de preparação, ligação, vivência e evolução, desligamento e retorno do ser imaterial à sua pátria de origem, o mundo espiritual.  

Meu reino não é deste Mundo: Descrição, amostras, experiências e constatações sobre a vida espiritual, seus habitantes e constituição.  

Reencarnação: Pluralidade das existências, permitindo nossa evolução, aprendizado, reajuste e justiça de Deus, tornando-nos artífices de nossa perfeição. 

Ficaríamos escrevendo eternamente, não fosse a necessidade de afirmar, peremptoriamente: O Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus. Aqueles que enfrentaram todas as vicissitudes para permitir que esta doutrina chegasse até nós de forma tão clara e abundante de provas são os verdadeiros cristãos, responsáveis por identificar e preservar o Cristianismo Redivivo. Pelo exposto, de forma consciente, coloquemos de uma vez por todas as coisas nos seus devidos lugares, sem necessidade de privarmos nossos filhos do convívio do Consolador Prometido, obrigando-os a cumprir rituais e dogmas a que fomos vinculados no passado. Quando ouvirmos os velhos e superados chavões contra os espíritas, tenhamos em mente as palavras de Jesus: Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.    

 

      


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita