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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 123 - 6 de Setembro de 2009

JOSÉ ARGEMIRO DA SILVEIRA
joseargemirsilveira@gmail.com
Ribeirão Preto, São Paulo (Brasil)


O pedagogo da Humanidade

 Vós me chamais de mestre e senhor, e dizeis bem porque eu o sou” – Jesus.


Clemente de Alexandria chamava Jesus de Pedagogo da humanidade. Muitos historiadores da Educação e da Pedagogia reconhecem a existência de uma Pedagogia de Jesus. Vejamos os seus fundamentos.

O Deus do Novo Testamento é completamente diferente do Deus do Velho Testamento. No Evangelho, Deus é Pai. E a paternidade universal determina a fraternidade universal. O Deus do Evangelho não é vingativo, nem irado, não comanda exércitos, mas ama a todos os seus filhos. Paulo afirma que “o tempo da lei e da força fora substituído pelo tempo da graça e do amor”. Os pobres, os doentes, os sofredores, os escravos deixam de ser os condenados dos deuses e passam à categoria de bem-aventurados, isto é, felizes. Felizes porque o sofrimento não é castigo, não é punição. É lição, recurso educativo de que se utiliza o Pai para o aprendizado, o desenvolvimento dos filhos que Ele ama.  

Humilhar-se é melhor do que vangloriar-se. O fariseu que ora com orgulho, se considerando bom cumpridor da lei, está em pior situação do que o publicano, que ora com humildade, reconhecendo suas faltas, e pedindo perdão a Deus. O ideal é responder ao mal com o bem, porque quem faz o mal é responsável por ele, vai experimentar-lhe as consequências, e fazer o bem é libertar, construir um futuro melhor. 

O culto a Deus, no Evangelho, é totalmente diferente do Velho Testamento. Nada mais de sacrifícios materiais, de bodes expiatórios, de rituais simbólicos, de privilégios sacerdotais. Deus é Espírito e devemos adorá-Lo em espírito, conforme ensinou à mulher samaritana. Os sacrifícios que devemos realizar são os das más paixões , do orgulho, da arrogância. O objetivo da vida humana não é mais a conquista do céu pela violência, mas a implantação do Reino de Deus na Terra. O Reino de Deus está em nós, isto é, as qualidades do saber e das virtudes já estão em nós. Devemos desenvolvê-las pelo estudo e pelo trabalho, transformando-nos, aperfeiçoando-nos. E ao mesmo tempo trabalhar pela melhoria do meio, das pessoas com quem vivemos, transformando a Terra num mundo melhor, de mais tolerância, cooperação e entendimento. As riquezas e o poder não devem ser invejados. Se não forem bem utilizados podem constituir-se em verdadeiras fascinações que podem levar a criatura humana à perdição.  

A salvação, no sentido de aperfeiçoamento espiritual, não é conseguida pelo cumprimento de rituais, de formalidades do culto, mas pelo desenvolvimento das potencialidades do Espírito, pela purificação dos sentimentos, pela educação integral da criatura. “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”. Vamos conhecendo a verdade à medida que evoluímos. E a Verdade implica em compreensão da Lei Divina e vivência harmoniosa com essa Lei. À medida que evoluímos, compreendemos melhor o porquê dos acontecimentos, e, consequentemente, mudamos o modo de ver as coisas e as pessoas. Quando isto ocorre, acontece a libertação do sofrimento, isto é, do medo, da angústia, da insegurança, de tudo o que nos faz sofrer. Mas isto não ocorre de fora para dentro, com imposição. É preciso querer, empenhar-se nesse sentido. O educador facilita o trabalho do aprendiz, ajudando o seu despertamento através dos estímulos da palavra e do exemplo. Cada criatura é para Jesus um educando, matriculado na escola da Terra. 

O Livro dos Espíritos, questão 625, nos diz que Jesus é o Ser mais perfeito que Deus enviou à Terra, para servir-nos de guia e modelo. E a doutrina que Ele nos ensinou é a mais pura expressão da Lei de Deus.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita