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Correio Mediúnico
Ano 3 - N° 130 - 25 de Outubro de 2009
 

 

Resguarda-te na paz

Joanna de Ângelis

 
 
Anotas, entristecido, que parece haver uma conspiração infeliz contra os teus propósitos elevados de realização interior.

Observas, surpreso, que ao estabeleceres propósitos de dignificação moral, surgem impedimentos soezes que, não poucas vezes, te arrojam a situações lamentáveis.

Concluis, desencantado, que os teus labores idealistas, que te servem de base para mais altos voos, são torpedeados, vilmente, por amigos, empurrando-te para situações conflitantes entre o que aspiras e o que realizas.

Constatas, dorido, que a redenção pessoal e as conquistas libertadoras custam alto preço de renúncia e esforço, não bastassem os convites à vulgaridade e às permissões para o delito, que se multiplicam, assustadoramente.

*

O homem empenhou-se em conquistar as alturas e saiu da Terra; em penetrar nas águas abissais dos oceanos e ora resgata os tesouros que ali dormem sono secular, descobrindo, também, a flora e a fauna multimilenária, que jaziam desconhecidas; em decifrar o milagre da organização celular, e penetrou nas moléculas que a constituem; em ligar ilhas a continentes e aterrou as regiões que as separavam; em combater as moléstias e logrou detectar considerável número de bactérias, vírus e micróbios adversários dos organismos saudáveis; em equilibrar o relacionamento social e pôde estabelecer leis, nem sempre respeitadas; em comunicar-se com os demais indivíduos em pontos diferentes do globo e aperfeiçoou o sistema da informática; em transformar a face do planeta e ei-lo modificando a ecologia, alterando a paisagem nos desertos que se convertem em pomares, nas florestas que se tornam regiões desérticas, nos rios e mares que morrem lentamente...

Todavia, são poucos os que se empenham em descobrir-se a si mesmos e lutar em favor da plena realização.

Esta é a tarefa superior, à qual todos nos devemos dedicar com o maior empenho, a fim de fruir de paz, passo inicial para a aquisição da felicidade.

*

Não te permeies com os fluidos deletérios dos enfermos psíquicos, ingratos e perniciosos, que vivem contigo e te buscam perturbar.

Tem-nos na conta em que se encontram e exercita paciência para com eles.

Não te aflijas face às acusações insensatas e despeitadas que outros te fazem, ante a impossibilidade de alcançarem-te e caminharem ao teu lado.

A tua vitória não pode ser perturbada pelas insignificâncias do caminho.

Não revides as agressões mentais com que investem contra ti.

Permanece em calma e amortece o dardo que dispararam, fazendo-o desagregar-se ao atingir o algodão da tua sensibilidade.

Não reivindiques compreensão nunca. Quem alcança as alturas vê melhor e tem o dever de desculpar aqueles que ainda estão no vale em sombras.

A tua paz é de relevância, e para mantê-la investe os teus valores mais altos.

Paz é conquista interior.

Paz é iluminação interna.

Paz é presença divina no indivíduo.

Resguarda-te, pois, em paz e deixa o tempo transcorrer, porquanto ele conseguirá fazer amanhã o que hoje te parece impossível conseguir.

Jesus, na montanha das Bem-aventuranças, ou no Getsêmani, ou no Gólgota, manteve a mesma paz, em razão da certeza de saber que Deus estava com Ele, e, por consequência, Ele estava com Deus.

Paz é Deus na mente e no coração.

 

 

Do cap. 12 de Momentos de Meditação, obra de Joanna de Ângelis, psicografada pelo médium Divaldo P. Franco.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita