CELSO MARTINS
limb@sercomtel.com.br
Rio de
Janeiro, RJ
(Brasil)
Recordações espíritas
Desencarnado Deolindo
Amorim em virtude de
enfisema pulmonar, um
baiano que jamais
fumara, sendo, creio, um
fumante passivo,
trabalhando num recinto
fechado de uma seção do
Ministério da Fazenda,
no centro da Cidade
Maravilhosa, em abril de
1984, dei-me pressa em
recolher enorme
quantidade de seus
admiráveis escritos
esparramados pelos
periódicos de todo o
Brasil e mesmo de Lisboa
(Portugal). O pai do
telerrepórter Paulo
Henrique Amorim era
polígrafo!
Assim surgiram, por
ordem cronológica de
edição: 1) “Recordando
Deolindo Amorim”, pela
ainda Gráfica e Editora
ABC do Interior,
atualmente Editora
Mensagem de Esperança, à
época em Conchas (SP);
2) “Ponderações
Doutrinárias”, pela
Federação Espírita do
Paraná (Curitiba); 3) “A
Voz da Experiência”,
Vila Velha (ES), Edição
Cordis; e, finalmente,
em 1993, 4) “Análises
Espíritas”.
Vou dar alguns dados
sobre este último.
Poderia dar pormenores
dos anteriores, mas aí
me alongaria, e o leitor
atualmente não lê algo
longo (acho assim) se
não for em livros e
revistas. A TV em cores
e o computador são mil
vezes mais aliciantes.
Juvanir Borges de Souza,
então presidente da
histórica Federação
Espírita Brasileira, em
janeiro de 1993, no
Departamento Gráfico da
FEB, comigo, ao lado do
saudoso Alberto Nogueira
da Gama e do ainda entre
nós José Samolão Mizhayr,
depois de analisar os
originais canhestramente
por mim datilografados,
ponderou:
– Celso, a FEB publicará
esta obra. Apenas vamos
retirar este artigo onde
Deolindo sugere que os
espíritas devem escrever
suas memórias. Você há
de entender que Deolindo
e muitos outros mais têm
o que historiar. Mas a
FEB não pode endossar
que muita gente a aponte
conivente com as
memórias, embora
respeitáveis, mas, na
verdade, irrelevantes,
de gente, mesmo
espírita, num país onde
há mais autores do que
leitores.
Concordei com ele. Tem
Juvanir mais experiência
do que eu. Até porque é
mais idoso na carne e no
meio espírita. E o
livro, para espanto do
próprio Juvanir, entrou
em máquina em março, eu
o revisei em julho e
saiu em novembro do
mesmo ano de 1993,
quando eu, mesmo doente,
estava às 2ª, 4ª e 5ª
feiras diante do
microfone da Rádio Rio
de Janeiro, sem carro,
enfrentando alunos do 1º
e 2º graus, escrevendo
para muitos periódicos,
preparando livros meus,
fazendo palestras,
enfim, como digo aos
íntimos, batalhando pela
vida.
Ocorre que muitos fatos
devem ser citados no
meio espírita, sim! Daí
o meu “Três Espíritas
Baianos” (Madras
Espírita) e depois
“Minhas Memórias
Alheias” (Instituto de
Cultura Espírita do
Brasil, edição da Capemi).
Assim, pelo menos em
nossos jornais, deveria
haver espaço para “casos
e causos” espíritas,
conforme mantive com o
saudoso Etelvino Cyríaco
Pimentel, em Macaé
Espírita. Que tal?
(Caixa Postal 61003,
Vila Militar, Rio de
Janeiro, RJ, CEP
21615-970.)