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Clássicos do Espiritismo
Ano 3 - N° 126 – 27 de Setembro de 2009

ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

A Evolução Anímica

  Gabriel Delanne

 (Parte 5)

Damos continuidade nesta edição ao estudo do clássico A Evolução Anímica, que será aqui estudado em 17 partes. A fonte do estudo é a 8ª edição do livro, baseada em tradução de Manoel Quintão publicada pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Há grandes diferenças entre o homem e o macaco?

Não. É insignificante a diferença existente entre o homem e o macaco. A história natural e a filosofia revelam que, seja do ponto de vista físico, seja do intelectual, não há diferença essencial. As diferenças existentes entre o mais inteligente dos animais – o macaco – e o mais embrutecido dos homens não passam de graduações ascendentes de um mesmo princípio, que vai progredindo à proporção que anima organismos mais desenvolvidos. (A Evolução Anímica, pág. 60.)

B. Aristóteles estava certo quando disse que a natureza não dá saltos?

Sim. Diariamente as descobertas dos naturalistas estabelecem sobre bases sólidas esta verdade que o grande filósofo exprimiu: A natureza não dá saltos. Perpétuas transições ocorrem entre os seres vivos. Do homem ao macaco, deste ao cão, da ave ao réptil, deste ao peixe, do peixe ao molusco etc., nenhuma passagem é brusca. O que se dá é sempre uma degradação insensível. Todos os seres se tocam, formam uma cadeia de vida que só nos parece interrompida porque desconhecemos as formas extintas ou desaparecidas. (Obra citada, pág. 62.)

C. A alma animal é da mesma natureza que a alma humana?

Sim. Já que os animais possuem inteligência, instinto e sensibilidade, e considerando o axioma que diz que todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, podemos concluir que a alma animal é da mesma natureza que a humana, apenas diferenciada no desenvolvimento gradativo. (Obra citada, pp. 63 a 65.)

Texto para leitura 

45. A alma animal – O problema da origem do homem na Terra é difícil de abordar porque, situados num estágio de civilização avançada, temos a impressão de que um abismo nos separa dos outros seres. O esplendor de nossos progressos materiais não deve, porém, obscurecer nossa origem modesta. Ao lado da civilização vegetam seres degradados que mal poderemos chamar homens. Entre os selvagens costuma dar-se preeminência aos Diggers, índios repelentes que habitam cavernas da Serra Nevada e são julgados pelos naturalistas mais fidedignos como inferiores ao orangotango. Os Tarungares (Papuas da Costa Oriental) são de um selvagismo inaudito. Antropófagos inveterados, chegam por vezes a exumar cadáveres a fim de os devorar. O Autor cita, então, um número grande de tribos que impressionam por sua selvajaria e atraso: os Dokos da Abissínia; os Weddas do Ceilão; os Boschimans; os selvagens da baía de Motka; os Kytches e os Latoukas da África; os Aetas das Filipinas. (Págs. 57 a 60)

46. Darwin, na viagem do Beagle, chegou a espantar-se quando avistou os Fueguinos. “Ao contemplar tais seres – diz ele –, é difícil acreditar sejam nossos semelhantes e conterrâneos... À noite, cinco ou seis criaturas dessa espécie, nuas e mal protegidas das intempéries de um clima horrível, deitam-se no solo úmido, encolhidas sobre si mesmas e confundidas como verdadeiros brutos.” (Pág. 60)

47. Vemos com esses exemplos como é insignificante a diferença entre o homem e o macaco. A história natural e a filosofia revelam que, seja do ponto de vista físico, seja do intelectual, não há diferença essencial. As diferenças existentes entre o mais inteligente dos animais – o macaco – e o mais embrutecido dos homens não passam de graduações ascendentes de um mesmo princípio, que vai progredindo à proporção que anima organismos mais desenvolvidos. (Pág. 60)

48. Vimos que os elementos componentes dos tecidos de todos os seres vivos são substancialmente idênticos na composição. A carne de um animal não se distingue da nossa. O esqueleto dos vertebrados não varia sensivelmente. A similitude dos organismos do homem e do animal é tal que, por mais estranho que isso pareça, poder-se-ia conceber um homem viver com um coração de cavalo ou de cachorro. (N.R.: Embora tenha escrito esta obra em época anterior aos transplantes de coração, Delanne está certo: o coração dos babuínos já foi aproveitado em seres humanos.) (Pág. 61)

49. Diariamente as descobertas dos naturalistas estabelecem sobre bases sólidas esta verdade que Aristóteles exprimiu: A natureza não dá saltos. Perpétuas transições ocorrem entre os seres vivos. Do homem ao macaco, deste ao cão, da ave ao réptil, deste ao peixe, do peixe ao molusco etc., nenhuma passagem é brusca. O que se dá é sempre uma degradação insensível. Todos os seres se tocam, formam uma cadeia de vida que só nos parece interrompida porque desconhecemos as formas extintas ou desaparecidas. Certamente, qualquer pessoa saberá distinguir um gato de uma roseira, mas, aprofundando sua análise, verá que existem plantas, como as algas, que se reproduzem por meio de corpúsculos agilíssimos e animais que, no decurso de sua existência, permanecem imóveis, aparentemente insensíveis. (Pág. 62)

50. Ao homem é impossível viver de maneira diferente dos outros animais. O sangue lhe circula do mesmo jeito, o ar é respirado nas mesmas proporções. Os alimentos são da mesma natureza, transformados nas mesmas vísceras, mediante as mesmas operações químicas. O nascimento não lhe é fenômeno particular. Nos primeiros períodos de vida, é impossível distinguir o embrião humano do canino. A monera que haja de produzir o “rei da criação” é, originalmente, composta de um simples protoplasma, como a de qualquer vegetal. Em resumo: o homem em nada se distingue do animal e vã é a tentativa de estabelecer uma linha divisória que lhe permita atribuir-se um lugar privilegiado na criação. (Págs. 62 e 63)

51. É observando as manifestações dos indivíduos que podemos conhecer os fenômenos psíquicos ocorrentes no seu íntimo. Se ele executar atos inteligentes, concluiremos que possui uma inteligência. Se tais atos forem da mesma índole dos que observamos nos homens, deduziremos que essa inteligência é similar à da alma humana, uma vez que, na criação, somente a alma é dotada de inteligência. (Pág. 63)

52. Ora, como os animais possuem inteligência, instinto e sensibilidade, e considerando o axioma que diz que todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, podemos concluir que a alma animal é da mesma natureza que a humana, apenas diferenciada no desenvolvimento gradativo. O Autor relata, então, diversos casos que evidenciam algumas faculdades dos animais, tais como: atenção, julgamento, raciocínio, associação de ideias, memória e imaginação. (Págs. 63 a 65)

53. Eis de forma resumida alguns desses casos: I – Uma raposa que conduzia um ganso apresado, não conseguindo saltar um muro de 1m20, enfiou o bico do ganso numa frincha do muro, para depois pegá-lo e seguir seu caminho. II – Um urso do Jardim Zoológico de Viena, querendo colher um pedaço de pão que flutuava fora da jaula, teve a ideia de revolver a água com a pata e formar assim uma corrente artificial. III – Florens revela como dois ursos do Jardim das Plantas perceberam que os bolos que lhes haviam dado estavam envenenados. IV – Um elefante, vendo que não podia captar uma moeda posta junto de uma muralha, pôs-se a soprar e assim fez a moeda rolar até o ponto em que se encontrava. V – Certa vespa transportava a carcaça de uma mosca quando notou que as asas presas à carcaça dificultavam-lhe o voo. Ela então cortou as asas da mosca e librou-se mais facilmente com o despojo. VI – Um canguru lançou-se ao mar para escapar à perseguição de um cão. Feito isto, aguardou o inimigo que nadava ao seu encontro, agarrou-o e tê-lo-ia afogado, se o dono não acudisse a socorrê-lo. VII – Torrebianca diz que os criados de sua casa assavam na lareira algumas castanhas, quando um macaco passou a cobiçá-las e, impaciente, não vendo como pescá-las sem queimar-se, atirou-se a um gato sonolento e, agarrando-lhe uma das patas, dela se serviu, à guisa de bastão, para tirar as castanhas do borralho. Aos miados desesperados do bichano, todos acorreram, enquanto algoz e vítima debandaram, uma com o seu furto e outro com a pata queimada. (Págs. 64 e 65)

54. A curiosidade, diz Delanne, é muito desenvolvida nos animais, mesmo nas espécies menos inteligentes, como os peixes, os lagartos e as calhandras (espécie de cotovia). Ela cresce nos patos selvagens, nos cabritos monteses, nas vacas e se mostra irresistível nos macacos, indiciando uma característica da curiosidade humana, o desejo de compreender, de penetrar o sentido das coisas. O macaco possui a faculdade de “exame atento”, chegando mesmo a esquecer o alimento e tudo que o rodeia quando busca examinar um objeto. (Pág. 66)

55. O amor-próprio é observado no cão, no elefante e no cavalo de corrida, que é suscetível de emulação e experimenta o orgulho da vitória. É sintomático o caso de Forster que, depois de um longo período de invencibilidade, ao ver-se uma vez na iminência de ser batido por Elèphant, já perto do poste de chegada, precipitou-se num salto desesperado e agarrou com os dentes o rival, no intuito de evitar uma derrota jamais conhecida. M. Romanes relata, a propósito, um fato interessante. Divertia-se seu cão a caçar moscas que pousavam na vidraça. Como muitas se escapassem, Romanes entrou a chacotear, esboçando um sorriso irônico a cada insucesso. Foi quanto bastou para deixar envergonhado o cão, que fingiu, de repente, ter apanhado uma mosca, esmagando-a de encontro ao solo. Romanes percebeu e, verberando-lhe a impostura, viu que o cão saiu a ocultar-se sob os móveis, duplamente envergonhado. (Págs. 66 e 67) (Continua no próximo número.)



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita