ARÍSIO ANTONIO
FONSECA JUNIOR
arisiojunior@yahoo.com.br
Juiz de Fora,
Minas Gerais
(Brasil)
Intimidade com
Deus
(2ª Parte)
Quando pensamos
em escrever
acerca da
intimidade entre
a criatura e o
Criador, ou
melhor, entre
nós e Deus, não
imaginávamos que
haveria tantas
pessoas
comentando sobre
o texto, umas
criticando,
outras sugerindo
complementações.
Ouvindo ambas as
posições,
resolvemos fazer
uma segunda
parte, não
planejada
anteriormente,
sobre o mesmo
assunto. Se no
primeiro texto,
publicado aqui
no sítio da
revista
eletrônica O
Consolador (http://www.oconsolador.com.br/ano3/106/arisio_junior.html),
tentou-se
demonstrar
racionalmente,
através de
passagens
bíblicas e de
trechos do
Pentateuco
kardequiano, a
possibilidade
de haver contato
direto entre os
homens e
mulheres e Deus,
nesta
oportunidade,
buscar-se-á
chegar ao
aspecto da
necessidade
de estarmos em
vida íntima com
o Pai. Para
isso, nosso
foco, desta vez,
será o coração.
Obviamente, não
se abrirá mão de
rememorar
passagens
bíblicas e
doutrinárias
para justificar
as ideias aqui
trazidas. Como
deixar de
mencionar, por
exemplo, o Salmo
139 ao falar da
relação do filho
com o Pai?
Impossível!
Conforme o rei e
salmista Davi,
“ainda a palavra
me não chegou à
língua, e tu,
Senhor, já a
conheces toda;
sonda-me, ó
Deus, e conhece
o meu coração,
prova-me e
conhece os meus
pensamentos”
(1).
Da mesma forma,
no Novo
Testamento,
Jesus nos fala
sobre o
conhecimento que
tem Deus de
nossos
pensamentos:
“Não vos
assemelheis,
pois, a eles;
porque Deus, o
vosso Pai, sabe
o de que tendes
necessidade,
antes que lho
peçais” (2). A
Terceira
Revelação, como
consequente das
mensagens
cristãs de
outrora, também
nos informa
sobre a
assistência do
Pai aos filhos:
“Deus sabe o que
se passa no
fundo dos
corações; lê o
pensamento e
percebe a
sinceridade”
(3).
Necessário que
se perceba que
Deus está ao
nosso lado todo
o tempo. Ele nos
ouve, nos vê,
sabe do que
precisamos e
fornece-nos
aquilo de que
necessitamos
para evoluir.
Obviamente,
dizer que nos
ouve e nos vê
não é uma
tentativa de
antropomorfizar
Deus. O
conhecimento que
a Doutrina
Espírita nos dá
não permite que
Deus se torne a
imagem e
semelhança do
homem. Em uma
palavra, Deus
nos conhece.
Jesus nos
apresenta o
“Aba” (ou “Abba”):
Papaizinho. E
mais, o Mestre
diz: “Pai
nosso”! Pai de
todos nós. Um
Pai que não dá
pedra, quando o
filho pede pão,
e que não dá
serpente, quando
é pedido peixe
(4). Esse
Paizinho (“Aba”)
que nos sustenta
no momento de
tristeza e de
sofrimento e que
nos incentiva a
melhorar. Um Pai
que conhece o
filho melhor do
que este mesmo
se conhece e que
ama esse filho
de modo
infinito!
Esse amor de
Deus por nós não
deve ser
unilateral. O
filho também
deve dedicar ao
Pai o seu amor.
O Cristo
ensinou:
“respondeu-lhe
Jesus: Amarás o
Senhor, teu
Deus, de todo o
teu coração, de
toda a tua alma
e de todo o teu
entendimento.
Este é o grande
e primeiro
mandamento” (5).
É dever do
cristão amar o
Pai. E nisso
também está a
intimidade
necessária entre
eles.
Somente aquele
que se socorre
nos braços do
Pai pode haurir
forças para
vencer as provas
da vida. Apenas
aquele que se
concentra na
porção divina
que há nele
mesmo, que
enxerga Deus nas
circunstâncias
da vida e nas
pessoas à volta,
pode estar em
contato com o
Pai. Só aquele
que sente o
“sopro de Deus”
a circular no
corpo e no
Espírito, tem
condições de
viver a vida
como o Cristo
nos ensinou.
Bem viver
depende de
várias coisas,
mas, certamente,
depende,
sobretudo, de
ser íntimo de
Deus, o
Papaizinho
amoroso e justo.
Referências:
(1) Salmo 139,
versículo 4 e
23.
(2) Evangelho de
Mateus, capítulo
6, versículo 8.
(3) O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
capítulo XXVII,
item 17.
(4) Evangelho de
Lucas, capítulo
11, versículo
11.
(5) Evangelho de
Mateus, capítulo
22, versículos
37 e 38.