LEDA MARIA
FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
Perdão,
remédio para a alma
Quando nos dirigimos a
Deus, pedindo perdão
pelos nossos erros,
estamos realmente
arrependidos? E quando
dizemos a alguém que
perdoamos a ofensa
sofrida, esquecemos
realmente o ato danoso?
Na busca dessas
respostas, pensemos
sobre isso procurando
perceber, em nossos
corações e em nossas
mentes, como essas
atitudes se refletem
dentro de nós. E para
iniciar essa caminhada,
é importante lembrar que
todos nós cometemos
equívocos e que, por
esta razão, estamos
sujeitos a críticas. O
problema é que na
maioria das vezes somos
bastante tolerantes com
nossos enganos, enquanto
nos tornamos juízes
severos dos enganos
alheios.
Por quais razões essa
atitude se manifesta em
nós? Porque imaginamos –
o egoísmo está no centro
desse nosso
comportamento – que
temos motivos que
justificam as nossas
grosserias, as nossas
injustiças, os nossos
desmandos. Os outros não
os têm para assim
agirem, sobretudo se nós
formos os alvos desse
comportamento
desequilibrado.
O Espiritismo propõe-nos
duas questões que
poderiam nortear nossa
conduta diante dessa
situação: 1 – como
julgar os atos de
criaturas que vivem
experiências tão
diferentes das nossas? 2
– como poderemos saber o
que se passa no coração
daquele que nos ofende
ou agride?
Certamente não podemos,
pois quando também
agimos assim os outros
ignoram o que acontece
conosco naquele momento.
Para essa mudança, para
essa nova forma de ver o
outro, Emmanuel nos faz
um convite: “Renova o
teu modo de sentir,
pelos padrões do
Evangelho, e enxergarás
o Propósito Divino da
Vida, atuando em todos
os lugares, com justiça
e misericórdia,
sabedoria e
entendimento”.
Mas, por onde começar a
corrigir? Como fazer?
Deparamos aí com um
grande problema íntimo:
sabemos o que corrigir,
mas não conhecemos o
caminho para essa
mudança.
Jesus é o modelo a ser
procurado! Eis a
resposta certa à nossa
indagação. O Mestre
referiu-se, inúmeras
vezes, ao perdão como
instrumento valioso e
indispensável à nossa
evolução. O “perdoai
para serdes perdoados”,
que nos deixou em Seus
ensinamentos, significa
perdoar indefinidamente,
tantas vezes quantas
forem necessárias.
Gostaríamos,
evidentemente, de ser
perdoados todas as vezes
que nos desviamos da
trilha, mas como esperar
o perdão que pedimos a
Deus se ainda não somos
capazes de perdoar o
próximo?
Parece-nos que, em
primeiro lugar,
precisamos aprender a
NOS PERDOAR, pois se
fizemos ou se ainda
fazemos algo errado é
porque não sabíamos -
como ainda não sabemos -
de que forma fazer o
certo; e, em segundo
lugar, buscar a resposta
em Jesus porque, mais do
que falar sobre o
perdão, Ele o
exemplificou em Sua
caminhada de luz,
exercitando a bondade, a
mansuetude, de modo
integral, completo, sem
distinção de quem quer
que fosse. E a prova
disso está no pedido que
fez ao Pai para que
perdoasse aqueles que O
crucificavam. Médico de
almas, o Cristo propôs o
perdão como remédio para
todos os nossos males. E
é interessante notar a
preocupação da Medicina
moderna em tentar
compreender por que essa
atitude, praticada por
muitos doentes do corpo,
ajuda a curar ou a
minimizar as dores. Os
médicos, hoje, querem
descobrir como e por que
isso acontece. Jesus já
sabia e veio nos
ensinar. Só nos resta,
portanto, aprender!
Vamos, então, juntos com
Jesus, usar a bondade
para com todos.
Aprendamos a perdoar
conforme Ele nos
ensinou: sem rancor, sem
ressentimento, sem
estabelecer condições,
ajudando inclusive o
ofensor, nem que seja
com as nossas preces,
mesmo que ele não
saiba... Busquemos algum
bem nessas criaturas,
como nós gostaríamos que
o encontrassem em nós,
apesar do momento de
desequilíbrio no qual
estejamos envolvidos.
Quantas vezes notamos
plantas aparentemente
secas que voltam a ficar
verdes com o milagre do
Sol e da chuva! Já
imaginaram o que
aconteceria a um coração
sedento de compreensão e
amor?
Já temos o modelo, os
instrumentos e o caminho
para realizar a
transformação em nós.
Estamos aguardando o
quê?
Referências:
EMMANUEL
(Espírito). Palavras
de Vida Eterna,
[psicografado por]
F.C.Xavier- 20ª ed.,
Edição CEC, Uberaba/MG –
1995 - Lições 61 e 76.
Idem –
Fonte Viva –
[psicografado por]
F.C.Xavier – 16ª ed.,
Federação Espírita
Brasileira – Rio de
Janeiro/RJ – Lição 67.
KARDEC,
Allan – O Evangelho
segundo o Espiritismo
– Capítulo X.