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Estudando a série André Luiz
Ano 3 - N° 127 – 4 de Outubro de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Entre a Terra e o Céu

André Luiz

(Parte 4)

Continuamos a apresentar o estudo da obra Entre a Terra e o Céu, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Que provações enfrentava Antonina naquele momento?

Primeiro, o marido a abandonara, fato que ocorrera quatro anos antes, mas Antonina não desanimou. Trabalhava numa fábrica de tecidos, para sustentar a casa, e educava os filhos com acendrado amor ao Evan­gelho, sabendo, assim, resgatar com valor as dívidas trazidas do pre­térito próximo. Meses antes perdera o pequeno Marcos, de oito anos, atacado de fulminante pneumonia. Viviam com ela três lindas crianças, dois rapazinhos entre onze e doze anos e uma loura pequerrucha, a caçula da família. (Entre a Terra e o Céu, cap. VI, pp. 35 a 37.)

B. Como era o culto do Evangelho na casa de Antonina?

Os participantes eram a mãe e as três crianças. No dia em que André Luiz se encontrava presente, Lisbela, a caçula, fez a prece de abertura, recitando as lindas palavras da oração dominical, ensinada por Jesus. Henrique, um dos filhos, abriu o Evangelho ao acaso, restituindo o livro às mãos da mãe, que leu, emocionada, os versículos 21 e 22 do capítulo 18 das anotações do apóstolo Mateus: "Então Pedro, aproximando-se dele, disse: – Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: – Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete". Anto­nina calou-se, como quem aguardava as perguntas dos jovens aprendizes. Henrique, iniciando a conversação, perguntou: "Mãezinha, por que Jesus recomendava um perdão, assim tão grande?" Demonstrando vasto treina­mento evangélico, a senhora respondeu, e assim transcorreu o culto, na forma de uma conversação de que todos participaram. Ao final, depois da prece de encerramento, beberam a água magnetizada por André e Hilário. (Obra citada, cap. VI, pp. 37 a 41.)

C. Além da família, quem mais estava presente na casa de Antonina?

Encontrava-se ali um an­cião desencarnado que se apresentava aba­tido e trêmulo e parecia inquieto e dementado. Era alguém que sentia imenso remorso por haver matado seu amigo Esteves, por ocasião da guerra entre Brasil e Paraguai. Soube-se mais tarde que ele era avô de Antonina e ali estava para rogar ajuda à neta querida. (Obra citada, cap. VII, pp. 42 a 44.)

Texto para leitura

13. No lar de Antonina - Clarêncio explicou a André que, para entender melhor o drama que se desenrolava no lar de Amaro, seria conveniente contactar com outras personagens ligadas ao caso, sugerindo uma visita ao pequeno Júlio, o que foi prontamente aceito por André e por Hilário. Na noite seguinte, Eulália deveria acompanhar duas senhoras encarnadas à visitação dos filhinhos que as precederam na grande via­gem ao mundo espiritual e que se encontravam no mesmo sítio em que o menino estava asilado. Na hora aprazada, o grupo foi em busca das re­feridas irmãs. Clarêncio substituía Eulália. Primeiro eles estiveram numa casa singela de remota região suburbana, onde vivia Antonina com três dos quatro filhos que o Senhor lhe confiou. O marido a havia abandonado quatro anos antes, para comprometer-se em delituosas aven­turas, mas Antonina não desanimou. Trabalhava numa fábrica de tecidos, para sustentar a casa, e educava os filhos com acendrado amor ao Evan­gelho, sabendo, assim, resgatar com valor as dívidas trazidas do pre­térito próximo. Meses antes perdera o pequeno Marcos, de oito anos, atacado de fulminante pneumonia, e era com ele que se encontraria, de­pois da prece feita com os demais. André e Hilário ali ficaram, para auxiliarem nas orações e nos estudos de Antonina, enquanto o Ministro seguiu em busca da outra mãe. Numa sala desataviada e estreita, uma senhora ainda jovem, mas extremamente abatida, achava-se de pé, junto de três lindas crianças, dois rapazinhos entre onze e doze anos e uma loura pequerrucha, a caçula da família, que pousava na mãe seus belos olhos azuis. Num recanto do humilde compartimento, triste velhinho de­sencarnado parecia estar à escuta. Antonina colocou sobre a toalha muito alva dois copos com água pura, tomou um exemplar do Novo Testa­mento e sentou-se. Iniciava-se então o culto do Evangelho no lar. (Cap. VI, págs. 35 a 37)

14. Porque Jesus ensinou-nos o perdão - Lisbela, a caçula da casa, fez a prece de abertura, recitando as lindas palavras da oração dominical, ensinada por Jesus. Henrique, um dos filhos, abriu o Evangelho, ao acaso, restituindo o livro às mãos da mãe, que leu, emocionada, os versículos 21 e 22 do capítulo 18 das anotações do apóstolo Mateus: "Então Pedro, aproximando-se dele, disse: – Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: – Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete". Anto­nina calou-se, como quem aguardava as perguntas dos jovens aprendizes. Henrique, iniciando a conversação, perguntou: "Mãezinha, por que Jesus recomendava um perdão, assim tão grande?" Demonstrando vasto treina­mento evangélico, a senhora replicou: "Somos levados a crer, meus fi­lhos, que o Divino Mestre, em nos ensinando a desculpar todas as fal­tas do próximo, inclinava-nos ao melhor processo de viver em paz. Quem não sabe desvencilhar-se dos dissabores da vida, não pode separar-se do mal. Uma pessoa que esteja parada em lembranças desagradáveis ca­minha sempre com a irritação permanente. Imaginemos vocês na escola. Se não conseguirem esquecer os pequeninos aborrecimentos nos estudos, não poderão aproveitar as lições. Hoje é um colega menos amigo a pre­parar lamentável brincadeira, amanhã é uma incorreção do guarda enfa­dado em razão de algum equívoco. Se vocês imobilizarem o pensamento na impaciência ou na revolta, poderão fazer coisa pior, afligindo a pro­fessora, desmoralizando a escola e prejudicando o próprio nome e a saúde. Uma pessoa que não sabe desculpar vive comumente isolada. Nin­guém estima a companhia daqueles que somente derramam de si mesmos o vinagre da queixa ou da censura". Dito isso, Antonina fitou o primogê­nito e perguntou: "Você, Haroldo, quando tem sede preferiria beber a água escura de um cântaro recheado de lodo?" O menino respondeu que não; ele escolheria água pura, cristalina... A mãe então asseverou: "Assim somos também, em se tratando de nossas necessidades espiri­tuais. A alma que não perdoa, retendo o mal consigo, assemelha-se ao vaso cheio de lama e fel. Não é coração que possa reconfortar o nosso. Não é alguém capaz de ajudar-nos a vencer nas dificuldades da vida. Se apresentamos nossa mágoa a um companheiro dessa espécie, quase sempre nossa mágoa fica maior. Por isso mesmo, Jesus aconselhava-nos a per­doar infinitamente, para que o amor, em nosso espírito, seja como o Sol brilhando em casa limpa". (Cap. VI, págs. 37 a 39)

15. Honrarás teu pai e tua mãe - Após breve intervalo, o jovem Haroldo indagou: "Mas a senhora crê, mãezinha, que devemos perdoar sempre?" Antonina disse-lhe que sim. "Ainda mesmo quando a ofensa seja a pior de todas?", insistiu o menino. "Ainda assim", respondeu a genitora, que quis saber por que o filho tratava de tal assunto com tamanha pre­ocupação. "Refiro-me ao papai – disse o menino, algo triste –, papai abandonou-nos quando mais precisávamos dele. Seria justo esquecer o mal que nos fez?" Antonina, revelando a nobreza de sua alma, respon­deu-lhe: "Oh! meu filho! não te detenhas nesse problema. Porque ali­mentar rancor contra o homem que te deu a vida? como condená-lo se não sabemos tudo o que lhe aconteceu? Seria realmente melhor para o nosso bem-estar se ele estivesse conosco, mas, se devemos suportar a ausên­cia dele, que os nossos melhores pensamentos o acompanhem. Teu pai, meu filho, com a permissão do Céu, deu-te o corpo em que aprendes a servir a Deus. Por esse motivo, é credor de teu maior carinho. Há ser­viços que não podemos pagar senão com amor. Nossa dívida para com os pais é dessa natureza..." E ela mencionou que uma das mais importantes determinações ouvidas por Moisés no monte, quando recebeu os Dez Man­damentos, foi aquela em que a Eterna Bondade nos recomenda: "Honrarás teu pai e tua mãe". "A Lei enviada ao mundo – acrescentou Antonina – não estabelece que devamos analisar a espécie de nossos pais, mas sim que nos cabe a obrigação de honrá-los com o nosso amoroso respeito, sejam eles quais forem". Haroldo mostrou-se conformado, mas ainda pon­derou que se o pai estivesse junto deles talvez o Marcos não tivesse morrido, porque a família teria o dinheiro suficiente para tratá-lo. A genitora enxugou, apressada, as lágrimas que lhe caíram, espontâneas, ante a evocação do filhinho, e continuou: "Seria um erro permitir a queda de nossa confiança no Pai Celestial. Marcos partiu ao encontro de Jesus, porque Jesus o chamava. Nada lhe faltou. Rogo a vocês não darmos curso a qualquer ideia triste, em torno da memória do anjo que nos precedeu. Nossos pensamentos acompanham no Além aqueles que ama­mos". Lisbela, aproveitando o ensejo, perguntou à mãe se Marcos podia vê-los, ao que ela esclareceu: "Sim, minha filha, ele nos ajuda em espírito, pedindo a Jesus forças e bênçãos para nós. Por nossa vez, devemos auxiliá-lo com as nossas preces e com as nossas melhores re­cordações". Em seguida, Henrique fez a prece dominical e o trabalho terminou. A dona da casa repartiu com os pequenos alguns cálices da água cristalina que Hilário e André haviam magnetizado e, logo após, pensativa e saudosa, retirou-se com os filhos para a câmara em que se recolheriam todos juntos. (Cap. VI, págs. 39 a 41)

16. Paixão e traição na guerra do Paraguai - Após o culto, André e Hi­lário permaneceram na casa de Antonina, onde aguardariam a volta de Clarêncio. Foi aí então que puderam reparar, com mais atenção, o an­cião desencarnado que se encontrava na casa. Ele se apresentava aba­tido e trêmulo e parecia inquieto e dementado. Densificando o perispí­rito, André e Hilário puderam tornar-se visíveis ao velhinho, que lhes perguntou se eles eram oficiais ou praças e, em seguida, referiu-se ao tema tratado no culto evangélico, pertinente ao perdão. Ele não enten­dia a necessidade de se discutir tal assunto com três crianças... "Comentários dessa natureza – afirmou – devem ser reservados para pessoas aflitas como eu, que trazem um vulcão no centro do crânio..." Dito isso, alteraram-se-lhe as feições e ele pareceu mais distante da realidade, passando a falar frases desconexas, relacionadas com a época da guerra entre Brasil e Paraguai. Mencionou então ter sido traído por seu amigo Esteves, que, aproveitando sua ausência da ci­dade, se insinuara em sua casa para tomar-lhe a mulher, Lola Ibarruri. "Durante um mês longo e terrível, suspirei pelo retorno aos carinhos dela", contou o velhinho. "Quando tornei ao lar, naquela estrelada noite de maio, encontrei-a nos braços do traidor... Lola tentou des­culpar-se, mas surpreendi-os juntos... Quis vingar-me, de imediato, espetando-o com meu punhal, todavia, as tropas deixariam a cidade, daí a três dias, e o meu inimigo, que se esgueirara na sombra, ante a minha aproximação, deu-se pressa em viajar, a serviço..."  (Cap. VII, págs. 42 a 44)  (Continua no próximo número.)


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita