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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 126 - 27 de Setembro de 2009

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com

Guará II, Distrito Federal (Brasil)
 

Crônicas de Natal

Faltou a luz...

 
Mais um Natal na família Nagato. Família de bem-sucedidos comerciantes que reúnem anualmente toda a família. Primos distantes, sobrinhos, agregados, enfim, todos se reúnem no seu sítio para a comemoração do Natal. A ceia é repleta de aves, suínos, frutas e doces típicos da época, e a fartura é imensa.

Devido à diversidade de idades, várias opções foram estabelecidas pela Sra. Nagato a fim de satisfazer suas visitas. Salas de vídeo, jogos eletrônicos, campo de futebol, mesa de pingue-pongue, bar, sala de musculação, piscina. Tudo disponibilizado para que todos se sintam à vontade. Mais um ano com a família reunida e alegre no sítio dos Nagatos.

Mas o imprevisível armou uma das suas naquele ano. Uma casa de marimbondos se instalou na caixa de força e, fruto da falta de manutenção, fez com que todas aquelas luzes, aqueles chuveiros e aparelhos eletrônicos esquentassem o disjuntor, que entrou em um processo comburente-combustível que transformou a caixa de força (e a casa de marimbondos) em uma rápida e destrutiva fogueira.

Ao iniciar-se o fogo, a luz logo acabou e, apesar de o Sr. Nagato ter corrido rapidamente com o extintor de seu automóvel para a caixa de força, o estrago já havia acontecido. Gritos tomaram conta do sítio, imerso na escuridão da mata que o cerca. Os que dormiam acordaram com a confusão. Bola recolhida e vídeos encerrados. O que fazer agora? Pois na noite de Natal, próximo da meia noite, nenhuma loja estaria aberta para atendê-los. Ainda mais ali no meio do mato!

Sr. Nagato chama a todos para perto da mesa onde jazia acesa uma esquecida vela do fundo da gaveta. Acende a luz de seu relógio e vê que são 23h45 e começa seu discurso:

- Perdoem-me pelo contratempo que estragou o nosso Natal. A vela que nos resta e as lanternas levarão quem já quiser ir dormir, e os que tiverem fome poderão se servir à  mesa...

Interrompendo o Sr. Nagato, levanta-se Pablo, namorado de Márcia Nagato, sobrinha do nobre anfitrião:

- Perdoem-me também a minha intromissão... Não pertenço a esta família ainda (disse, sorrindo para Márcia), mas creio que há um equívoco aqui.

A ousadia do jovem espanta a todos e exalta o pai de Márcia. Mas, sem permitir uma reação do público, ainda fragilizado pela escuridão, o jovem continua a sua exposição:

- Vejo que todos estávamos nos divertindo. Todos brincando, curtindo seus hobbies e preferências. E depois, à meia noite, atacaríamos avidamente essa mesa repleta de quitutes e coisas gostosas. Pelo que Márcia me conta, é assim ano após ano. Falamos de futebol, de negócios, dos amigos e, por fim, dormimos para o fim de mais um feriado. O Natal não é isso!

Com essa frase o pai de Márcia se levanta:

- Ora, rapaz, respeite as tradições de nossa família, pois...

A própria Sra. Nagato interrompe o cunhado com a voz firme:

- Permita que o rapaz se expresse. Continue, meu filho.

- O Natal – disse o moço - representa a comemoração do nascimento de Jesus, aquele que nos trouxe a mensagem da paz e do amor ao próximo. Nasceu em uma manjedoura simples, cercado de animais , filho de um carpinteiro. Mas, pelo seu exemplo, nos mostrou a beleza das coisas de Deus. E com muito amor e fraternidade é que comemoramos esta data, estendendo ao irmão o nosso braço amigo. Se mesmo em família não existe esse sentimento fraternal, como estendê-los a outros?

Tomando para si a vela que estava sobre a mesa, o Sr. Nagato se levanta:

- Vejo que este jovem foi iluminado em suas palavras. Apagaram-se as luzes, mas acenderam-se outras em nossos corações. Diga, jovem, como podemos, agora, confraternizar no Natal, se nos falta até a luz?   

Tomando o violão, que estava na mala de seu carro, Pablo convida a todos a sentar ao redor da mesa e, sob a luz daquela singela vela, encerram aquela noite de Natal cantando juntos, de mãos entrelaçadas e olhos úmidos, antigas canções de Natal, relembrando aquela criança que um dia nasceu sob a luz de uma estrela. 



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita