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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 131 - 1o de Novembro de 2009

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br

Matão, São Paulo (Brasil)


Suicídio


Eis um grande flagelo social. Todos precisamos envidar esforços para espalhar esperança, estender as mãos e fazermo-nos instrumentos de estímulos que valorizem a vida para exterminar esse mal. Afinal, a autodestruição é uma ilusão; ela acrescenta sofrimentos que nenhum dos envolvidos – considere-se os familiares e a agressão à sociedade – precisariam enfrentar e traz prejuízos de expressão ao próprio autor, além do remorso e arrependimento consequentes. 

Se pensarmos bem, é de “cortar” o coração a notícia de um suicídio. A sensação é de que falhamos em alguma coisa com esse alguém. Fica parecendo que faltou algo para que pudéssemos estender as mãos, dar mais atenção. É algo parecido com fracasso e queda dos valores que tanto defendemos, especialmente o amor à vida. 

A história está repleta desses tristes exemplos que tantos sofrimentos trazem. Pior que o sofrimento da família e os prejuízos morais e materiais decorrentes para os filhos e cônjuge, e mesmo os pais, são as consequências advindas para o próprio autor do autoextermínio. Sim! Não se espante o leitor. Se a imortalidade da alma é defendida por todas as crenças religiosas, qual o absurdo do enfrentamento, pelo suicida, dos desdobramentos próprios da agressão fatal ao próprio corpo? 

Nada mais natural que, sendo imortal a alma, a consciência – independente da crença e forma de aceitação das condições de vida além-túmulo – há que enfrentar dores e remorsos do ato tresloucado, pois que, agredindo a si mesma, e destruindo a vida do corpo, irá gerar sensações superlativas de dores físicas e morais. 

Isso é absurdo? Ninguém voltou para dizer? Será mesmo? 

Que o digam as manifestações mediúnicas onde os próprios protagonistas descrevem os momentos iniciais de autodestruição e os sofrimentos que se prolongam por tempo indefinível. Muitos que agora leem essa rápida abordagem, talvez riem em descrédito à informação que lhes parece fora de propósito e sem racionalidade. Para esses afirmo que no espaço curto de um artigo é impossível levantar dados e argumentos necessários para quem não quer raciocinar. 

Nosso objetivo aqui não é convencer. Objetivo final é atingir de forma consoladora o coração de quem se encontra aflito e agasalhando em si mesmo a ideia ilusória da autodestruição. O suicídio nada resolve, só complica com enormes prejuízos. 

Se você, amigo ou amiga, passa por momentos tumultuados que lhe tiram as forças, derrubam sua esperança e lhe tiram as perspectivas, levante os olhos, reerga a cabeça e mude o foco de olhar e reparar o mundo à sua volta. Convido você a conhecer o livro Sempre é Possível Recomeçar, de Arlindo Peixoto Gomes Rodrigues, que foi prefaciado pelo amigo Wellington Balbo, específico sobre os equívocos da vida e os caminhos de reparação, com valioso embasamento nos códigos doutrinários espíritas. Na obra, a imortalidade, a lei de ação e reação – e também a misericórdia de Deus – e o respeito que devemos à vida surgem de forma atraente para nos levar à compreensão de que sempre é possível recomeçar. Na saga de um empresário falido que comete suicídio, é possível conhecer alguns desdobramentos do impensado ato. 

Aliás, a literatura espírita é pródiga na questão. Basta citar, por si só, o valioso livro Memórias de um Suicida, de Yvonne Pereira, obra que gerou outra expressiva publicação: Lições de um Suicida, de Abel Sidney, entre outras importantes publicações sobre o tema.        
 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita