Refletindo nas
páginas de
nossas vidas
“Justo é que se
gastem alguns
minutos para
conquistar uma
felicidade
eterna”.
(1)
Inegavelmente,
dentre todas as
modalidades de
se fazer arte,
viver é a mais
bela e a mais
fascinante. De
fato, as
inúmeras
situações que
somos levados a
passar, as mil
soluções que
encontramos para
driblar as
dificuldades,
bem como para
saber caminhar
nas facilidades,
tornam-nos
verdadeiros
artistas da
vida.
Quando, porém,
observamos a
recomendação do
Mestre Jesus,
“eu vim para que
elas (as
ovelhas, que
somos nós)
tenham vida e a
tenham em
abundância” (2)
(3), somos
levados, de uma
ou de outra
maneira, a fazer
uma reflexão
sobre que tipo
de vida estamos
levando, sobre
qual obra de
arte estamos a
desenvolver em
nossos dias.
Será que estamos
conseguindo
construir uma
vida de
abundante
alegria
espiritual?
Como seja, o
fato é que os
dias são páginas
que escrevemos
no livro de
nossa
existência.
Desse modo,
todos somos
escritores,
muito embora
diferentes, já
que também somos
o personagem
principal de
nossas tramas.
Neste sentido, é
prudente
aprendermos com
os literatos de
ordem
convencional
para podermos
criar epopeias
que se tornem um
verdadeiro
best-seller.
Em um processo
de criação
literária, para
se escrever bem,
é preciso reler,
constantemente,
o que se cria.
Desta forma,
consegue-se
rever erros em
frases e
rearrumar o
enredo.
Podendo-se,
mesmo,
reescrever
aquilo que se
julgue
necessário.
De igual modo,
no livro de
nossa vida,
indispensável é
a releitura
diária das ações
de nossos dias,
que são as
palavras que
colocamos no
papel dos nossos
destinos.
Obviamente,
diferentemente
do escritor
convencional,
não temos a
oportunidade de
apagar as
sentenças
erradas que
digitamos, pois
que a caneta que
utilizamos deixa
a sua tinta
grafada nos
arquivos do
espaço da
consciência.
Entretanto, se
não podemos
modificar o rumo
da flecha depois
que a atiramos,
temos a
oportunidade de
limpar as
feridas que ela
causou pelo
caminho.
Refletindo,
portanto,
constantemente,
nas páginas de
nossas vidas,
conseguiremos
escrever livros
luminosos que
poderão ajudar
outros
indivíduos,
também
escritores, no
rumo de suas
reencarnações,
cumprindo,
assim, a
recomendação do
Rabi da Galileia
– “brilhe diante
dos homens a
vossa luz”. (4)
Não foi sem
razão, pois, que
Santo Agostinho,
tecendo
comentários a
Allan Kardec em
torno do
autoconhecimento,
informou-lhe
que, ao fim do
dia, interrogava
a própria
consciência na
busca de saber
aquilo que havia
feito de certo e
de errado. (5) E
foi por isso que
Paulo de Tarso
exortou –
“Examinai-vos se
estais na fé;
provai-vos a vós
mesmos” (6),
“examine cada
qual as suas
obras”. (7)
Jovem, nas
páginas que
escreves em tua
mocidade, não te
esqueças desta
imprescindível
autorreflexão. O
mundo pode até
dizer – “quem
muito pensa,
pouco faz”-, mas
se esquece o
mundo que quem
muito faz sem
refletir,
geralmente, cai
mais facilmente
em erros.
Não penses,
ainda, que o teu
livro não é lido
ou é ignorado.
Sem perceberes,
possuis leitores
diários
assíduos, quer
estejam
sequiosos de
aprendizado,
quer estejam à
procura da
crítica. Mas,
invariavelmente,
com as nossas
atitudes, todos
somos lidos
rotineiramente.
Assim, se
desejamos estar
melhores amanhã,
escrevendo
desfechos de
vida felizes,
“justo é que se
gastem alguns
minutos para
conquistar uma
felicidade
eterna”.
Referências:
(1) Kardec,
Allan. O
Livro dos
Espíritos.
86. ed. Rio de
Janeiro: FEB,
2005,
comentários à
questão 919a, p.
477.
(2) João
10: 10.
(3) Nota
do Autor:
As explicações
entre parênteses
são minhas.