MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Entre a Terra e o Céu
André Luiz
(Parte
7)
Continuamos a apresentar
o
estudo da obra
Entre a Terra e o Céu,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1954 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que acontece com os
que não se acautelam
contra os desvarios da
inteligência?
Os que assim procedem e
fazem da astúcia e da
vaidade o clima em que
respiram, insistindo na
inércia do coração,
abominando o sentimento
elevado que interpretam
por pieguismo e
transformando a cabeça
num laboratório de
perversão dos valores da
vida, caem sob o guante
da morte com grande
alívio dos
contemporâneos e passam
a receber-lhes as
vibrações de repulsa.
Tais criaturas são
geralmente vítimas de si
mesmas e sofrem os mais
complicados
desequilíbrios mentais.
Depois de períodos mais
ou menos longos de
purgação, após a
transição da morte,
voltam à carne,
necessitados de silêncio
e solidão para se
desvencilharem dos
envoltórios inferiores
em que se enredaram.
(Entre a Terra e o Céu,
cap. X, pp. 61 e 62.)
B. Uma criança pode
desencarnar antes do dia
indicado para sua
libertação?
Segundo Clarêncio, sim.
Diz ele que, em regra
geral, multidões de
criaturas cedo se
afastam do veículo
carnal, atendendo a
serviços de socorro e
sublimação, mas, em
numerosas
circunstâncias, a
negligência e a
irreflexão dos pais são
responsáveis pelo
fracasso dos filhos.
Muitas solicitações de
assistência, a benefício
de pequeninos ameaçados
de frustração, chegam
com frequência aos
protetores espirituais.
Há mães que, por
nutrirem pensamentos
infelizes, envenenam o
leite materno,
comprometendo a
estabilidade orgânica
dos recém-natos; existem
casais que, através de
rixas incessantes,
projetam raios
magnéticos de natureza
mortal sobre os
filhinhos tenros,
arruinando-lhes a saúde,
e não é pequeno o número
de mulheres
invigilantes que
confiam o lar a pessoas
ainda animalizadas que,
à cata de satisfações
doentias, não se
envergonham de ministrar
hipnóticos a entezinhos
frágeis, que reclamam
desvelado carinho.
(Obra citada, cap. X,
pp. 62 a 64.)
C. A criança
desencarnada retoma de
imediato sua
personalidade de adulto?
Em muitas ocasiões, é o
que acontece. Segundo
Blandina, quando o
Espírito já alcançou
elevada classe
evolutiva, assumindo o
comando mental de si
mesmo, adquire o poder
de facilmente
desprender-se das
imposições da forma,
superando as
dificuldades da
desencarnação prematura.
Diz ela que muitos
renascem na Terra por
brevíssimo prazo,
simplesmente com o
objetivo de acordar
corações queridos para a
aquisição de valores
morais, recobrando,
logo após a
desencarnação, a
apresentação que lhes é
costumeira. Para a
grande maioria das
crianças desencarnadas o
caminho não é, contudo,
o mesmo. Almas ainda
encarceradas no
automatismo
inconsciente, acham-se
relativamente longe do
autogoverno e são
conduzidas pela
Natureza, à maneira das
criancinhas no colo
materno. Não sabendo
desatar os laços que as
aprisionam aos rígidos
princípios que orientam
o mundo das formas,
exigem tempo para se
renovarem no justo
desenvolvimento. É por
isso que não podemos
prescindir dos períodos
de recuperação para
quem se afasta do corpo
denso, na fase infantil,
uma vez que, depois do
conflito biológico da
reencarnação ou da
desencarnação, para
quantos se acham nos
primeiros degraus da
conquista de poder
mental, o tempo deve
funcionar como elemento
indispensável de
restauração. E a
variação desse tempo
dependerá da aplicação
pessoal do aprendiz à
aquisição de luz
interior, através do
próprio aprimoramento
moral. (Obra citada,
cap. X, pp. 64 e 65.)
Texto
para leitura
25. "Megalomania
intelectual" - A
irmã Blandina, que
parecia bastante versada
nas questões da
infância, aproveitou o
ensejo para dizer que "a
criança desencarnada
muitas vezes é problema
aflitivo". "Quase
sempre dispõe de
afeiçoados que a seguem,
de perto, amparando-lhe
o destino, entretanto –
afirmou ela – tenho
observado milhares de
meninos que, pela
natureza das provações
em que se envolveram,
sofrem muitíssimo, à
espera de oportunidades
favoráveis para a
aquisição dos valores
de que necessitam". O
caso de Júlio não era,
no seu modo de ver, dos
mais dolorosos, pois
conhecia casos de irmãos
"arrancados à carne,
violentamente, como
frutos verdes da árvore
em que se desenvolvem...
Processos de mente
enfermiça que só
abençoadas estações
regenerativas na carne
conseguem curar..."
Hilário, curioso,
pediu-lhe desse alguns
exemplos objetivos
desses casos, e ela
aquiesceu, gentilmente,
aludindo, inicialmente,
aos casos que ela chamou
de "megalomania
intelectual". "Há
pessoas na Terra –
contou Blandina – que
não se acautelam contra
os desvarios da
inteligência e fazem da
astúcia e da vaidade o
clima em que respiram.
Insistem na inércia do
coração, abominam o
sentimento elevado que
interpretam por
pieguismo e transformam
a cabeça num
laboratório de perversão
dos valores da vida. Não
cuidam senão dos
próprios interesses, não
amam senão a si mesmos.
Não percebem, contudo,
que se ressecam
interiormente nem
imaginam os resultados
cruéis da cerebração
para o mal". E a jovem
irmã continuou:
"Frequentemente, na luta
mundana, avultam na
condição de dominadores
poderosos, com
vastíssimo potencial de
influência sobre amigos
e adversários,
conhecidos e
desconhecidos. Mas esse
êxito é ilusório. Caem
sob o guante da morte
com grande alívio dos
contemporâneos e passam
a receber-lhes as
vibrações de repulsa.
Semelhantes criaturas
naturalmente são
vítimas de si mesmas e
sofrem os mais
complicados
desequilíbrios mentais.
Depois de períodos mais
ou menos longos de
purgação, após a
transição da morte,
voltam à carne,
necessitados de silêncio
e solidão para se
desvencilharem dos
envoltórios inferiores
em que se enredaram,
assim como a semente
precisa do isolamento na
cova escura para
desintegrar os elementos
pesados que a
constringem, para novo
desabrochar". (Cap. X,
págs. 61 e 62)
26. Reencarnações
frustradas -
Blandina tocou, na
sequência, num ponto
capital no processo de
regeneração através da
reencarnação: o papel
das mães. Em verdade –
disse ela – a maioria
das mães constitui-se
por sublime falange de
almas nas mais belas
experiências de amor e
sacrifício, carinho e
renúncia, dispostas a
sofrer e a morrer pelos
rebentos que a
Providência Divina lhes
confiou, mas, nesse
meio, existem mulheres
cujo coração se encontra
em plena sombra. "Mais
fêmeas que mães, jazem
obcecadas pela ideia do
prazer e da posse e,
despreocupando-se dos
filhinhos, lhes
favorecem a morte",
asseverou Blandina. "O
infanticídio
inconsciente e indireto
é largamente praticado
no mundo. E como o
débito reclama resgate,
as delongas na solução
dos compromissos
assumidos acarretam
enormes padecimentos nas
criaturas que se
submetem aos choques
biológicos da
reencarnação e veem
prejudicadas as suas
esperanças de quitação
com a Lei." Feita
ligeira pausa, André
indagou: "Pretenderá a
irmã dizer que uma
criança pode
desencarnar, fora do
dia indicado para a sua
libertação?" Clarêncio
interveio na conversa e
afirmou: "Sim, sem
dúvida, há um programa
estruturado na
Espiritualidade para as
nossas tarefas humanas,
entretanto, pertence-nos
a condução dos próprios
impulsos dentro delas.
Em regra geral,
multidões de criaturas
cedo se afastam do
veículo carnal,
atendendo a serviços de
socorro e sublimação,
mas, em numerosas
circunstâncias, a
negligência e a
irreflexão dos pais são
responsáveis pelo
fracasso dos filhinhos".
Blandina explicou,
então, dando sequência à
sua narrativa: "Aqui,
recebemos muitas
solicitações de
assistência, a benefício
de pequeninos ameaçados
de frustração. Temos
irmãs que por nutrirem
pensamentos infelizes
envenenam o leite
materno, comprometendo a
estabilidade orgânica
dos recém-natos; vemos
casais que, através de
rixas incessantes,
projetam raios
magnéticos de natureza
mortal sobre os
filhinhos tenros,
arruinando-lhes a saúde,
e encontramos mulheres
invigilantes que
confiam o lar a pessoas
ainda animalizadas, que,
à cata de satisfações
doentias, não se
envergonham de ministrar
hipnóticos a entezinhos
frágeis, que reclamam
desvelado carinho... Em
algumas ocasiões,
conseguimos restabelecer
a harmonia, com a
recuperação desejável,
no entanto, muitas vezes
somos constrangidas a
assistir ao malogro de
nossos melhores
propósitos". (Cap. X,
págs. 62 a 64)
27. Crianças
desencarnadas -
Blandina deixou claro em
sua explanação que
aquilo que não se
realiza num século, pode
realizar-se em outro. A
Lei se cumpre sempre. As
provas e tarefas sofrem
dilação no tempo, mas
serão cumpridas, afinal.
"Quem persiste na
direção do bem, mais
cedo atinge a vitória.
Não vale fugir às
responsabilidades,
porque o tempo é
inflexível e porque o
trabalho que nos compete
não será transferido a
ninguém", informou a
educadora. Hilário,
muito interessado na
conversação, lembrou a
tese do limbo, destinado
aos inocentes segundo a
teologia clássica, e
referiu que, em face das
novas concepções do
Espiritualismo,
pensava-se que a criança
desencarnada retomasse,
de imediato, a sua
personalidade de
adulto... "Em muitas
ocasiões, é o que
acontece – esclareceu
Blandina –; quando o
Espírito já alcançou
elevada classe
evolutiva, assumindo o
comando mental de si
mesmo, adquire o poder
de facilmente
desprender-se das
imposições da forma,
superando as
dificuldades da
desencarnação
prematura". E ela disse
que muitos renascem na
Terra por brevíssimo
prazo, simplesmente com
o objetivo de acordar
corações queridos para a
aquisição de valores
morais, recobrando,
logo após a
desencarnação, a
apresentação que lhes é
costumeira. Para a
grande maioria das
crianças desencarnadas o
caminho não é, contudo,
o mesmo. Almas ainda
encarceradas no
automatismo
inconsciente, acham-se
relativamente longe do
autogoverno e são
conduzidas pela
Natureza, à maneira das
criancinhas no colo
materno. Não sabendo
desatar os laços que as
aprisionam aos rígidos
princípios que orientam
o mundo das formas,
exigem tempo para se
renovarem no justo
desenvolvimento. É por
isso que não podemos
prescindir dos períodos
de recuperação para
quem se afasta do corpo
denso, na fase infantil,
de vez que, depois do
conflito biológico da
reencarnação ou da
desencarnação, para
quantos se acham nos
primeiros degraus da
conquista de poder
mental, o tempo deve
funcionar como elemento
indispensável de
restauração. E a
variação desse tempo
dependerá da aplicação
pessoal do aprendiz à
aquisição de luz
interior, através do
próprio aprimoramento
moral. (Cap. X, págs.
64 e 65)
(Continua no próximo
número.)