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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 134 - 22 de Novembro de 2009

ADAMS AUNI

adamsauni@adeloxoil.com

Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

O tempo e a transcendência em nós


Ao longo dos tempos os filósofos nos trazem inúmeros conceitos quanto às experiências e vivências da humanidade e sua evolução. Essas teorias nos permitem acreditar na visão de que o tempo seguiria como em uma espiral sem fim. Nesse pensamento também desejamos acreditar que os filósofos entendiam que os fatos se repetiriam tanto nas ações que nos contextos. Atualmente, com o advento da física quântica, estudando a relação de passado, presente e futuro, apresenta-se também um conceito de paralelismo, onde se entende que os fatos se repetem em um mesmo contexto e, mais que sua simples repetição, ocorreria uma interatividade e progressão de todo esse conjunto.  

Estudando um pouco mais a consciência, a estrutura do inconsciente coletivo e os fundamentos do inconsciente transpessoal se percebem algumas similaridades, corroborando essa linha de visão e sustentando esse conjunto de pensar. Ao longo das existências é possível perceber que os fatos da historia apresentam aspectos similares e podemos arriscar a concluir que se repetem com personagens que se assemelham em suas atuações. O mais interessante é que possivelmente apresentem-se em contextos e características semelhantes nos eventos que promovem.  

Nesse caminhar pelas existências, na própria incompletude das coisas, pode-se concluir que ao final da jornada restaria ainda muita coisa para uma próxima oportunidade. Poderíamos inferir que provavelmente esses compromissos tenham sido assumidos previamente, mas que nem todos são cumpridos em sua integralidade no transcorrer da tarefa. Se aplicarmos esse pensamento sobre um estudo em que se observam os vários momentos da humanidade ao longo da evolução, é provável que isso ocorra realmente. No trabalho de impulsionar a marcha do progresso é necessário o aprimoramento do pensamento, a presença de um interventor e a contribuição de um medianeiro nos eventos e contextos históricos. A presença e atuação de uma mola mestre para cada nova etapa são de surreal necessidade e importância, do contrário teríamos um grande aglomerado de nódulos temporais a entravar todo o processo evolutivo.  

É na transição e na pressão natural das coisas, impelindo tudo à frente, que se forma um conjunto único, unindo passado, presente e futuro. É nesse ambiente interativo que se promoverá a depuração desses nódulos temporais, que, de outra forma, criariam uma estagnação do processo por ausência de ação. Nas ciências psicológicas percebemos que analogamente existem também nódulos obscuros atuantes no acervo mental, na psique, como elemento bloqueador, prejudicando o comportamento e o discernimento das coisas. Também pelas mesmas características que o constitui “negativo”, assume também função de elemento solucionador, logo “positivo”, para vários distúrbios existentes.  

No mover das consciências, na busca de seu próprio equilíbrio, e, muitas vezes, as dificuldades envolvidas no esforço para encontrar a solução é que promoverão a sua própria superação. Às vezes a prova não consiste em atingir o objetivo, embora, se isso ocorrer, será uma superação com certeza. Mas o que conta mesmo é o esforço, empenho e abnegação disponibilizados para esse fim. As etapas de dificuldades que surgem em outras áreas têm de ser superadas como parte da estrutura de ascensão. Na mente está sediado e registrado esse acervo dogmático, onde tudo ainda é visto como um entrave e mal se percebe que muitas das soluções já estão presentes em nós. Os nódulos que possuímos nem sempre permitem serem acessados e se comportam em alguns momentos como se desenvolvessem vida própria, agindo e interagindo com a nossa psique a seu bel-prazer, exigindo cada vez mais autocontrole e disciplina para sua organização e solução.  

Desenvolvendo uma figura para ilustrar melhor, podemos imaginar a existência como uma nuvem de eventos, plena de emoções e com enorme conteúdo de informações. A cada existência essa nuvem segue acamando-se sobre as seguintes, formando uma nuvem mais densa de muitas camadas. Essa nossa nuvem, que compõe o inconsciente, interage com as nuvens (inconscientes) de todos os demais seres. As camadas individuais interagem entre si, da primeira à última, constantemente. Porém, nenhuma delas é uma nuvem completamente branca; existem, intrínseco em sua formação, elementos mais densos.  

Podemos ter como exemplo para a presença desses nódulos a ideia como num bolo de frutas, onde existem pedaços de frutas espalhados pela massa e de livre posicionamento e movimentação. Nuvens da mesma composição de nuvem, porém com organizações psíquicas diferentes. Um detalhe interessante é que cada camada desenvolve-se de forma independente, logo obtendo uma interação horizontal com as demais e um alcance vertical com as suas correlatas, as da frente, as de trás e as das laterais. Processando-se de forma individual e no conjunto, cada camada de existência pessoal apresenta uma independência de desenvolvimento em todas as direções, uma individualidade temporal livre e ao mesmo tempo ligada a tudo e desenvolvendo-se independente.  

A presença de nuvens escuras, nódulos temporais, formados a cada conflito, a cada bloqueio e em cada fato negativo não resolvido a seu tempo, movimentam-se e desenvolvem-se na medida em que todo o processo elíptico se segue, ganhando em muitos casos forma, força e independência. Poderíamos declarar que possivelmente desenvolvem uma personalidade atemporal. A tendência é que essas camadas dos inconscientes existenciais se amoldem cada vez mais, compactando-se, interagindo, sofrendo perturbações mais ou menos graves, seguindo um sentido de purificação, expurgo e limpeza. A solução vai depender de como se desejará tratar essas perturbações. Dependerá do desenvolvimento moral que se comprometera a buscar, de grande autocontrole em suas opções e disciplina sobre si próprio. Ao longo do tempo as nuvens escuras se fazem perceber e agem como tornados e tufões na psique.  

Por outro lado não esqueçamos o conjunto de nuvens (conjunto de inconscientes temporais que formam o inconsciente propriamente dito) que também está sendo pressionado, e, por conseguinte, vem adquirindo melhor consistência, maleabilidade, resistência, permeabilidade e controle e já pode receber a interferência das nuvens escuras e agora também poderá controlá-las e dissipá-las. Logo, passado, presente e futuro interagem e se solucionam. Depende do comprometimento de cada um e isso não é exclusivo de poucos, mas é inerente aos poucos que se comprometem. Essa condição determinará o alcance pessoal para os prognósticos de futuro.  

Nós, a maioria dos seres, possuímos consciência de alcance limitado, apresentando uma visão de curto prazo que é a nossa maior característica; no entanto, no trabalho em si, reconhecendo-se como interventores e molas do progresso, em outros poucos comprometidos e empenhados na própria depuração em busca da transcendência material, esse alcance se torna potencializado, possibilitando uma visão de longo alcance, indo muito além dos eventos considerados até então pertencentes a essa realidade. Do momento em que tudo isso pode ficar vinculado a um comportamento religioso, é mais provável que reflita bem, sim, uma religiosidade. Aqui a palavra religiosidade deseja sugerir uma transcendência em si mesmo na eterna busca do ser humano alimentado por uma fé. Não está vinculada a essa ou àquela fé, mas à sua própria fé em Deus.  

Fé e sabedoria são conquistas pessoais. Um hábito equivocado é o de afirmar que em nossos momentos de questionamento ou testemunho de fé, quando nos encontramos à frente do espelho da verdade e não sabemos o que dizer, prometemos sempre que vamos mudar. Diante do espelho, prometemos que está na hora de fazer alguma coisa, porém, como de hábito, deixamos sempre para depois a verdadeira ação de transformação, postergando decisões que já foram acordadas possivelmente outras vezes. Acabamos nos repetindo nas mesmas coisas erradas que já sabemos que são erradas e, mesmo não as desejando mais e prometendo que não irão mais ocorrer, não conseguimos ainda desfazer o círculo vicioso. Existe uma tendência natural a se repetir e a não querer se corrigir. É a cultura do olhar para o passado e penalizar o futuro. De não se dar a chance de corrigir, comiserar-se pelo fardo e não fazer intimamente questão de largá-lo.  

A transformação tem muitos nomes e se apresenta em vários pensamentos para se expressar, mas como ela ocorre realmente só se sabe depois de muito empenho e desprendimento. Não há mudança de uma hora para outra; ela é progressiva e sempre ocorre, dependerá de cada um promover a velocidade que pode suportar. As nuvens mencionadas antes fazem parte da sua própria nuvem, uma nuvem pessoal, de grande estima simbiôntica e negativa. Como abrir mão de si próprio para se resolver? Resposta: “Resolva o futuro que o passado se resolverá por consequência”. Ao transcender a razão das coisas percebe-se que as coisas materiais são feitas de coisas imateriais e nos perguntamos onde está a razão material de tudo isso? Se cálculos matemáticos já são feitos para determinar momentos virtuais, logo, que não existem, como ter certeza da própria razão? Não é para complicar e sim para esclarecer e, se não fizer esses questionamentos para a própria vida, do que serve tanto saber, tanta informação? O tempo tem medida e o espaço tem medida; se é mensurável pode ser controlado, se pode ser controlado pode se determinar sobre si quando e onde promoverá a sua própria transformação.  

A administração moderna diz que o negócio para dar certo precisa de planejamento e metas. Então não há desculpas para não se resolver, pois mesmo em uma próxima oportunidade restará sempre a necessidade de solução para sua própria dúvida ou inquietação. Quando não, as famosas dores e sofrimentos chegarão de qualquer forma e, na próxima vez, podem estar maiores do que agora. Parece aquela conta que sempre se deseja colocar pra depois como se fosse um pré-datado moral, mas, já que tem juros, estaria mais para cheque especial. A matemática explica, mas não muda, e pra depois fica sempre mais complicado.  

Um cálculo, que não falha, é o de resolver as contas antes que elas surjam. Passado, presente e futuro são uma coisa só. Nosso inconsciente é que julga o momento e nos posiciona no campo de ação. O pensamento projetado para fora do campo não é afetado, pois está fora dessa onda de possibilidade. Quando o pensamento atua dentro do campo, essa onda se cristaliza, ela colapsa e tudo passa a ser-lhe o entorno colapsado; o que antes possuía inúmeras possibilidades passa a ter poucas opções e assume ser a própria realidade. Tudo muda menos você! Por que tudo muda, os outros mudam e você ainda não? Por que não para e pensa para dentro de si mesmo? Você se acha a parte de você mesmo?  

Para quem não sabe, já descobriram que no fundo do poço existe uma mola que nos impulsiona para cima, mas não vale a pena cavar tão fundo para ter certeza de encontrar a mola. Com tanto esclarecimento disponível isso é uma incoerência, não é mesmo? Massa e energia interferem no campo gravitacional, você pode transcender de massa para energia e alterar o campo que o envolve. Já fez isso algumas vezes com certeza, só que ainda não sabe nem onde nem quando e nem como, pelo menos ainda não de forma consciente. Idiossincrasias não ajudam nesta hora; a maioria das nossas escolhas está virada para o lado errado. É justo viver no futuro olhando para o passado? É necessário virar o jogo, então, jogue o passado para frente, faça o seu passado virar o seu futuro. Se já sabe as respostas, pode resolver muitas coisas de uma só vez e fazer melhor suas escolhas. O gato pergunta para Alice: “... se não sabe para onde vai, qualquer direção serve!” Você é uma Alice? 

Um pensamento de Teilhard de Chardin: “Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual e, sim, seres espirituais passando por uma experiência humana”, e tenhamos muito cuidado com nossas plantações, cuja colheita decidirá nossas penas ou alegrias futuras. 


     


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita