Jesus e
o mundo
O mundo
agrada,
mas
destrói;
Jesus
transforma
e
liberta
“(...)
No mundo
tereis
aflições”,
mas
“deixo-vos
a paz, a
minha
paz vos
dou: não
vo-la
dou como
o mundo
a dá.
Não se
turbe o
vosso
coração,
nem se
atemorize”
–
Jesus
(João,
16:33;
14:27).
Nestes
dias
tormentosos
em que o
escalracho
moral
medra em
quase
todos os
nichos
da
atividade
humana,
criando
bolsões
de dores
e
escarcéus,
em que o
senso de
honradez
perdeu o
endereço
de Deus,
observamos
os
quadros
deprimentes
que
imperam,
como se
a Terra
fosse um
barco à
matroca,
vergastado
pelas
ondas
gigantes
das
aflições
que a
impulsionam
na
direção
dos
arrecifes.
Sem
embargo,
Jesus
está no
leme e
os Seus
Prepostos,
incansáveis,
lúcidos
e
atentos,
enviam
farta
messe de
recursos
que se
multiplicam
como
bálsamos
consoladores,
como
bússolas
que
indicam
a
direção
correta
e segura
em meio
às
procelas.
É
superlativa
a
carência
de paz e
harmonia
nos
corações
humanos,
e por
isso é
sempre
útil
recapitular
os
pensamentos
norteadores
dos
Amigos
Espirituais
de hoje
esparzidos
nos
livros
espíritas,
que nos
estimulam
a
encontrar
os
recursos
morais
para
fazer
frente
aos
quadros
tenebrosos
de
misérias
do mundo
em que
vivemos,
municiando-nos
adequadamente
para uma
travessia
segura
nas
tredas
sendas
humanas.
Dentro
da
planificação
divina
para a
emancipação
das
criaturas,
a
Doutrina
Espírita
se ergue
como
farol
incomparável,
mostrando
a melhor
maneira
de se
alcançar
o porto
seguro
da paz e
da
harmonia.
Quando
Jesus
afirmou
que
“cada
dia
carrega
sua
preocupação”
(1),
Ele
estava
nos
convidando
a não
permanecermos
atolados
no
passado
e
tampouco
apreensivos
com
relação
ao
futuro,
lecionando
imorredoura
confiança
no Pai
Celestial
que
nunca
nos
deixará
órfãos
de Sua
Bondade
e
Misericórdia
incomensuráveis.
Estes
são dias
de
trevas,
em que
tudo
conspira
contra a
paz e a
harmonia,
“(...)
dias de
rapina e
agressividade,
repletados
de
miséria
e dor”,
conforme
assinala
Joanna
de
Ângelis
(2), que
completa:
“(...) A
fauce
hiante
das
guerras
sucessivas
devora
os
homens e
as
nações
que lhes
tombam
inermes.
Enxameiam
o ódio e
a
traição
apequenando
as
criaturas
estigmatizadas
pela
volúpia
das
ambições
desmedidas,
na caça
ilusória
do
prazer e
do
poder...”
Mas
Jesus é
a divina
e
sempiterna
lâmpada
acesa a
nos
mostrar
o tempo
todo o
melhor
roteiro
a
seguir.
Segundo
Joanna
de
Ângelis
(3), “são
duas as
opções
diante
do ser
humano:
O
mundo e
Jesus!
O
primeiro
agrada,
é
devorador,
envolve
e passa
rápido.
A sua
existência
é
irreal,
embora
necessária
para o
desenvolvimento
e a
evolução
do
Espírito;
o
Segundo
transforma
para
melhor,
mantém a
vida,
suaviza-a
e
permanece.
A Sua
proposta
é
libertadora,
engrandece
e
aprimora
para
sempre...
O mundo
é meio,
Jesus é
a meta.
A
verdadeira
sabedoria
consiste
em
eleger o
Cristo e
melhorar
a
sociedade
mundana,
trabalhando
os seus
valores
e
santificando-os,
de forma
que o
processo
existencial
se faça
enriquecedor
e
infinito.
As
determinantes
do mundo
são a
ilusão,
o corpo,
o ego.
As de
Jesus
são a
realidade,
o ser
profundo,
a vida
em
plenitude.
Ninguém
chegará
ao
Cristo
sem a
travessia
pelo
mundo,
assim
como não
sairá do
dédalo
das
humanas
paixões
sem a
inspiração
e a
atração
d`Ele.
Utilizar-se
dos
recursos
do
século
para
amar e
servir,
lapidando
as
arestas
e
sublimando
os
sentimentos,
eis como
viver no
mundo,
sem lhe
pertencer.*
O filho
disse ao
pai
(narra o
Evangelho):
– "Dá-me
o que me
pertence,
pois que
desejo
gozar,
desfrutar
a vida
enquanto
sou
jovem".
E o
genitor
lhe
concedeu.
Ele foi,
desperdiçou
tudo,
embriagou-se
no
prazer,
exauriu-se,
e para
sobreviver
foi
trabalhar
em uma
pocilga,
alimentando-se
com o
repasto
dos
suínos.
Recordou-se,
porém,
na
aflição
superlativa
que o
tomou,
que na
casa do
pai
teria
melhor
tratamento,
mais
oportunidade,
resolvendo
retornar
ao lar.
Recebido
em
festa,
provocou
ciúme no
irmão
que se
postara
em casa,
fiel,
dedicado,
honrando
a
família.
O pai,
porém,
disse a
este,
que se
queixara
da
forma
como
fora
recebido
o
extravagante,
o
perdulário:
– Teu
irmão
estava
perdido
e eu o
reencontrei,
enquanto
que tu
sempre
estiveste
ao meu
lado,
bem e
salvo,
por isso
é grande
a minha
alegria
com o
retorno
dele.
Estava
perdido
e eu o
reencontrei.
Da mesma
forma,
aquele
que
elege
Jesus e
se
liberta
do mundo
se
alegra e
se une à
família-amor,
que o
aguarda
e o
acata em
júbilo,
concedendo-lhe
felicidade
perene”.
*
Reconhecendo
nossas
lutas
íntimas
e o
árido
proscênio
terrestre
onde
elas são
travadas,
Joanna
de
Ângelis,
com sua
aguçada
percepção
psicológica,
ensina-nos,
incentiva-nos
e
detecta
nossas
dificuldades
e
limitações
na vida
de
relação,
deixando-nos
o
seguinte
recado
(4):
“(...)
Rememorando
tuas
lutas,
desfilam
pela
mente em
agonia,
ardendo
em febre
de
sofrimento
íntimo,
os
ingratos,
os
traidores,
os
caluniadores,
os
perversos,
os
perseguidores
que
agora,
de
longe,
esqueceram
do
quanto
lhes
deste,
do
carinho
com que
os
honraste
sem que
o
merecessem
e
experimentas
uma
angústia
tão
grande
que te
faz
temer
pelo
próprio
equilíbrio,
pela
razão.
Aguarda
um pouco
mais...
A nuvem
plúmbea
que
obscurece
o sol do
teu
discernimento,
enquanto
sofres,
passará.
Suporta
um pouco
mais...
Não
planeies
para o
futuro,
nem
penses
como
viverás
os dias
que
virão, a
sós, em
abandono,
sorvendo
fel sob
chuva de
sarcasmo
e
zombaria
dos que
ficaram
ao teu
lado,
embora
longe de
ti.
Vive o
agora,
atravessa
o hoje
fazendo
o melhor
cada
dia; a
eternidade
é a
vitória
do tempo
sobre o
próprio
tempo...
O
universo
resulta
do
“milagre”
do
substrato
do
átomo...
Toda a
vida
física
na Terra
teve
início
no
gelatinoso
protoplasma;
no
entanto,
graças
ao
segundo-a-segundo,
manifestam
a glória
da
Criação.
*
O
ingrato
é um
doente
que
enlouqueceu
ao fugir
do teu
aconchego;
o
traidor
que
procura
esquecer,
está
enganado,
enganando-se
cada vez
mais; o
caluniador
queixa-se,
queimando-se
no ácido
da
infâmia
que
espalha;
o
perverso
jornadeia
em
soledade
incomparável
sob
tormentos
atrozes;
o
perseguidor
está
fugindo
de si
próprio,
enquanto
se
esconde
avinagrando
o
próximo...
Infelizes,
estão
procurando
esquecer.
Mas
lembrarão;
a
memória
os
trairá
quando a
consciência
fizer
que
releiam
as leis
de Deus
nela
insculpidas
de
maneira
inamovível.
Apiada-te,
desde
agora,
pois que
perlustras
a senda
espinhosa
que
conduz à
plena
paz; e
eles?...
Como
puderam
aqueles
ingratos,
traidores,
caluniadores,
perversos
e
perseguidores
anular
na mente
o que
viram, o
que
receberam,
o que
tiveram,
o que
experimentaram
ao
convívio
com o
Mestre
Divino
nos
cenários
incomparáveis
da
Galileia
romântica
e nobre
ou na
áspera
Judeia
fria e
severa?!No
entanto,
não
foram os
estranhos,
os que
apenas
foram
informados
sobre o
Rabi,
que
traçaram
as
linhas
do
martírio
do
Justo...
Os
falsos
representantes
do povo
que
armaram
as
ciladas
e
engendraram
a
crucificação
conheciam-nO,
sabiam a
verdade.
Todavia...
Jesus,
porém,
sabia
com mais
segurança
que
neles
estavam
escritas
as leis
do Pai e
que,
cada um,
a seu
turno,
retornaria
à senda
para
recuperar
o tempo
perdido,
libertando-se
da
crueldade
que os
malsinava.
Conforta-te
ante a
lembrança
e
evocação
d'Ele e
esquece-os.
Romperam
os laços
contigo
e, mesmo
sofrendo,
estás
livre
deles,
os
trânsfugas,
para
rumares
na
direção
da
Grande
Luz.
(...)
Não
olvidemos
que o
Espírito
cresce
na
bigorna
do
sofrimento,
sem
reações
danosas,
sem
inquietudes...”
Referências:
(1)
Mateus,
6:34.
(2)
FRANCO,
Divaldo.
Otimismo.
6.ed.
Salvador:
LEAL,
1998, p.
12.
(3)
FRANCO,
Divaldo.
Sendas
luminosas.
2.ed.,
Votuporanga:
DIDIER,
2002,
cap. 23.
(4)
FRANCO,
Divaldo.
Lampadário
espírita.
2.ed.,
Rio de
Janeiro:
FEB,
1971,
cap. 49,
pp.
200-202.