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Joias da poesia contemporânea
Ano 3 - N° 132 - 8 de Novembro de 2009
 

 

Ao toque do amor

Pedro de Castro Velho

 

Rompendo a bruma, em louca arremetida, avança

No incrível desvario em que se deblatera,

Onde a sombra abismal domina, esfera a esfera,

O triste obsessor, faminto de esperança.

 

Preso ao mal que atormenta e à dor que não descansa,

O que mais o acabrunha e o que mais o exaspera

É sua estranha volta aos instintos da fera,

Na loucura feroz que o propele à vingança.

 

Espírito infeliz, padece no braseiro

De flagelo mental, gargalhante e escarninho, -

Mil remorsos bramindo em torvo cativeiro...

 

Mas ao toque do amor, sem que a treva o degrade,

Arrepende-se e clama, ante o novo caminho,

Para nova missão na glória da humildade.

 

 

 

Patrono, na Academia Sul-Riograndense de Letras, da cadeira nº 32, e colaborador de diversos jornais e periódicos de sua terra natal, dentre outros, O Diário, O Pampa, A Revista do Sul, Pedro Velho nasceu em Porto Alegre (RS) em 29 de junho de 1882 e desencarnou na mesma cidade em 7 de setembro de 1919. O soneto acima integra o livro Antologia dos Imortais, obra psicografada pelos médiuns  Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita