Jones Elias de Oliveira, de
Tubarão (SC), diz-nos que
Allan Kardec, quando da
publicação de O Livro dos
Médiuns, apresenta três
graus de obsessões: obsessão
simples, fascinação e
subjugação, descartando a
hipótese de possessão. Ocorre
que, no livro A Gênese,
os Milagres e as Predições
segundo o Espiritismo,
cap. XIV, o Codificador
voltou ao assunto, agora
utilizando o termo possessão
não somente para a atuação
malfazeja, mas também
podendo se dar quando um bom
Espírito queira se
comunicar.
Diante disso, pergunta-nos:
Há possessão? Como
interpretar os dois textos
(Livros dos Médiuns x A
Gênese)? No caso de um bom
Espírito, poderíamos dizer
que se trata da chamada
incorporação mencionada por
Léon Denis na obra No
Invisível?
Já nos reportamos ao assunto
nesta mesma seção na edição
66, de 27/7/2008, desta
revista.
Quem estuda o Espiritismo
sabe que Kardec mudou de
ideia em relação à
"possessão", que ele
rejeitou até O Livro dos
Médiuns e depois admitiu
claramente em A Gênese.
Quando produzida por um mau
Espírito – diz o Codificador
– a possessão tem todos os
característicos da
subjugação, mas,
diferentemente da
subjugação, a possessão pode
ser produzida por um bom
Espírito e, neste caso, pode
se aplicar ao fenômeno o
nome de incorporação
mencionado por Léon Denis e,
décadas mais tarde, por
André Luiz.
A mudança de pensamento do
Codificador deu-se por força
dos fatos. Demorou algum
tempo para que ele
conhecesse o fenômeno da
incorporação, hoje tão
conhecido dos que trabalham
na área da mediunidade. Na
Revista Espírita ele alude
ao episódio, que muito o
impressionou na ocasião.
Sugerimos que o leitor leia,
sobre a razão que levou
Kardec a mudar de opinião, o
texto publicado na edição
111 desta revista na seção
Estudando as obras de
Kardec, disponível em:
http://www.oconsolador.com.br/ano3/111/estudandoasobrasdekardec.html
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