JOSÉ ARGEMIRO DA
SILVEIRA
joseargemirosilveira@gmail.com
Ribeirão Preto,
São Paulo
(Brasil)
A chave
“Jesus nada
disse de absurdo
para todo aquele
que apreende o
sentido
alegórico
e
profundo de suas
palavras; mas
muitas coisas
não podem ser
compreendidas sem a chave que
delas nos dá o
Espiritismo.”
(O Evangelho
segundo o
Espiritismo,
cap. 8, item
17.)
Em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
cap. 8, item 11,
Allan Kardec
transcreve a
passagem em que
Jesus fala sobre
o escândalo (S.
Mateus, cap.
XVIII, v. de 6 a
11): “Ai do
mundo por causa
dos escândalos;
porque é
necessário que
venham
escândalos; mas
ai do homem por
quem o escândalo
venha”.
Parece uma
contradição:
“... é
necessário que
venham
escândalos, mas
ai do homem por
quem o escândalo
venha”.
Inicialmente a
explicação sobre
o que é
considerado
escândalo: “Diz-se
de toda ação que
choca com a
moral ou a
decência de um
modo ostensivo.
No sentido
evangélico, a
acepção da
palavra
escândalo, tão
frequentemente
empregada, é
sempre mais
geral e, por
isso, não se lhe
compreende a
acepção em
certos casos.
Não é mais
somente o que
ofende a
consciência de
outrem, é tudo o
que resulta dos
vícios e das
imperfeições dos
homens, toda
reação má de
indivíduo para
indivíduo, com
ou sem
repercussão”.
É necessário que
venham
escândalos
porque os seres
humanos são
pouco evoluídos.
Sabem, ainda,
pouco sobre as
leis divinas, e
praticam menos
do que sabem.
Consequentemente
fazem muitas
coisas em
desacordo com as
referidas leis.
É preciso
entender por
estas palavras
que o mal é uma
consequência da
imperfeição dos
homens, e não
que haja para
eles obrigação
de praticá-lo.
Com outras
palavras, o agir
em desacordo com
as leis divinas
é uma
consequência
natural da
imperfeição
humana, no atual
estágio
evolutivo. Mas
se ele não
tentar, não
experimentar,
não exercitar o
seu
livre-arbítrio,
não se
desenvolve, não
evolui.
Escolhendo mal,
sofre as
consequências do
mal praticado e
aprende.
Escolhendo bem,
agindo
corretamente,
evolui mais
depressa. Mas
sempre evolui.
Sem liberdade
para fazer
escolhas não há
crescimento, não
há
responsabilidade.
Se agir mal,
pune a si mesmo
pelo contato com
seus vícios, dos
quais é a
primeira vítima,
acabando por
compreender seus
inconvenientes.
Quando estiver
cansado de
sofrer no mal,
procurará o
remédio no bem
- esclarece o
codificador.
Mas ai daquele
por quem o
escândalo venha,
porque aquele
que mesmo
inconscientemente
serviu de
instrumento para
a justiça
divina, cujos
maus instintos
foram
utilizados, não
deixou de fazer
o mal e deverá
sofrer-lhe as
consequências.
Esta e várias
outras passagens
dos ensinos de
Jesus só podem
ser bem
compreendidas à
luz da Doutrina
Espírita.
Conforme bem
disse Allan
Kardec, “muitas
coisas não podem
ser
compreendidas
sem a chave que
delas nos dá o
Espiritismo.
Qual é essa
chave? – A
reencarnação (pré
e pós-existência
do Espírito), o
livre-arbítrio,
a lei do
progresso, a lei
de causa e
efeito. Com
esses
ensinamentos,
entendemos que o
ser humano é,
ainda, pouco
evoluído e que,
mesmo
inconscientemente,
age em desacordo
com as leis
divinas, porque
não é um ser
pronto, acabado.
É um ser em
evolução, à
medida que for
desenvolvendo as
qualidades que
foram colocadas
por Deus, desde
o início, vai
compreendendo as
leis divinas, e
harmonizando seu
proceder com
essas leis, vai
deixando de
errar, e,
consequentemente,
deixa de sofrer
as consequências
dos erros.