Sim
Eugênio Júlio Savard de
Saint-Brisson
Singram mares do Cosmo
as barcaças airosas...
Eis a frota do Sol a
vogar pelo espaço...
Os tufões siderais
marcam vivo compasso,
Sinfonia de luz a
envolver nebulosas...
Mostra a Terra à
distância o perfil rude
e baço
Da mantilha sutil de
cortinas gasosas...
E na altura onde estou
sinto ânsias saudosas,
Tristes dardos lembrando
a amargura e o cansaço.
A beleza do anil a
exornar cada canto
É qual prece de amor que
se eleva e se espalma
Pelo empíreo estrelado
em fulgor sacrossanto.
Não duvido, meu Deus, na
certeza de agora!
Sim! Meu corpo vivia
inundado de alma
Como o dia de névoa
esmaltado de aurora!...
Poeta, músico e
compositor, Eugênio
Savard nasceu no Rio de
Janeiro em 13 de
novembro de 1865 e
desencarnou em Niterói
em 1º de dezembro de
1899. O soneto acima
integra o livro
Antologia dos Imortais,
obra psicografada pelos
médiuns Francisco
Cândido Xavier e Waldo
Vieira.