Voltamos a
tratar nesta
seção de um
assunto
examinado na
edição 28 desta
revista: o uso
do vocábulo
senão, que
pode ter,
conforme o
sentido da
palavra, a
função de
substantivo, de
conjunção ou de
preposição.
Substantivo:
nesta função,
senão é o
mesmo que
“mancha”,
“defeito”,
“erro”,
“mácula”.
Exemplos:
-
Em sua vida
funcional
não se
encontra um
único
senão.
-
João
lamentava-se
de um único
senão
em sua
trajetória
política:
haver
apoiado o
golpe
militar.
-
Vários
senões
encontrei na
redação do
artigo.
Conjunção:
nesta função,
senão pode
ter valor
adversativo, a
exemplo de
“mas”, “porém”,
“mas sim”, “e
sim”.
Exemplos:
-
O deputado
não tinha
temor do
processo
senão
pelas suas
consequências.
-
Não quero
saber de
versões
senão da
verdade.
-
Isto não
cabe a mim,
senão
aos amigos.
Ainda com a
função de
conjunção,
depois de uma
proposição
opinativa ou uma
ordem, senão
pode ser usado
com o sentido de
“de outro modo”,
“quando não”,
“do contrário”.
Exemplos:
-
Trabalhe,
senão
você não
terá como
pagar o
aluguel.
-
Ande logo,
senão
chegaremos
atrasados.
-
A empresa
precisa
vender mais,
senão
não terá
como pagar o
aluguel.
-
É difícil,
senão
impossível,
vencer o
campeonato.
Preposição:
nesta função
senão pode
ter o sentido de
“exceto”,
“salvo”, “a não
ser”, “mais
que”.
Exemplos:
-
Nada sei da
Conceição,
senão
que sumiu.
-
A mulher não
queria outra
coisa,
senão
amá-lo.
-
Nada havia
contra o
homem,
senão o
boato de que
matara a
esposa.
-
Não vieram à
festa
senão
eles dois.
-
Com a perda
do marido,
ela não faz
outra coisa
senão
chorar.
Fora dos casos
acima, o correto
é usar, em vez
de senão,
as palavras “se
não”, como
veremos na
próxima edição.