Pensamentos
espíritas
Casimiro Cunha
Dobram sinos a finados,
Com mágoa e desolação...
Porque não sabem que a
morte
É a nossa libertação.
Toda a esperança da fé,
Que vive com a caridade,
É realizada no mundo
Da eterna felicidade.
A palavra que reténs
É tua serva querida,
Mas aquela que te foge
É dona da tua vida.
Todo suicida presume
Que a morte é o fim do
amargor,
Sem saber que o
desespero
É porta para outra dor.
Quem sofre resignado,
Após a morte descansa.
Quem luta, sem
naufragar,
Verá decerto a bonança.
Quem tem a flor da
humildade,
Medrando no coração,
Tem o jardim das
virtudes
Da suprema perfeição.
Volve ao Céu todo
piedoso,
Coração que andas
ferido!.
Deus cura todas as
chagas
Do mal que tens
padecido.
Casimiro Cunha, poeta
vassourense, nasceu em
14 de abril de 1880 e
desencarnou em 1914.
Pobre e espírita
confesso, não teve maior
projeção no cenáculo
literário do seu tempo,
mau grado à suavidade da
sua musa e seus inatos
talentos literários.
Cego aos 16 anos de
idade e órfão de pai aos
7, apenas frequentou
escolas primárias. O
poema acima integra o
Parnaso de Além-Túmulo,
obra psicografada pelo
médium Francisco Cândido
Xavier.