Do Brasil para o mundo
inteiro
A Terra está gestando um
novo ser em meio às
dores de parto próprias
de um nascimento. A Nova
Era se aproxima, e o
homem deve despertar da
letargia espiritual que
vem nos mantendo
prisioneiros de nós
mesmos. A conduta
materialista da maioria
da humanidade há de ser
questionada e revista,
uma vez que a sociedade
e a natureza não podem
mais suportar a ação
humana baseada nos
estreitos limites do
materialismo que reduz o
ser humano a mero
joguete do acaso. Nesses
tempos de mudanças
planetárias, precisamos
compreender o destino do
Brasil como ator central
nos planos do Cristo
para o desencadeamento
da ação evangelizadora
da humanidade.
Graças à infinita
benevolência de Deus,
cada Espírito encarnado
possui seu mentor
espiritual que ampara e
protege cada um de nós
individualmente nas
árduas provações da vida
terrestre. Desse modo, é
igualmente lógico que as
nações também tenham
seus protetores
espirituais que orientam
e conduzem os destinos
coletivos dos povos para
que estejam em
consonância com a
Justiça e a Ordem
estabelecidas pelo
Criador. No caso do
Brasil, estamos
devidamente amparados
pelo Anjo Ismael,
Espírito de elevadíssima
hierarquia que está
incumbido pelo Cristo de
executar no Brasil as
ordens superiores de
Deus, para tornar a
Pátria do Cruzeiro um
local apropriado para a
fase culminante de
implantação do
Cristianismo na Terra.
Na esteira desse
pensamento, compete-nos,
como Espíritas
brasileiros e obreiros
da última hora, refletir
sobre o papel que o
Brasil deve desempenhar
no mundo em transição
que caminha rumo a um
mundo de regeneração,
bem como tornar-nos
colaboradores abnegados
na construção dessa
mudança. Para tanto, em
complemento a Kardec, e
para situarmo-nos nos
bastidores espirituais
da História humana, é
indispensável a leitura
e o conhecimento de duas
importantes obras de
História à luz do
Espiritismo: “A
Caminho da Luz”,
ditada pelo espírito
Emmanuel, e “Brasil,
Coração do Mundo, Pátria
do Evangelho”, pelo
Espírito Humberto de
Campos, ambas as obras
psicografadas por
Francisco Cândido
Xavier.
A partir dessas
leituras, é possível
descortinar amplos
horizontes escondidos
pela paixão dos
historiadores terrestres
e perceber de maneira
clara a ação invisível
do plano espiritual na
condução dos povos
através dos tempos, pois
somente assim
compreenderemos que,
apesar da arrogância e
da sanha de poder que
domina as mentes e os
corações das lideranças
humanas encarnadas,
reina absoluto o comando
espiritual do Cristo na
condução dos destinos
dos Estados.
De acordo com as obras
citadas, ao Brasil, país
de vocação
incontestavelmente
pacífica, está confiada
a missão de ser o
Coração do Mundo e a
Pátria do Evangelho, por
sua inequívoca
capacidade de acolher
todos os povos e
culturas, assimilando e
elaborando as diferenças
culturais, religiosas e
sociais de diversos
Espíritos originários de
muitos países diferentes
que aqui vieram lançar
as sementes do novo
mundo. Assim, temos um
país que possui os
elementos humanos e
sociais conjugados aos
vastíssimos recursos
naturais capazes de
suprir as necessidades
materiais da humanidade
encarnada.
Além disso, nosso país
desfruta de uma posição
geográfica privilegiada
pelo seu clima e
proteção natural,
configurando-se num
espaço físico de
experiências valiosas,
no qual prevalece um
amparo geográfico e
também estratégico, uma
vez que o Brasil, por
força de uma série de
acordos e tratados
internacionais, é uma
área livre de armas
nucleares e de conflitos
belicosos, sendo,
portanto, um ponto
estratégico na
superfície da Terra.
Então, torna-se
compreensível o porquê
da localização da Pátria
do Evangelho em um país
livre, estável, pacífico
e estrategicamente
preservado.
Ao analisarmos a
trajetória histórica do
Brasil, verificamos uma
política externa
cuidadosa, conduzida por
hábeis diplomatas e
homens de Estado, que
preservaram ao longo da
História uma tradição de
apreço pelo diálogo,
pelo Direito
Internacional e pela
negociação saudável, a
fim de manter a paz a
todo custo e buscar
resolver os conflitos
sempre pela via
pacífica, especialmente
com os nossos vizinhos.
Em um mundo no qual a
guerra e a violência
foram os fenômenos
político-sociais mais
recorrentes durante
séculos e séculos, o
Brasil se manteve
incólume e protegido de
agressões externas, fato
devido à necessidade
providencial de manter
seu território e o
patrimônio moral do seu
povo preservados para o
futuro.
Para além dos aspectos
materiais, históricos, e
objetivos da missão
coletiva do Brasil, é da
maior importância o
exemplo moral e a
consolidação do país
como um polo
internacional irradiador
das ideias libertadoras
trazidas pela Doutrina
Espírita, legando ao
mundo atolado nas
ilusões materialistas
uma expressão
consoladora da crença e
da fé raciocinada
emanada de uma filosofia
científica de
consequências morais.
Assim, devido à
tolerância religiosa e à
pluralidade cultural que
compõe a paisagem social
do Brasil, somada à ação
de dedicados Espíritos,
encarnados e
desencarnados, que se
dedicam ao trabalho de
edificação da Nova Era,
o Brasil possui todos os
elementos para tornar-se
um verdadeiro celeiro de
claridades espirituais
do mundo inteiro.
A Nova Ordem Mundial,
que será alicerçada
sobre os paradigmas da
lógica da
sustentabilidade, da
interdependência e da
racionalidade moral,
reserva ao Brasil um
papel central no novo
concerto de nações que
está sendo gestado. Para
tanto, conta com
incessante amparo
espiritual no
planejamento político,
social e econômico das
suas ações estratégicas
tomadas pelos líderes do
país, de modo a
materializar a decisão
do Cristo de implantar
em definitivo a árvore
do seu Evangelho
redentor na Pátria do
Cruzeiro. Ou seja,
enquanto os poderosos da
Terra pensam estar
executando brilhantes
planos de poder, estão
apenas cumprindo o que
já está escrito no plano
espiritual, funcionando
como meros instrumentos
humanos para a
materialização das
determinações de mais
alto.
Conhecendo a natureza
ainda moralmente
retardatária dos homens
na Terra, é fácil
concluir que todo esse
processo não se dará sem
empecilhos e
dificuldades impostas
por parte daqueles que,
ainda iludidos pelas
falácias do
materialismo, insistem
em conduzir suas ações
individuais e coletivas
baseadas em paradigmas
ultrapassados. No
entanto, para que os
homens tenham o mérito
de suas ações, Deus nos
deixa o livre-arbítrio,
sem o qual não seríamos
merecedores do
progresso. Assim sendo,
será ainda preciso
vencer muitas
resistências para que os
homens tomem consciência
da missão coletiva do
povo brasileiro de atuar
na vanguarda do
movimento de regeneração
através da difusão
internacional do
Cristianismo redivivo
que é a Doutrina
Espírita.
Os tempos de o Brasil
assumir seu lugar de
farol evangélico para a
humanidade se aproximam,
e esse entendimento da
missão coletiva do país
nos faz compreender
inúmeras passagens
aparentemente
inexplicáveis e
contraditórias da nossa
História, jamais
compreensíveis apenas
com a nossa limitada
interpretação puramente
material. Hoje sabemos
que o Cristo, o
Governador Espiritual da
Terra, deposita grande
confiança no Brasil, e
tem trabalhado desde
antes do descobrimento
do país para que seu
Evangelho pudesse criar
raízes e encontrar um
lugar seguro para
florescer, uma vez que
as outras várias
tentativas, em vários
outros povos e países,
conheceram retumbantes
fracassos graças à
ambição e à dureza do
coração humano.
Para que o Brasil não
cometa os mesmos erros
de outras civilizações
do passado que
fracassaram em missões
semelhantes à nossa, não
há outra saída que não
uma ampla e profunda
reforma nas suas
estruturas políticas,
aliada à reforma íntima
do seu povo. Não há mais
espaço e nem tempo a
perder com joguetes
políticos guiados por
mesquinharias
partidárias que dominam
os assuntos de amplo
interesse social. O
momento é de olhar para
o passado e espelhar
nossas atitudes
coletivas nos grandes
vultos brasileiros, como
Dom Pedro II, Rui
Barbosa, José Maria da
Silva Paranhos Júnior
(Barão do Rio Branco),
Tiradentes, Tomás
Antônio Gonzaga, e
tantos outros emissários
do Cristo que por aqui
estiveram para a nobre
missão de desbravadores
do mundo do passado e
precursores do Brasil do
porvir.
Encerramos com as
palavras proféticas de
um grande visionário e
um dos maiores patriotas
brasileiros de todos os
tempos, o ex-presidente
Juscelino
Kubitschek, que na sua
visão de estadista soube
definir com antecedência
o futuro do país que
valentemente ajudou a
construir:
“Deste Planalto Central,
desta solidão que em
breve se transformará em
cérebro das altas
decisões nacionais,
lanço os olhos mais uma
vez sobre o amanhã do
meu país e antevejo esta
Alvorada com fé
inquebrantável e uma
confiança sem limites no
seu grande destino".