FRANCISCO
REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, Rio de
Janeiro (Brasil)
A prática do bem
Nos ensinamentos
que os Espíritos
superiores
ministraram ao
insigne
codificador do
Espiritismo,
encontramos um
acervo literário
tão rico e
farto, contido
na própria
codificação, que
decisivamente
marcou e dividiu
a humanidade em
termos de
conhecimento das
Leis universais
que regulam a
nossa vida de
Espíritos
eternos, que
somos, em antes
e depois de
Allan Kardec.
Antes,
buscávamos a
ideia de fazer o
bem porque desta
forma ele nos
traria o bem
como retorno à
nossa vida,
ajudar o
próximo,
praticar a
solidariedade, a
indulgência,
perdoar as
ofensas e
agressões que
sofremos seriam,
assim, moeda com
a qual
compraríamos o
nosso bem-estar
definitivo para
o nosso futuro,
seria uma
espécie de
investimento
estrategicamente
planejado.
Estaríamos com
isso buscando
nos livrar do
fogo fatídico do
inferno e
adquirindo o
passe de
entrada, que nos
garantiria um
lugarzinho no
céu, ao lado dos
eleitos do
Senhor, para
desfrutarmos daí
em diante das
regalias, das
festas etc., da
desobrigação de
nos preocuparmos
em algo fazer,
pois tudo nos
seria doravante
concedido
gratuitamente.
Com o advento do
Espiritismo, a
humanidade
passou a
enxergar o
trabalho no bem,
não como uma
forma de
conquistar um
lugar no céu, de
forma egoísta,
de algo fazer
para receber uma
compensação que
justificasse
essa prática, e,
sim, fazer por
prazer sem visar
recompensa em
troca, pois os
Espíritos
através do
codificador do
Espiritismo nos
ensinaram que
proceder no bem
é antes de tudo
uma atitude
inteligente em
prol de nós
mesmos na busca
da felicidade
que tanto
almejamos.
E com a máxima
“Fora da
caridade não há
salvação”, veio
o Espiritismo
difundir por
toda a Terra a
mensagem já
existente de
Jesus quando nos
afirmou que “a
cada um segundo
as suas obras”,
explicando a
todos que a
nossa vivência
no bem é
condição
imprescindível
para lograrmos
êxito nos
empreendimentos
de construção da
nossa paz
íntima, que só a
fé anteriormente
entendida como
capaz de nos
proporcionar já
não é suficiente
para nos
assegurar futuro
melhor do que o
que vivenciamos
agora, conforme
contido no
Capítulo XXXI de
O Livro dos
Médiuns que
transcrevemos
abaixo:
“Mas lembrai-vos
bem de que o
Cristo renega,
como seu
discípulo, todo
aquele que só
nos lábios tem a
caridade.
Não basta crer;
é preciso,
sobretudo, dar
exemplos de
bondade, de
tolerância e de
desinteresse,
sem o que
estéril será a
vossa fé.”
(Santo
Agostinho.)
Pois que a nossa
caminhada até os
dias atuais foi
percorrida de
maneira
irregular, com
altos e baixos,
por descuido
nosso, por falta
de vigilância em
quase todos os
instantes de
nossa romagem
pretérita, em
que nos fizemos
devedores das
Leis divinas e
tudo que hoje
empreendemos no
sentido de
buscar a
harmonia
interior, a
serenidade em
nós mesmos, não
significa
construção nossa
em favor da vida
ou do nosso
semelhante,
antes, devemos
entender esta
nossa atual
encarnação como
sendo mais uma
oportunidade de
nos
normalizarmos
perante as Leis
imutáveis de
Deus, desfazendo
o castelo de
egoísmo e
orgulho que
construímos ao
longo de nossas
várias estadas
neste planeta, e
edificarmos o
nosso novo
projeto de
construção
baseado na
caridade e no
amor ao próximo,
como nos ensinou
Jesus, quando
resumiu toda a
Lei e os
Profetas em
“amar a Deus
sobre todas as
coisas e ao
próximo como a
nós mesmos”.
É ainda no mesmo
Capítulo de O
Livro dos
Médiuns que
encontramos uma
mensagem
simplesmente
extraordinária,
que o próprio
Allan Kardec nos
deixou o cuidado
do exame quanto
ao seu autor que
nos confirma a
condição de
filhos
transviados que
fomos outrora, e
que o
Espiritismo vem
nos alertar para
a grande
oportunidade que
estamos tendo de
refazer nossos
caminhos em
busca da luz que
esparge amorosa
do coração do
nosso Mestre
maior em direção
a cada um de
nós, seus
diletos e
queridos irmãos,
conforme segue:
“Venho, eu,
vosso Salvador e
vosso juiz;
venho, como
outrora, aos
filhos
transviados de
Israel; venho
trazer a verdade
e dissipar as
trevas.
Escutai-me. O
Espiritismo,
como outrora a
minha palavra,
tem que lembrar
aos
materialistas
que acima deles
reina a imutável
verdade: o Deus
bom, o Deus
grande, que faz
germinar a
planta e que
levanta as
ondas. Revelei a
Doutrina Divina;
como o ceifeiro,
atei em feixes o
bem esparso na
Humanidade e
disse: Vinde a
mim, vós todos
que sofreis!
Mas, ingratos,
os homens se
desviaram do
caminho reto e
largo que conduz
ao reino de meu
Pai e se
perderam nas
ásperas veredas
da impiedade.
Meu Pai não quer
aniquilar a raça
humana; quer,
não mais por
meio de
profetas, não
mais por meio de
apóstolos,
porém, que,
ajudando-vos uns
aos outros,
mortos e vivos,
isto é, mortos
segundo a carne,
porquanto a
morte não
existe, vos
socorrais e que
a voz dos que já
não existem
ainda se faça
ouvir,
clamando-vos:
Orai e crede!
por isso que a
morte é a
ressurreição, e
a vida - a prova
escolhida,
durante a qual,
cultivadas, as
vossas virtudes
têm que crescer
e desenvolver-se
como o cedro.
Crede nas vozes
que vos
respondem: são
as próprias
almas dos que
evocais. Só
muito raramente
me comunico.
Meus amigos, os
que hão
assistido à
minha vida e à
minha morte são
os intérpretes
divinos das
vontades de meu
Pai.
Homens fracos,
que acreditais
no erro das
vossas
inteligências
obscuras, não
apagueis o facho
que a clemência
divina vos
coloca nas mãos,
para vos clarear
a estrada e
reconduzir-vos,
filhos perdidos,
ao regaço de
vosso Pai.
Em verdade vos
digo: crede na
diversidade, na
multiplicidade
dos Espíritos
que vos cercam.
Estou
infinitamente
tocado de
compaixão pelas
vossas misérias,
pela vossa
imensa fraqueza,
para deixar de
estender mão
protetora aos
infelizes
transviados que,
vendo o céu,
caem no abismo
do erro. Crede,
amai,
compreendei as
verdades que vos
são reveladas;
não mistureis o
joio com o bom
grão, os
sistemas com as
verdades.
Espíritas!
amai-vos, eis o
primeiro ensino;
instruí-vos, eis
o segundo.
Todas as
verdades se
encontram no
Cristianismo;
são de origem
humana os erros
que nele se
enraizaram. Eis
que do
além-túmulo, que
julgais o nada,
vos clamam
vozes: Irmãos!
Nada perece;
Jesus Cristo é o
vencedor do mal,
sede os
vencedores da
impiedade.”
“NOTA. Esta
comunicação,
obtida por um
dos melhores
médiuns da
Sociedade
Espírita de
Paris, foi
assinada com um
nome que o
respeito nos não
permite
reproduzir,
senão sob todas
as reservas, tão
grande seria o
insigne favor da
sua
autenticidade e
porque dele se
há muitas vezes
abusado demais,
em comunicações
evidentemente
apócrifas. Esse
nome é o de
Jesus de Nazaré.
De modo algum
duvidamos de que
ele possa
manifestar-se;
mas, se os
Espíritos
verdadeiramente
superiores não o
fazem, senão em
circunstâncias
excepcionais, a
razão nos inibe
de acreditar que
o Espírito por
excelência puro
responda ao
chamado do
primeiro que
apareça. Em todo
caso, haveria
profanação, no
se lhe atribuir
uma linguagem
indigna dele.
Por estas
considerações, é
que nos temos
abstido sempre
de publicar o
que traga esse
nome. E julgamos
que ninguém será
circunspecto em
excesso no
tocante a
publicações
deste gênero,
que apenas para
o amor-próprio
têm
autenticidade e
cujo menor
inconveniente é
fornecer armas
aos adversários
do Espiritismo.
Como já
dissemos, quanto
mais elevados
são os Espíritos
na hierarquia,
com tanto mais
desconfiança
devem os seus
nomes ser
acolhidos nos
ditados. Fora
mister ser
dotado de bem
grande dose de
orgulho, para
poder alguém
vangloriar-se de
ter o privilégio
das comunicações
por eles dadas e
considerar-se
digno de com
eles confabular,
como com os que
lhe são iguais.
Na comunicação
acima apenas uma
coisa
reconhecemos: é
a superioridade
incontestável da
linguagem e das
ideias, deixando
que cada um
julgue por si
mesmo se aquele
de quem ela traz
o nome não a
renegaria.” ¹
Por tudo isso é
que continuamos
insistindo em
que nós
espíritas não
podemos deixar
de lado o estudo
das obras da
codificação como
dever principal
no sentido de
alicerçar nossos
conhecimentos
nos ensinos nela
contidos, a fim
de que, quando
nos utilizarmos
das obras
complementares,
de grande valor
doutrinário
indiscutivelmente,
possamos fazê-lo
com conhecimento
de causa, não
nos deixando
influenciar por
obras
mediúnicas, sim,
mas não
espíritas, que
hoje infestam as
livrarias das
casas espíritas,
vendidas como se
representassem
algo proveitoso
para quem as
adquire sem
prévio
conhecimento do
verdadeiro
Espiritismo
contido nas
obras do
Pentateuco.
Referência: