– Como deve
ser a
administração
de uma casa
espírita?
Raul
Teixeira:
Será
importante
pensar que a
administração
de uma casa
espírita
precisa de
braços e
inteligências
para fazer o
que a
Doutrina
Espírita
propõe.
Claro que
estamos no
mundo e
precisamos
acatar suas
leis. Daí
vem a
necessidade,
por exemplo,
de formar
uma
diretoria.
Essa
diretoria
existirá
somente para
fazer face
às
exigências
sociedade,
para
registrar a
instituição
e para
movimentar a
documentação
que envolve
o
funcionamento
de uma
instituição,
ou de uma
obra social.
Fora isso,
todos
deveremos
ser
trabalhadores
do bem,
sempre e
cada vez
mais
operosos,
dedicados,
incansáveis,
no sentido
de fazer a
vida pulsar
sob a
inspiração
de Jesus
Cristo, nas
trilhas
estabelecidas
pela
Codificação
Kardequiana.
Não existe,
por parte do
mundo
espiritual,
nenhuma
consideração
especial por
quem seja
presidente,
secretário,
diretor,
conselheiro,
etc. Os
Benfeitores
do nosso
Movimento
Espírita
saberão
valorizar os
indivíduos
ou as
comunidades
pela soma de
bem que
realizem,
pela
orientação
feliz que
distribuam,
pelas
sementes de
renovação
que deixem
plantadas
nas almas.
Por isso,
caberia à
diretoria de
um centro
espírita ser
eleita por
aclamação,
quando se
reuniriam os
companheiros
que estão na
linha de
trabalho do
centro, que
são
dedicados e
ativos na
obra,
estudiosos e
respeitáveis,
pessoas
responsáveis,
a fim de
decidir
sobre os
destinos da
instituição.
Quando
faltasse um
tempo para
vencer um
mandato,
essa reunião
de
servidores
serviria
para que,
todos
juntos,
estudassem
sobre quem
estaria em
melhores
condições de
assumir a
direção
formal do
centro para
o próximo
período. Tal
gesto
propiciaria
que o
processo
eletivo
transcorresse
de modo mais
fraternal,
mais
saudável,
tanto
intelectual
quanto
emocionalmente.
Evitaríamos,
nos centros
espíritas as
ditas
(malditas?)
campanhas,
chapas ou
slogans,
tornando-se
o processo
uma
lamentável
cópia dos
processos da
política
mundana,
essa mesma
que tanto
condenamos,
em virtude
dos meios
utilizados
para se
alcançar os
objetivos.
Candidatos
que ficam
indispostos
com outros,
porque sua
plataforma é
diferente,
em verdade
são lobos
travestidos
de ovelhas,
ansiosos por
fazer
carreira
política
no Movimento
Espírita.
Com certeza,
não seria
essa a
proposta de
Jesus
Cristo.
Seria muito
importante
se nos
reuníssemos
para saber
quem é que
tem
possibilidades,
agora, para
estar à
frente da
nossa casa
espírita, ou
da nossa
obra social
Quem quer
que seja
indicado
pelo grupo,
merecerá as
atenções e
cuidados, a
cooperação e
o respeito
de todos os
demais
lidadores da
instituição.
Há
companheiros
que só
trabalham no
centro
espírita se
pertencerem
à diretoria
ou se
tiverem uma
função
destacada na
obra. Quando
deixam de
pertencer às
diretorias,
afastam -se,
aborrecidos,
porque não
foram
reeleitos,
ou porque
perderam a
posição que
ocupavam.
Então
vejamos: a
que patrão
desejam
servir? A
que senhor
querem
atender?
Jesus deixou
muito, claro
através do
Seu
Evangelho,
que aquele
que desejar
ser o maior
no reino dos
céus tem que
ser, no
mundo, o
servidor de
todos. Temos
que criar a
mentalidade
de que a
diretoria de
uma
instituição
espírita
existe para
atender aos
requisitos
do mundo.
Mas, que
entre nós,
quem
desejar, de
fato, ser o
maior dentre
todos, seja,
então, o
servidor de
todos.
Tornando-se
o trabalho
do bem o
nosso maior
galardão,
que
consigamos
eliminar
essa busca
excitada por
cargos nas
instituições,
conscientes
de que o
mais
significativo
é que
procuremos
dar conta
dos
encargos,
que
representam
grande
honraria
para quem a
eles se
dedicam, não
nos
importando
se são
encargos
espirituais
sublimes ou
se são
serviços
miúdos,
simples, mas
que conferem
intensa
alegria e
grande
harmonia ao
coração.
Extraído de
entrevista
realizada na
sede da SEF
- Sociedade
Espírita
Fraternidade
e publicada
no jornal
Correio
Espírita
em março de
2007.