JOSÉ ARGEMIRO DA
SILVEIRA
joseargemirsilveira@gmail.com
Ribeirão Preto,
São Paulo
(Brasil)
O pedagogo da Humanidade
“Vós
me chamais de
mestre e senhor,
e dizeis bem
porque eu o sou”
– Jesus.
Clemente de
Alexandria
chamava Jesus de
Pedagogo da
humanidade.
Muitos
historiadores da
Educação e da
Pedagogia
reconhecem a
existência de
uma Pedagogia de
Jesus. Vejamos
os seus
fundamentos.
O Deus do Novo
Testamento é
completamente
diferente do
Deus do Velho
Testamento. No
Evangelho, Deus
é Pai. E a
paternidade
universal
determina a
fraternidade
universal. O
Deus do
Evangelho não é
vingativo, nem
irado, não
comanda
exércitos, mas
ama a todos os
seus filhos.
Paulo afirma que
“o tempo da lei
e da força fora
substituído pelo
tempo da graça e
do amor”. Os
pobres, os
doentes, os
sofredores, os
escravos deixam
de ser os
condenados dos
deuses e passam
à categoria de
bem-aventurados,
isto é, felizes.
Felizes porque o
sofrimento não é
castigo, não é
punição. É
lição, recurso
educativo de que
se utiliza o Pai
para o
aprendizado, o
desenvolvimento
dos filhos que
Ele ama.
Humilhar-se é
melhor do que
vangloriar-se. O
fariseu que ora
com orgulho, se
considerando bom
cumpridor da
lei, está em
pior situação do
que o publicano,
que ora com
humildade,
reconhecendo
suas faltas, e
pedindo perdão a
Deus. O ideal é
responder ao mal
com o bem,
porque quem faz
o mal é
responsável por
ele, vai
experimentar-lhe
as consequências,
e fazer o bem é
libertar,
construir um
futuro melhor.
O culto a Deus,
no Evangelho, é
totalmente
diferente do
Velho
Testamento. Nada
mais de
sacrifícios
materiais, de
bodes
expiatórios, de
rituais
simbólicos, de
privilégios
sacerdotais.
Deus é Espírito
e devemos
adorá-Lo em
espírito,
conforme ensinou
à mulher
samaritana. Os
sacrifícios que
devemos realizar
são os das más
paixões , do
orgulho, da
arrogância. O
objetivo da vida
humana não é
mais a conquista
do céu pela
violência, mas a
implantação do
Reino de Deus na
Terra. O Reino
de Deus está em
nós, isto é, as
qualidades do
saber e das
virtudes já
estão em nós.
Devemos
desenvolvê-las
pelo estudo e
pelo trabalho,
transformando-nos,
aperfeiçoando-nos.
E ao mesmo tempo
trabalhar pela
melhoria do
meio, das
pessoas com quem
vivemos,
transformando a
Terra num mundo
melhor, de mais
tolerância,
cooperação e
entendimento. As
riquezas e o
poder não devem
ser invejados.
Se não forem bem
utilizados podem
constituir-se em
verdadeiras
fascinações que
podem levar a
criatura humana
à perdição.
A salvação, no
sentido de
aperfeiçoamento
espiritual, não
é conseguida
pelo cumprimento
de rituais, de
formalidades do
culto, mas pelo
desenvolvimento
das
potencialidades
do Espírito,
pela purificação
dos sentimentos,
pela educação
integral da
criatura.
“Conhecereis a
verdade e ela
vos libertará”.
Vamos conhecendo
a verdade à
medida que
evoluímos. E a
Verdade implica
em compreensão
da Lei Divina e
vivência
harmoniosa com
essa Lei. À
medida que
evoluímos,
compreendemos
melhor o porquê
dos
acontecimentos,
e,
consequentemente,
mudamos o modo
de ver as coisas
e as pessoas.
Quando isto
ocorre, acontece
a libertação do
sofrimento, isto
é, do medo, da
angústia, da
insegurança, de
tudo o que nos
faz sofrer. Mas
isto não ocorre
de fora para
dentro, com
imposição. É
preciso querer,
empenhar-se
nesse sentido. O
educador
facilita o
trabalho do
aprendiz,
ajudando o seu
despertamento
através dos
estímulos da
palavra e do
exemplo. Cada
criatura é para
Jesus um
educando,
matriculado na
escola da
Terra.
O Livro dos
Espíritos,
questão 625, nos
diz que Jesus é
o Ser mais
perfeito que
Deus enviou à
Terra, para
servir-nos de
guia e modelo. E
a doutrina que
Ele nos ensinou
é a mais pura
expressão da Lei
de Deus.